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20/04/2022 às 10h00min - Atualizada em 20/04/2022 às 10h00min

População reclama de assaltos, falta de iluminação e policiamento na região sul de Uberlândia

Funcionários de shopping e estudantes de universidade relatam transtornos para fazer travessia, além da sensação de medo no local

IGOR MARTINS
Falta de iluminação e policiamento, ausência de locais apropriados para travessia de pedestres e insegurança ao voltar para casa. Esses são os principais problemas enfrentados por estudantes e trabalhadores que passam diariamente pela região sul de Uberlândia, nas proximidades do Uberlândia Shopping e do Centro Universitário do Triângulo (Unitri). De acordo com relatos enviados por leitores do Diário, está cada vez mais difícil frequentar o local sem conviver diariamente com o sentimento de medo.
 
Em entrevista ao Diário, a pedagoga Ana Cecília Naves, que trabalha no shopping, afirmou que já presenciou alguns assaltos na região, especialmente no período da noite. Segundo ela, o local mais comum das ações criminosas é na passagem central feita para os pedestres, entre as avenidas Lidormira Borges do Nascimento e Nicomedes Alves dos Santos.
 
“Os bandidos nem se importam se tem gente vendo ou não. Muitas pessoas saem do shopping às 22h para pegar o ônibus que vai para o Terminal Central, que passa em frente à Unitri. Na semana passada teve um assalto com uma mulher que trabalha aqui no shopping. Infelizmente a gente não vê muito policiamento por aqui. Podia ter pelo menos uma viatura no período da noite, é muito perigoso, especialmente para quem anda sozinho”, disse.
 
Ainda de acordo com Ana Cecília, vários funcionários já acionaram a Polícia Militar (PM) para averiguarem a possibilidade de instalação de uma base comunitária nas redondezas. Entretanto, o pedido nunca foi atendido pela corporação. “O último assalto aconteceu com uma pessoa que trabalha na mesma loja que eu. Aquele canteiro central não tem iluminação e fica um mato muito alto. Muita gente do shopping já reclamou, mas nada muda”, falou a pedagoga.


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Quem também já sofreu com esse tipo de problema foi Jéssica Borges. Ela começou a trabalhar no shopping em 2014 e conta que o problema sempre existiu. Em conversa com a reportagem, a profissional autônoma contou que o medo de ser assaltada era tão grande que pediu demissão da loja em que atuava.
 
“Já teve assalto à mão armada na região enquanto eu trabalhava no shopping. Eu saía do serviço muito tarde, e por conta desses assaltos eu pedi demissão. Aquela região é muito escura, precisa de um maior policiamento, e não é só no canteiro central que acontecem os assaltos. Várias pessoas que trabalharam comigo já passaram por isso nos pontos de ônibus”, relatou.
 
TRÂNSITO INTENSO
Além de já ter presenciado um assalto na passagem de pedestres, Bhyanca Castro, que também é funcionária do shopping, afirmou que um dos principais problemas no local é o trânsito intenso de veículos. Em conversa com o Diário, ela relatou que precisa atravessar a rua todos os dias para poder pegar o ônibus e voltar para casa, mas sempre encontra dificuldades para fazer o trajeto.
 
“A gente precisa esperar até um motorista ter o bom senso de parar para a gente conseguir atravessar a avenida. Isso acontece tanto na avenida Lidormira quanto na avenida Nicomedes. A obra do viaduto já andou muito, mas eles não estão pensando nos pedestres. Os carros nunca dão preferência. Quando o viaduto ficar pronto o fluxo de carros vai aumentar ainda mais, vai complicar para quem anda a pé nessa parte”, explicou.
 
Bhyanca espera que a onda de assaltos e a estrutura do local seja melhorada para os pedestres que andam pelo local diariamente. Segundo ela, a passagem precisa de maior cuidado e iluminação, além de maior policiamento na região.
 
“A passagem que eles criaram é pura terra, e quando chove fica pior. Eles tentaram colocar algumas britas, mas não resolve muito. Não existe iluminação ali, é muito escuro. Eu trabalho no shopping desde 2020 e já presenciei um assalto na minha frente, e um mês atrás ouvimos relatos de um possível abuso naquele local. O mato da passagem está alto na maioria das vezes, é preciso ter mais cuidado”, disse Bhyanca Castro.
 
POSICIONAMENTOS
Diante dos questionamentos feitos pela população, o Diário procurou esclarecimentos com as autoridades do Município. A respeito da falta de iluminação pública, a Cemig disse, por meio de nota, que “a responsabilidade por esse serviço é das prefeituras municipais, tanto a manutenção quanto a expansão do serviço”.
 
A produção do Diário então fez contato com a Prefeitura de Uberlândia. Por meio de nota, o Município informou que, em relação à iluminação pública, serão encaminhados fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos para averiguar a situação e adotar as providências cabíveis.
 
O Município informou ainda que os transtornos na localidade são temporários, uma vez que há obras em andamento para a construção do viaduto da avenida Nicomedes Alves dos Santos. De acordo com a Prefeitura, o equipamento, após concluído, trará benefícios permanentes à população.
 
Segundo o Executivo, a obra beneficiará mais de dez bairros diretamente, 120 mil veículos todos os dias, além das sete linhas do transporte público que passam pelo local diariamente e deverá ser integrada ao corredor que passará pelo local, com 277 viagens diárias, transportando mais de 10 mil passageiros.
 
O Diário também procurou a Polícia Militar (PM) para buscar um posicionamento a respeito dos assaltos relatados na reportagem, assim como a falta de policiamento. Por meio de nota, a PM disse que a solicitação foi encaminhada para as unidades responsáveis pelo policiamento na região.

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