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27/06/2022 às 14h38min - Atualizada em 27/06/2022 às 14h38min

Primeira ala médica do novo Pronto Socorro do HC-UFU deve ser inaugurada em outubro

Unidade deve receber repasse de R$ 110 milhões para continuar a construção que foi iniciada há 10 anos

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
As obras de toda a unidade devem ser finalizadas no fim de 2023 | Foto: Igor Martins

Após mais de 10 anos em obras, a primeira ala médica do novo Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) deverá ser inaugurada em outubro deste ano.
A unidade hospitalar deve receber um repasse de R$ 110 milhões, provenientes do Congresso Nacional e do Governo de Minas Gerais, para continuar a construção.

 

Do montante, R$ 80 milhões são de uma emenda impositiva garantida pelo deputado federal Weliton Prado (Pros) e R$ 30 milhões serão repassados pelo Governo de Minas Gerais.

 

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (27), o reitor da UFU Valder Steffen Júnior celebrou a destinação de recursos para a unidade e afirmou que com o repasse será possível dar continuidade às obras em boa velocidade, devendo ser completamente finalizada até o fim de 2023.

 

Apesar disso, Júnior acredita que além dos recursos adquiridos pelas emendas, o HC-UFU precisará de mais R$ 50 milhões no próximo ano para que a construção ocorra sem problemas. "Nós acreditamos que quando um hospital é concluído, geralmente se gasta o mesmo tanto para equipá-lo. Cada leito do nosso HC custa R$ 1 milhão por ano, e pode ser que esse número seja crescente, já que temos uma inflação significativa e qualquer previsão pode ter uma alteração", detalhou.

 

De acordo com Weliton Prado, o custo total da obra é avaliado em R$ 160 milhões e já atingiu 60% de conclusão. Em entrevista à imprensa, ele disse que a finalização das obras do HC-UFU vai beneficiar a população local com a aquisição de 249 leitos, entregando dignidade para os cidadãos da região do Triângulo Mineiro. "O déficit da saúde em toda a região é muito grande. Os 249 leitos são muito importantes para diminuir isso e as tratativas junto ao presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) são permanentes. Não vamos medir esforços para garantir os recursos necessários para termos todo o hospital funcionando plenamente", completou.

 

ATENDIMENTOS

O superintendente do HC-UFU, Luciano Martins da Silva explicou que, atualmente, o Pronto Socorro do HC-UFU já existente tem um espaço aproximado de 1,5 mil metros quadrados. Segundo informações, o novo Pronto Socorro terá cinco andares e um pavimento técnico em um espaço total de mais de 30 mil metros. Somente a primeira ala médica a ser inaugurada, localizada no térreo da nova unidade, tem 6 mil metros quadrados. 

 

A construção do novo espaço integrará a parte física já existente e vai qualificar o atendimento a pacientes do Triângulo Mineiro, além de oferecer mais conforto à população e aos colaboradores que atuam na unidade.

 

"Hoje nós temos cerca de 2 mil internações por mês e, desse total, 80% são casos de urgência e emergência. É um volume grande que tange várias especialidades, incluindo pediatria, neurocirurgia, traumatologia, ginecologia, área cirúrgica e clínica médica. Em um primeiro momento temos a construção predial e a segunda etapa é equipar toda essa estrutura, para podermos fazer o dimensionamento de pessoas que vão atuar no HC-UFU", disse.

 

Para a professora da Faculdade de Medicina da UFU, Catarina Machado Azeredo, o novo Pronto Socorro é fundamental para qualificar ainda mais a assistência à população de Uberlândia e região, garantindo ainda uma formação mais qualificada de profissionais de saúde da UFU. "Hoje circulam por esse hospital cerca de 3 mil estudantes. Somente a Faculdade de Medicina tem 1,5 mil estudantes de graduação e 44 programas de residência médica. Esse novo espaço qualifica e permite a promoção da saúde da população", falou a especialista.

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HELIPONTO

Uma das novidades anunciadas para a obra é a construção de um heliponto, buscando dar mais agilidade no tratamento de pacientes em situações graves. De acordo com Valder Steffen Júnior, o HC-UFU já utilizava o atendimento por helicópteros através do aeroporto de Uberlândia. O grande problema, segundo ele, é que o traslado entre o aeródromo e a unidade de saúde consome um tempo que pode ser determinante no caso da vítima.

 

"Esse heliponto permitirá que o paciente chegue exatamente aqui em cima do hospital. Os elevadores já foram projetados para acomodar equipes médicas e macas para que o paciente chegue rapidamente ao leito e seja atendido", disse.

 

Conforme explicado pelo reitor da UFU, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já definiu as rotas para o novo Pronto Socorro do Hospital de Clínicas, mas ainda não se sabe se o heliponto será inaugurado juntamente à primeira ala do espaço em outubro. "Nós temos um aeroporto em Uberlândia, então o tráfego aéreo pode ser bastante intenso em certos momentos. Toda a logística já está sendo preparada para acomodar esse hospital", relatou.

 

IMBRÓGLIO

As obras do novo Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da UFU já duram mais de 10 anos. A licitação começou em 2010 e o projeto começou a ser executado em 2012. Quatro anos depois, em 2016, as atividades foram paralisadas e a universidade anulou o contrato com a construtora em 2018. O impasse durou até abril de 2019, quando a instituição sinalizou a retomada da construção, mas a necessidade de uma quantia avaliada em R$ 25 milhões interrompeu mais uma vez os trabalhos.

 

Em setembro de 2019, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento para acompanhar a destinação de recursos públicos para a execução da nova unidade, com o objetivo de resguardar os repasses para a conclusão da obra. Em dezembro de 2020, a UFU apresentou o novo consórcio responsável pela retomada do canteiro no bloco 8DJU.

 

"Depois de diversas dificuldades, ficamos praticamente cinco anos sem estar em atividade por falta de recursos. Tivemos dificuldades com a primeira empresa responsável pela construção, até que conseguimos fazer uma nova licitação e fomos muito felizes. Estávamos muito apreensivos porque os recursos até então disponíveis estavam se esgotando, e foi então que tivemos esse privilégio", disse o reitor Valder Steffen Júnior.

*Matéria atualizada às 17h44 para correção de informações.


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