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26/01/2022 às 09h15min - Atualizada em 26/01/2022 às 09h15min

Uberlândia registra 86 casos prováveis de dengue nas duas primeiras semanas de janeiro

Número é 28,3% menor do que o registrado no mesmo período de 2021; monitoramento revelou aumento de ovos do mosquito nos bairros da região Sul

GABRIELE LEÃO
Número é 28,3% menor do que o registrado no mesmo período de 2021 I Foto: Gabriele Leão
Nas primeiras duas semanas de janeiro de 2022, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 86 casos prováveis de dengue e 5 de Chikungunya, em Uberlândia. Até o momento, não se sabe quantos casos positivos foram registrados no município.

Ainda de acordo com dados da SES-MG, no mesmo período do ano passado foram registrados 120 casos prováveis de dengue na cidade. Já em todo o ano de 2021 foram notificados 701 casos da doença.

Segundo o coordenador do Programa de Controle da Dengue do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), José Humberto Arruda, os números de reprodução do Aedes aegypti, registrados através do monitoramento feito nas ovitrampas, tiveram um pequeno aumento na região sul da cidade.

“Os bairros São Jorge, Laranjeiras e intermediações da região sul registraram um aumento na quantidade de ovos deixados pelas fêmeas nas armadilhas. Quando recebemos esse relatório, as equipes de controle intensificam os serviços na região para evitar a reprodução do mosquito”, explicou.

O coordenador da CCZ ainda comentou que o período de estiagem é o que mais preocupa, já que sem chuvas não há a renovação dessas poças de águas e os ovos depositados pelo mosquito implodem.

José Humberto Arruda explicou que o mosquito tem se tornado mais forte nos últimos anos. O tempo de amadurecimento do ovo para o inseto se tornar adulto demora em média quatro dias, se houver um ambiente favorável com boa temperatura da água e material orgânico para a alimentação. Em casos mais críticos, essa evolução dura em média sete dias.

“Assim como as doenças têm se tornado mais resistentes e sofrem mutações, o Aedes Aegypti também passa por essa evolução. A fêmea bota em média 70 ovos em cada ambiente que ela encontra. Esse comportamento permanece pelos 35 dias que ela sobrevive. Além do mais, o mosquito é vetor de outras 22 doenças que trazem sérias complicações para a saúde”, comentou. 

CASOS DE DENGUE
A estudante de jornalismo, Milena Félix, passou por momentos intensos ao apresentar os sintomas da dengue. A jornalista, que também tem lúpus, precisou recorrer ao atendimento particular para conseguir o diagnóstico da doença.

“Quando comecei com dores de cabeça e no corpo e tremores, procurei o atendimento na rede pública e fiz diversos exames, mas não haviam alterações que indicavam alguma doença. Procurei o meu reumatologista na rede particular quando começaram a aparecer manchas vermelhas pelo meu corpo e ele pediu um exame que confirmou a dengue. Foram 10 dias com os sintomas, sem conseguir fazer muitas atividades, além de um forte enjoo”, comentou.

A dengue e a chikungunya têm sintomas e sinais parecidos. A dengue é comum as dores pelo corpo, já a chikungunya se destaca pelas dores e inchaço nas articulações. 

O primeiro sintoma da dengue é a febre alta, entre 39° e 40°C, que tem início repentino e geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira no corpo. Pode haver perda de peso, náuseas e vômitos.

O Diário procurou o Município que informou que ainda não se sabe quantos casos positivos para dengue há em Uberlândia. A explicação é que a Prefeitura de Uberlândia trabalha primeiro com os casos notificados para depois apurar os casos positivos da doença. Ou seja, por enquanto, não há registros dos casos confirmados.

‘UDI SEM DENGUE’
Lançado no fim do ano passado, o aplicativo “Udi sem Dengue” segue disponível para download. A ferramenta é mais um aliado da população no combate ao Aedes aegypti, pois permite uma interação direta com a equipe do Programa de Controle da Dengue. Por meio do aplicativo, a população pode enviar fotos, vídeos e mensagens de texto ou voz alertando as equipes sobre possíveis criadouros do mosquito.

RECOMENDAÇÕES
A Secretaria de Estado de Saúde orienta os moradores sobre o combate ao mosquito. Eliminar os focos de reprodução é a principal maneira de diminuir a incidência dessas doenças. Algumas atitudes são:

• Lixeiras sempre tampadas;
• Quintal sem lixo e entulhos, garrafas e baldes de cabeça para baixo;
• Reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios;
• Ralos limpos e com aplicação de tela;
• Não usar pratinhos que acumulam água para vasos de planta;
• Pote para água de animais limpos com bucha ou escova;
• Canaletas e calhas limpas;
• Manutenção periódica de piscinas e caixas d’água;
• Babosa e outras plantas que acumulam água em local coberto.
• Lonas bem esticadas, evitando formação de poças d’água;
• Não utilize garrafas pet com gotejador em plantas que tenham aberturas que o mosquito possa entrar para colocar ovos.

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