Um estudo realizado pelo professor da Femec/UFU, Solidônio Rodrigues de Carvalho, é o primeiro passo da pesquisa. O estudo utiliza um processo de gaseificação do lixo urbano que gera dois produtos: lixo esterilizado, que é areia e óxidos inertes que podem ser dispersos no meio ambiente, e um gás de síntese chamado syngas, um combustível que apresenta baixo poder calorífico, ou seja, pouca quantidade de energia liberada por unidade de massa.
A equipe de pesquisadores vai atuar na otimização do reator de gaseificação, focando em aumentar o poder calorífico do syngas. “O potencial de energia elétrica a partir do lixo é enorme e ainda há o benefício sanitário e ecológico. A produção do syngas traz um destino nobre ao lixo e torna a atividade mais rentável”, explicou. De acordo com Marcelo, 90% das cidades brasileiras têm coleta de lixo, mas só 59% usam aterros adequados.
A segunda etapa consiste em oferecer um moto-gerador mais eficiente e potente. Pesquisas realizadas na UFU estimam um incremento de 100% na eficiência da conversão da energia termoquímica do gás em energia elétrica. O moto-gerador será utilizado tanto para geração de energia elétrica em terra como embarcado no veículo como um equipamento reserva de energia para o motorista concluir seu trajeto.
Na terceira parte, os pesquisadores vão atuar na concepção de um veículo de transporte público que consuma o menor nível de energia para trafegar nas cidades ao mesmo tempo que transporta passageiros com maior conforto e segurança.
Além de Santos e Carvalho, os professores envolvidos no projeto são: Valério Borges, Washington da Silva e José Antônio Borges da Femec, Alam Gustavo Trovó, do Instituto de Química (IQ), e Daniel de Carvalho, da Faculdade de Engenharia Elétrica (Feelt).