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14/01/2022 às 10h32min - Atualizada em 14/01/2022 às 10h32min

Aumento de casos faz triplicar busca por antigripais em farmácias e drogarias de Uberlândia

Surto de Influenza e Covid-19 fez vendas de medicamentos cresceram neste início de ano

MARIELLE MOURA
Devido a alta procura, alguns medicamentos estão em falta no mercado I Foto: ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL
O aumento de casos de Influenza e de Covid-19 nas primeiras semanas do ano em Uberlândia têm provocado uma corrida às farmácias e drogarias em busca de medicamentos para evitar e conter os sintomas. Segundo responsáveis por estabelecimentos do setor, a procura pelos remédios triplicaram, ocasionando a falta de alguns deles no mercado, como antigripais, antibióticos e xaropes. O Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG) orienta sobre os perigos da automedicação.
 
Leles Lima é o farmacêutico responsável por uma drogaria em Uberlândia e, segundo ele, a procura por antibióticos com receita, analgésicos, antialérgicos, anti-inflamatórios e xaropes contra tosse e alergia aumentou muito nos últimos dias. No caso dos antialérgicos o crescimento foi de 50% entre a segunda quinzena de dezembro e começo de janeiro.
 
Segundo Leles, a maioria dos relatos são de pessoas contaminadas pela Influenza e Covid-19.“Aumentou muito a procura espontânea e também com receita médica. As pessoas estão lotando os hospitais, tanto particulares quanto públicos, então cresceu demais a procura de medicamentos com relatos de covid-19 e infecções”, disse.
 
O farmacêutico também comentou que, devido a alta procura, alguns medicamentos chegaram a faltar na drogaria. “Dobrou a procura por xaropes e analgésicos, além de alguns medicamentos específicos para a gripe. Esses remédios chegaram a zerar no estoque”, informou.
 
Luiz Fernando de Oliveira é supervisor de uma rede de drogarias em Uberlândia e disse que a procura chega a ser 5 vezes maior do que em outros períodos. “Tivemos um aumento muito grande da procura desde a última semana de dezembro para cá. A procura por esses produtos chega a ser 4 ou 5 vezes”, afirmou.

Segundo Luiz, todos os antigripais, toda a categoria de antialérgicos, antitérmicos, xaropes e pastilhas estão com alta demanda no estabelecimento. 
O gerente também comentou que alguns medicamentos são difíceis de encontrar em distribuidoras e indústrias devido a alta procura. “Hoje estamos enfrentando a falta desses produtos nas indústrias e nos distribuidores para comprar. Contudo, como temos um estoque no depósito maior, não chegou a faltar muito, mas acaba que quando vende muito, até repor nas lojas acaba faltando um ou outro, mas temos estoque para segurar a demanda”, completou.
 
Emerson Primaz Cláudio é gestor de uma rede de farmácias e informou que a procura, se comparada ao mês de dezembro, cresceu muito. “A demanda em janeiro por esse tipo de medicamento dobrou com relação a todo o mês de dezembro”
 
Ainda de acordo com o gestor, a alta procura provocou uma falta de matéria-prima nas indústrias de medicamentos, o que dificultou as vendas. “Falta a matéria-prima para fabricação desses produtos devido ao abastecimento do mercado com essa alta demanda”, explicou.
 
Por fim, o Emerson informou que as vendas de remédios preventivos como as vitaminas também aumentaram e que esse tipo de medicamento já apresenta falta no estabelecimento. “Está tendo bastante procura pelos remédios preventivos também e infelizmente, ocorre a falta. Estamos com vários itens faltando, entre eles, polivitaminico, vitamina C e zinco”, completou.
 
AUTOMEDICAÇÃO
A presidente do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG) e farmacêutica Júnia Célia de Medeiros comentou sobre a alta procura no país. “Se comparar o mesmo período do ano passado, dezembro e janeiro de 2020 para 2021 e de 2021 para 2022, dados do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos e Minas Gerais (Sincofarma-MG), citaram uma alta de 200% na procura de medicamentos”,disse.
 
Devido ao cenário, a presidente defende que o farmacêutico disponível na farmácia ou drogaria deve orientar sobre a automedicação. “Além de orientar corretamente, o farmacêutico encaminha os casos graves para o posto de saúde. As pessoas devem se orientar corretamente, os medicamentos para gripe que teve esse aumento assustador são medicamentos chamamos de venda livre, que são isentos de prescrição médica, mas não são isentos da orientação farmacêutica", explicou.
 
Por fim, Júnia falou sobre a importância da orientação profissional para  o tratamento de doenças. “Qualquer medicamento pode causar reações e usar o medicamento por conta própria sem a orientação do profissional é chamado de automedicação. Em Minas Gerais, temos 28 mil farmacêuticos à disposição da população para orientar”, completou.

 
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