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06/10/2021 às 12h00min - Atualizada em 06/10/2021 às 12h00min

Comerciantes projetam aumento de até 12% no preço do pão francês para os próximos meses

Sindicato diz que preço do kg do produto está variando entre R$ 10 e R$ 19 em Uberlândia; empresários justificam alta devido à inflação no valor dos insumos

GABRIELE LEÃO
Aumento no valor de insumos influenciou alta no preço do pão | Foto: AGÊNCIA BRASIL
O café da manhã do uberlandense poderá ficar mais caro nos próximos dias. No mês de setembro, comerciantes de Uberlândia tiveram que aumentar o preço do pão francês para arcar com as despesas de produção. Segundo eles, o valor do produto aumentou em média 10% e a previsão é que haja um novo reajuste de até 12% nos próximos meses.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Uberlândia (Sindipan), Milton Inhaquitti, o aumento significativo no preço do pão é uma realidade em diversos estabelecimentos da cidade. Conforme dito por ele, o valor do quilo do produto pode variar de R$ 10 até R$ 19.

Josewelton Alves de Souza é dono de uma panificadora no bairro São Jorge há oito anos e, com a pandemia, precisou fazer cortes rigorosos para se manter aberto. O comerciante tentou ao máximo não aumentar o valor do pão francês para o consumidor, mas com o aumento no preço dos insumos, não teve jeito.

“No início do mês o valor do kg do pão era R$10,90. Agora é R$15,90, mas mesmo assim, ainda não conseguimos manter o funcionamento. Está tudo muito caro”, comentou.
Ainda de acordo com Josewelton, a despesa dele chega a R$ 90 mil por mês para manter a panificadora funcionando. Esse aumento no valor da despesa, segundo ele, foi puxado pela inflação no preço do gás, água, farinha de trigo, impostos, energia e outros insumos.

O proprietário ainda contou que precisou se desfazer de bens materiais para conseguir passar pela pandemia. Devido a situação atual no município, o alto índice de desemprego e oscilações na abertura do comércio, os prejuízos acumularam.

“Ficamos abertos durante o isolamento, mas as pessoas não tinham dinheiro para comprar e não tivemos nenhum tipo de redução de impostos ou ajuda. Os comerciantes estão sobrevivendo, mas não sabemos até quando”, explicou.

Para Nelson Ferreira, proprietário de uma panificadora no bairro Minas Gerais há 35 anos, a pandemia foi um dos piores momentos de toda a história do comércio dele. Em setembro, o preço do kg do pão francês no comércio dele aumentou 10% e a previsão é que em novembro os valores voltem a subir.

“Tivemos que reajustar o preço do quilo do pão para R$ 13. Nossas despesas aumentaram consideravelmente e para os próximos meses teremos que fazer novos reajustes de preços”, complementou.


Nelson contou que o gasto mensal da panificadora gira em torno de R$70 mil e a expectativa é que o valor aumente ainda mais. Nelson ainda comentou que já avisou as empresas parceiras e clientes sobre o novo reajuste nos próximos meses e que alguns já se queixaram. 

“Estamos segurando para não repassar para o cliente todos os aumentos, mas fica difícil. Ainda não tivemos todos os reajustes previstos, como o preço da farinha de trigo que deve aumentar cerca de 12%”, conta.

O preço da saca de trigo de 25 kg em Uberlândia no mês de outubro irá variar entre R$64 a R$85, segundo os comerciantes.

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