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31/03/2022 às 10h05min - Atualizada em 31/03/2022 às 10h05min

Juntos, preços do café e pão francês acumulam alta de 100% em Uberlândia

Tradicionais na mesa das famílias, alimentos têm pesado no bolso de consumidores e panificadoras

IGOR MARTINS
Nos últimos três anos, pão e café aumentaram 15,8% e 85%, respectivamente I Foto: Procon/Vitória
A famosa combinação do pãozinho com o café tem pesado no bolso das famílias de Uberlândia e imposto obstáculos para empresários que trabalham com o comércio dos dois produtos. De acordo com o Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), somente nos últimos três anos, o pão francês e o café sofreram um aumento de 15,8% e 85% respectivamente, uma alta de 100% se contabilizados juntos.
 
Segundo o levantamento feito pelo Cepes/UFU, em fevereiro de 2019, seis quilos do pão francês custavam R$ 69,06. Já no mesmo período de 2022, o valor saltou para R$ 80,01. O café teve um crescimento ainda mais considerável durante o mesmo período. Em fevereiro de 2019, um saco de 0,6 quilos custava R$ 11,24. O valor diminuiu no mesmo mês de 2020, quando o preço apresentado foi de R$ 11.01. Entretanto, o item voltou a registrar aumento em 2021 e, no último mês, o valor contabilizado foi de R$ 20,80.
 
A alta dos preços tem impactado no consumo, que permanece, mas está mais reduzido. É o que aponta a gerente de uma rede de panificadoras de Uberlândia. Em entrevista ao Diário, Mariana Lins afirmou que a procura pelo pão francês e o café diminuiu. Segundo ela, a padaria precisou repassar o aumento para os clientes, em razão do comprometimento do orçamento do estabelecimento.
 
“Nós tentamos segurar os preços por muito tempo, mas não conseguimos. Nossos clientes reclamam [do aumento], mas não deixam de consumir. Uma pessoa que levava seis pães, agora está levando quatro. Uma pessoa que levava cinco pães de queijo, agora leva quatro. A gente espera que os preços abaixem, para que os produtos fiquem mais acessíveis e para que a gente possa servir os nossos clientes da melhor maneira possível”, contou.
 
INSUMOS
Dono de três padarias em Uberlândia, Edinaldo Henrique da Silva também contou sobre as dificuldades impostas pelo aumento dos insumos do pão e do café. Em conversa com o Diário, o empresário disse que a cadeia produtiva de seus estabelecimentos foi afetada com a guerra entre Rússia e Ucrânia, já que o país ucraniano é um grande exportador de trigo.
 
“Desde o início da guerra, a farinha de trigo teve um aumento de 24%. Isso sacrifica muito a nossa margem e tivemos que repassar o preço para os clientes. Nós não temos como absorver esse aumento. Há dois meses, eu pagava R$ 71 em um saco de farinha, hoje o valor é de R$ 98. Todas as panificadoras estão sofrendo pela falta de matéria prima”, relatou.
 
O valor do café também tem dado dor de cabeça para Silva. Segundo o Cepes, o preço do item subiu 3,8% entre janeiro e fevereiro. O empresário explicou que desde o fim do ano passado, ele já percebeu um aumento de quase 18% no grão. “O café subiu muito por causa da estiagem. Não tem como o comerciante ficar sem o reajuste. O consumidor vai sentir no bolso, mas é o reflexo atual. Será um ano difícil para as panificadoras”, completou Edinaldo.


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