Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
23/04/2022 às 14h00min - Atualizada em 23/04/2022 às 14h00min

Alta de mais de 10% no preço do óleo de cozinha afeta comerciantes em Uberlândia

Neste ano, valor do item aumentou novamente, passando de R$ 8,10 para quase R$ 10, segundo pesquisa do Cepes

IGOR MARTINS
Empresários afirmam que desde o início da pandemia da covid-19 o preço do produto aumentou significamente | Foto: Freepik
Dados do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) apontam que o preço do óleo de cozinha já registrou um aumento de quase 12% em 2022. Em janeiro deste ano, o item era encontrado por R$ 8,10 nos supermercados da cidade e, atualmente, o valor médio é de R$ 9,06. 

A alta do produto tem impactado comerciantes que dependem do insumo. Esse é o caso do proprietário da Pastelaria do Geraldo, Tiago Moreira Gonçalves. O empresário afirmou que, desde o início da pandemia, notou um aumento de aproximadamente 150% no preço dos óleos de soja e algodão. 

Ainda de acordo com o Cepes, o preço de uma garrafa de óleo de cozinha de 900ml custava R$ 3,57 em 2019 na cidade. Em 2020, o valor subiu para R$ 3,96 e teve um aumento de 89,7% em 2021, saltando para R$ 7,51. Em 2022, o preço aumentou para R$ 9,06. 

Tiago revelou que o principal desafio da pastelaria tem sido manter os preços aos clientes. Mensalmente, o restaurante utiliza 600 litros de óleo de algodão para a fritura dos pastéis e 300 litros de óleo de soja para a produção da massa do alimento.

“No início da pandemia o óleo de soja custava R$ 3,60 e atualmente encontramos por quase R$ 10. O óleo de algodão era R$ 85 e hoje está R$ 250. Dessa maneira, realmente impacta no nosso orçamento. A nossa dificuldade atualmente é a precificação, repassar esse custo para o cliente. Em 2021 nós já repassamos aproximadamente 29% e é bem provável que tenhamos outro repasse ainda este ano. Os alimentos não param de subir, então falta previsibilidade nesse sentido”, explicou.

O empresário relatou ainda que, mesmo com o aumento no preço final para o consumidor, o movimento não caiu na Pastelaria do Geraldo. “O pastel tem um ticket médio baixo. As pessoas têm incluído isso em um roteiro gastronômico para a família, porque é uma experiência culinária bacana. O movimento não foi impactado hora nenhuma”, relatou Tiago.

Gonçalves acredita em uma redução dos preços ainda em 2022. “Estamos tentando alinhar todo o nosso conhecimento técnico vendo programas diários sobre commodities, regularização de demandas e sobre a guerra na Ucrânia. A pandemia mexeu muito com a cadeia produtiva e a gente espera que essa nuvem negra se dissipe e as coisas voltem a normalizar”, disse o empresário.

SETOR AFETADO
Dono do restaurante Coqueiros, no bairro Santa Mônica, Marcelo Bernardes de Assis também falou sobre os desafios com os aumentos consecutivos do óleo de soja. O empresário afirmou que o consumo diário do item em seu estabelecimento é de 13,5 litros, o que significa 15 garrafas de 900 ml por dia.

Segundo Marcelo, o aumento do custo apenas com o óleo de soja é de mais de 200% desde o início da pandemia, o que fez com que o restaurante precisasse reajustar o preço da comida em 10%. “Eu não consegui repassar tudo, porque além do óleo, tem também o aumento das verduras e da carne. Com tanta oscilação, não dá para ficar variando muito de preço”, disse.

Ainda de acordo com o mineiro de 44 anos, a elevação dos preços causou uma diminuição em sua margem de lucro. Ele acredita que o setor alimentício é um dos mais afetados atualmente com a guerra na Ucrânia, que afeta a produção rural devido a falta de fertilizantes no mercado global. 

“Não tem como a gente colocar o preço de um quilo em um dia e mudar no outro. E o grande problema disso é que toda semana os preços mudam. De uma semana para outra já vemos diferença no preço dos produtos, incluindo o óleo de soja”, explicou o empresário.



Compartilhe esta notícia no WhatsApp
Compartilhe esta notícia no Telegram

Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90