O mês de agosto é o escolhido para lembrar a importância do aleitamento materno. A campanha denominada de “Agosto Dourado” busca incentivar a amamentação de recém-nascidos em todo o país e, neste ano, o tema é: “Apoiar a amamentação é cuidar do futuro”. Em Uberlândia, o Banco de Leite do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) realiza ações e oferece atendimentos a mães que precisam de apoio e ajuda para amamentar.
O leite materno é considerado o alimento mais completo para os bebês, pois sacia a fome, contribui para a melhora nutricional da criança, reduz a chance de obesidade, hipertensão e diabetes, diminui os riscos de infecções e alergias, e possibilita um efeito positivo na inteligência e no vínculo entre mãe e bebê.
“A amamentação nos primeiros anos de vida garante uma imunidade mais forte durante a vida toda, além de prevenir doenças como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares”, disse a pediatra de Uberlândia, Juliana Máximo.
Especialistas destacam que o leite materno é repleto de anticorpos, fundamentais para a saúde e a resistência dos bebês a doenças. Por isso, é fundamental que a criança o receba como única fonte de alimentação até os seis primeiros meses de vida.
“Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de vida e se manter, pelo menos, até os dois anos de idade”, explicou Juliana.
A pediatra reforça ainda que crianças não amamentadas pela mãe podem ter prejuízos no sistema imunológico. “A mãe passa anticorpos diretamente ao bebê através do leite materno. Porém, devemos enfatizar que a amamentação não é só uma escolha da mãe, mas um conjunto de fatores estão relacionados para o sucesso da amamentação”.
Ainda de acordo com a especialista, algumas mulheres têm dificuldade em fazer o bebê "pegar o peito", o que é natural. Para minimizar a situação, é importante ter um(a) bom(a) pediatra e uma boa consulta de amamentação para ajustar a pega e garantir uma amamentação confortável para mãe e a criança.
"Sabemos que as fissuras mamárias são o maior vilão da amamentação porque causam muita dor e desconforto na mãe, o que repercute em abandono da amamentação. Isso traz prejuízos enormes ao bebê, mas também para a mãe que se sente impotente em não conseguir amamentar devido às lesões mamilares".
ALEITAMENTO MATERNO
A confeiteira Jaqueline Novaes Ricci, 31, é mãe de duas crianças e apoia o aleitamento materno, pois sabe dos benefícios que os filhos terão com a amamentação.
“O Enzo amamentei até 2 anos e 8 meses, hoje ele está quase com 8 anos e vemos os benefícios até hoje. Ele tem uma imunidade ótima, que é comprovado em diversos estudos ser esse um dos benefícios da amamentação prolongada. A Liz está com 9 meses e vou seguir amamentando”.
Além do benefício para o bebê, Jaqueline sabe que o contato, o calor, a troca de olhares e o cheiro influencia positivamente para a produção de hormônios e na produção de leite. Mesmo assim, muitas pessoas ainda acreditam em informações falsas.
“É triste ver que em pleno 2022 a falta de informação sobre amamentação e seus benefícios ainda seja tão grande. Os mitos tão enraizados na sociedade, a falta de apoio de muitas mães dentro da própria família, a indústria do leite que acaba ‘comprando’ muitos profissionais a incentivarem o uso de fórmula muitas vezes sem necessidade”.
Jaqueline incentiva ainda que as mães busquem ainda na gestação conhecimento sobre amamentação em livre demanda e todos os seus benefícios cientificamente comprovados. “Que não aceitem ouvir que o leite é fraco, um dos maiores mitos. Não existe leite fraco, bebê não faz "peito de chupeta", ele apenas tem também necessidade de sucção não nutritiva, buscando proteção e bem-estar, nesse mundo que é tudo novo pra ele. Que se houver dificuldade no início, que busque ajuda com uma consultora de amamentação ou banco de leite da sua cidade, onde a ajuda e orientação é gratuita”.
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BANCO DE LEITE
Em alguns casos, os bebês não conseguem receber o leite da própria mãe. Para ajudar nesses casos, o Banco de Leite Humano do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) organiza a doação e coleta de leite na cidade.
Todo o leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado a uma criança.
Segundo informações do Banco de Leite, um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, um ml já é o suficiente para nutrir cada vez que for alimentado.
Para ser doadora, a mulher deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente a um banco de leite humano. Não é necessário ter uma produção muito grande de leite para se tornar doadora e não existe quantidade mínima para a doação.
O Banco de Leite Humano do HC também oferece atendimentos como consulta de amamentação, onde o bebê é avaliado por uma pediatra e as mães recebem orientações sobre aleitamento materno. Outro serviço prestado é o Disque Amamentação, exclusivo para esclarecer dúvidas e divulgar informações. O atendimento também é realizado pelo telefone 3218-2666.
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