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03/08/2022 às 18h06min - Atualizada em 03/08/2022 às 18h06min

Uberlândia tem saldo positivo de empregos no 1º semestre, mas número é 70% menor do que 2021

Setor de serviços foi o principal destaque entre janeiro e junho de 2022, com saldo de 2.052 postos de trabalho

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
O setor de serviços foi o principal destaque entre janeiro e junho de 2022, com saldo de 2.052 postos de trabalho | Foto: Agência Brasil
Uberlândia apresentou saldo positivo de 2.084 postos de trabalho no primeiro semestre de 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apesar do balanço positivo, o número é 71% menor do que o obtido no mesmo período de 2021, quando a cidade totalizou 7.042 empregos gerados.

Ainda de acordo com o Caged, de janeiro a junho de 2022, a cidade teve 70.538 admissões e 68.454 encerramentos de vínculos empregatícios. Em 2021, no mesmo período, foram registradas 62.540 contratações e 55.138 desligamentos. Já em 2020, o saldo dos primeiros seis meses do ano foi negativo, com 45.344 admissões e 50.232 desligamentos. 

Apesar de ter ficado com saldo negativo no primeiro semestre de 2020, o município fechou o ano retrasado com um balanço positivo. Durante os doze meses, a cidade teve 97.935 admissões contra 96.468 desligamentos. O ano de 2021 seguiu a tendência de mais contratações e foi finalizado com um saldo de 14.337 postos de trabalho, um número 800% maior do que o de 2020. 

Na visão da economista Ester William Ferreira, o balanço dos semestres de 2021 e 2022 mostra a retomada dos postos de trabalho em alguns setores que haviam sido impactados pela pandemia de covid-19. Contudo, analisando os resultados dos primeiros meses de 2022, o retorno ainda não acontece em ritmo acelerado. 

“Nós tivemos uma destruição de empregos em 2020 e é possível notar que tivemos uma melhora no saldo em 2021. No segundo semestre do ano passado, houve a ampliação da vacinação e a reabertura de alguns setores e subsetores da economia. Mesmo com o saldo positivo no primeiro semestre de 2022, o saldo foi menor na comparação. Nós temos notado que eles não estão na mesma velocidade de antes”, disse.

Conforme relatado pela pesquisadora do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), a criação de um plano de recuperação econômica é fundamental para que o ritmo de vagas criadas seja ainda maior na cidade, podendo resultar na queda da taxa de desemprego.

SETORES
Assim como aconteceu no primeiro semestre do ano passado, o setor de serviços foi o principal destaque entre janeiro e junho de 2022. Além de ter o maior saldo positivo no período, com 2.052 novos postos de trabalho, a área também tem a melhor taxa no recorte desde julho de 2021, com 5.652 empregos gerados.

Outro setor de destaque na economia uberlandense é o comércio. O primeiro semestre de 2022 foi positivo para o segmento, com balanço de 298 vagas. Na taxa acumulada dos últimos 12 meses, a área comercial tem quase 2,4 mil postos de trabalho gerados, com mais contratações do que desligamentos no período.

A indústria também tem alavancado a economia local com saldo de 364 vagas nos primeiros seis meses do ano. Segundo o Ministério do Trabalho, o setor é o terceiro do ranking na comparação com o acumulado, criando 537 postos de trabalho durante o período. 

A agropecuária e a construção foram os setores que apresentaram déficit de vagas no primeiro semestre do ano. De acordo com o levantamento do Caged, o agronegócio teve 207 vagas negativas entre janeiro e junho de 2021, mas mostrou recuperação no segundo semestre do ano e fechou com balanço positivo de 633 empregos gerados.

Até junho deste ano, a agropecuária praticamente dobrou o saldo negativo de postos de trabalho, com 442 postos a menos. Apesar do resultado ruim, o setor segue com bom balanço no recorte dos últimos 12 meses, com a geração de 398 vagas de emprego.

Por fim, a indústria seguiu caminho contrário após apresentar saldo positivo de 1.791 vagas no primeiro semestre de 2021. Neste ano, a análise do Caged aponta que os seis primeiros meses foram de déficit no número de oportunidades, com balanço negativo de 188 empregos formais para a atividade econômica em questão. No saldo acumulado dos últimos 12 meses, o setor é o pior colocado na economia uberlandense, com apenas 39 empregos gerados. 

Segundo a economista, é possível notar que no primeiro semestre de 2022, os setores de atividade econômica registraram saldos menores do que os observados no mesmo período de 2021. “A agropecuária registrou a maior perda de postos de trabalho no primeiro semestre de 2022. Temos observado que isso é uma tendência na cidade de Uberlândia”, explicou a economista.

PERFIL
Conforme relatado por Ester William Ferreira, apenas o mês de junho de 2022 foi responsável por 11.324 admissões em Uberlândia. Do total, 461 foram no setor de agropecuária, 2.521 no comércio, 1.278 foram para a construção e 1.076 foram no ramo industrial. O setor mais bem colocado foi o de serviços, com 5.988 contratações.

Do total de admissões, 55,5% foram ocupadas por homens, enquanto 44,5% foram tomadas por mulheres. Considerando a distribuição das admissões por faixas de idade, as que mais se destacaram com maior ocupação de postos de trabalho são aquelas compreendidas entre 18 e 29 anos, que totalizaram 5.432 contratações (48% do total).

Além disso, o grau de escolaridade dos admitidos foi preponderantemente de ensino médio completo, que ocupou 6.969 vagas de trabalho (61,5%). O grau de escolaridade dos desligados também foi maior entre os com ensino médio completo, com 6.458 desligamentos (58,5%).


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