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23/10/2021 às 13h00min - Atualizada em 23/10/2021 às 13h00min

Região Intermediária de Uberlândia registra maior valor de importações e exportações em 24 anos

Região é composta por 24 cidades e Uberlândia é a principal exportadora; o valor total das exportações e importações entre maio e agosto foi de 13,14% e 86,46%, respectivamente

LORENA BARBOSA
Principal destino da produção da Região Intermediária de Uberlândia (RIU) é a China | PIXABAY
A Região Intermediária de Uberlândia (RIU), composta por 24 municípios, apresentou recorde no valor total de exportações e importações no segundo quadrimestre deste ano, ou seja, de maio a agosto. Conforme análise do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), o valor também é o maior desde 1997.
 

O valor total das exportações e importações entre maio e agosto apresentou aumento de 13,14% e 86,46%, respectivamente. Entre os 24 municípios que integram a região, Uberlândia é o principal exportador. Os principais produtos exportados na região foram soja e carne bovina congelada, e o maior comprador é a China.


No período entre maio e agosto de 2021, Uberlândia, Araguari e Ituiutaba, nesta ordem, foram os maiores exportadores, concentrando 90,49% dos valores totais no período. As três cidades foram as principais responsáveis pelo aumento das exportações da região no segundo quadrimestre, pois apresentaram as maiores taxas de variação, sendo de 4,54%, 3,23% e 3,06%, respectivamente. Uberlândia também liderou as exportações na análise dos oito primeiros meses do ano, seguida por Ituiutaba e Capinópolis.
 
“O aumento da venda de soja foi feito por Uberlândia e Capinópolis e da venda de carne bovina foi de Ituiutaba e Araguari”, analisou o economista do Cepes, Henrique Ferreira Souza.
 
Ainda de acordo com o economista, é preciso analisar os itens separadamente. Enquanto a quantidade exportada e o preço da carne bovina congelada aumentaram, algo que segundo o especialista está relacionado à peste suína africana que persiste na China desde 2018, em relação à soja outro movimento aconteceu. A quantidade de produto exportada foi menor, mas o preço subiu, o que proporcionou o aumento do valor exportado.


“Aumentou o valor de janeiro a agosto em 13,52%, mas a quantidade caiu 15,86%. E o aumento foi causado pela elevação dos preços, que foi um movimento geral para o conjunto dos commodities”, disse Souza.

O economista comentou ainda que, mesmo a região tendo apresentado recorde de expansão nas exportações, os números foram bem abaixo no comparativo com o Brasil. “O resultado para os mesmos produtos exportados do Brasil como um todo foi melhor do que a região. Então a região foi bem, mas comparativamente ela foi pior que as outras do Brasil”, concluiu Souza.
 
Ainda de acordo com relatório do Cepes, a maior impulsionadora da economia em relação à exportação de carne bovina foi a China. De janeiro a agosto de 2021, o país asiático foi o principal destino das exportações da região, representando 57,27% das vendas totais. Contudo, o relatório do próximo quadrimestre pode sofrer algumas alterações em razão do embargo da China à carne brasileira e também pela determinação do Ministério da Agricultura de suspender a produção da proteína destinada ao país.
 
O embate entre China e Brasil, apesar de ser considerado bom para o consumidor, pode ser ruim para a economia e gerar desemprego, conforme disse o economista. “Dada a suspensão é possível que reduza o preço da carne internamente. Mas, a redução das exportações e das expectativas das exportações futuras pode gerar uma menor demando por trabalho e até demissões”.

 
IMPORTAÇÕES
O relatório do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) também aponta que as compras externas nos meses de maio a agosto de 2021 também foram as maiores desde 1997. Em relação ao mesmo período de 2020, a taxa de crescimento foi de 86,46%.
 
Dos 24 municípios da região, nove importaram no segundo quadrimestre deste ano, sendo Uberlândia e Araguari os principais importadores, concentrando 81,07% das compras totais no período. Houve uma participação também importante de Indianópolis com 17,33%.
 
Em relação ao período de janeiro a agosto deste ano, os valores de importações também são superiores a 2020. Foi registrado um total de U$ 346,93 milhões, com taxa de crescimento de 87,12%.  Esse aumento está diretamente ligado à expansão das exportações. Uma vez que boa parte dos produtos importados está relacionado a insumos agropecuários e mercadorias que a região também exporta.

 
 
 
 
 
 
 
 

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