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21/08/2022 às 13h00min - Atualizada em 21/08/2022 às 13h00min

Região Intermediária de Uberlândia bate recorde de exportações no primeiro semestre do ano

De janeiro a junho, região que abrange 24 municípios faturou R$ 7,67 bilhões, sendo o melhor desempenho desde 1997

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Soja representou o produto com o maior valor de exportação no primeiro semestre do ano | Foto: Pixabay
As exportações da Região Intermediária de Uberlândia (RGInt), que abrange 24 municípios, bateram recorde no primeiro semestre de 2022. Com crescimento de 52,4% das receitas em comparação ao mesmo período de 2021, a região teve faturamento de R$ 7,67 bilhões, correspondendo a 13,3% do Produto Interno Bruto (PIB) anual da área. Além disso, a quantidade exportada (1,84 milhão de toneladas) foi 15,5% superior à negociada no ano passado.

De acordo com o Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), o desempenho obtido nos seis primeiros meses de 2022 superou os resultados obtidos em toda a série histórica, desde 1997. O período também foi marcado pela forte elevação dos preços dos produtos vendidos, com alta de 31,3%.

Segundo o economista Henrique Ferreira de Souza, dos 24 municípios que compõem a RGInt, Uberlândia (US$ 749,89 milhões), Araguari (US$ 516,17 milhões) e Ituiutaba (US$ 188,53 milhões) foram os maiores exportadores entre janeiro e junho. Durante o período, o valor exportado das cidades citadas aumentou 44,2%, 56,8% e 118%, respectivamente.

Um dos produtos com maior destaque no período foi a soja, com faturamento de US$ 794,71 milhões. Na comparação com o primeiro semestre de 2021, o valor exportado aumentou em quase 50%. De acordo com o especialista, a alta dos negócios tem relação com as quedas de exportações de soja do principal concorrente, os Estados Unidos.

“A região teve aumento nas exportações enquanto o Brasil apresentou redução. A Argentina, que é um grande exportador de óleo de soja, teve problemas climáticos, assim como outros países. O fato de ter problemas na produção do óleo de soja e óleos vegetais acabou incentivando as exportações de soja para a China, que acaba processando o produto e fazendo o próprio óleo, ao invés de já comprar ele pronto”, disse Souza.

Apesar do maior valor de exportação, Henrique Ferreira de Souza relatou que o cenário econômico segue dificultando a vida dos produtores rurais. Com a guerra na Ucrânia, o preço dos fertilizantes disparou e reduziu a rentabilidade dos agricultores. “O valor exportado aumentou, mas também houve crescimento nos custos de produção”.

Além da soja, outros produtos que também tiveram aumento das vendas para o exterior foram o café (60%), açúcar (15%), milho (113%), restos de animais (24%), sais e hidróxidos de amónio (129%), carne bovina fresca (64%) e óleos vegetais (411%). Produtos como rações (-12,6%) e couros preparados (-35%) apresentaram recuo no volume exportado.

CARNE BOVINA CONGELADA
A carne bovina congelada foi o segundo item da lista com maior faturamento no primeiro semestre de 2022, com US$ 331,06 milhões. Com relação ao mesmo período de 2021, a quantidade exportada mostrou alta de pouco mais de 90%. Segundo o economista do Cepes, a expansão pode ser explicada pelas compras chinesas no ano.

Mesmo com a elevação dos custos e aumento das exportações dos concorrentes, como os Estados Unidos, o produto teve grande impacto no índice de exportações da RGInt nos seis primeiros meses do ano. “A China está em recuperação de seu rebanho de suínos, o que também incentiva a demanda por outras proteínas”, detalhou Henrique.

DESTINOS
Conforme divulgado pelo Cepes, dentre os 100 países de destino das exportações no primeiro semestre, a China continuou sendo a maior compradora da RGInt. O país asiático comprou US$ 983,59 milhões em produtos no primeiro semestre de 2022, 70% a mais do que no mesmo período de 2021.

Em segundo lugar, está a Alemanha, com US$ 62,25 milhões em importações. Integram a lista ainda Irã (US$ 48,21 milhões), Tailândia (US$ 47,17 milhões), Vietnã (US$ 41,99 milhões), Chile (US$ 31,73 milhões), Holanda (US$ 26,08 milhões), Estados Unidos (US$ 21,37 milhões), Colômbia (US$ 19,84 milhões) e Paquistão (US$ 13,47 milhões).


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