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25/08/2021 às 09h50min - Atualizada em 25/08/2021 às 09h50min

Inflação do mês de julho é a maior em 17 anos em Uberlândia

Preços dos grupos de habitação, transportes e alimentos impactaram no índice

LORENA BARBOSA
Frutas e verduras tiveram alta no preço em razão das condições climáticas | Foto: STOCK
Foi divulgado, nesta terça-feira (24), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente ao mês de julho. Segundo os dados do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), a taxa foi de +0,69% e é a maior do mês de julho desde 2004. No acumulado dos sete primeiros meses do ano a inflação em Uberlândia foi de 4,20%.
 
Sete grupos registraram alta nos preços durante o último mês: Habitação (+1,98%), Artigos de residências (+1,21), Vestuários (+0,93%), Transporte (+0,63%), Comunicação (+0,32), Alimentação e bebidas (+0,27%) e Despesas pessoais (0,17%). Segundo a economista Graciele de Fátima Sousa, os reajustes nas tarifas da energia elétrica e no preço dos combustíveis são algumas das justificativas para a inflação encontrada nestes índices.
 
“O grupo habitação teve uma elevação principalmente pelo aumento do valor de energia, que entrou em bandeira tarifária, além do aumento no gás de cozinha. Já o segundo grupo, que é o de transportes foi influenciado pelo preço dos automóveis, novos e usados, que subiu com o aumento do dólar, com a falta de insumos e reajustes nos valores das matérias primas. Os combustíveis também impactaram na taxa do grupo após os reajustes nas refinarias”, explicou.
 
Ainda segundo a profissional, que é uma das responsáveis pelo estudo, o grupo dos alimentos também contribuiu para o aumento do índice de julho. As drásticas mudanças de temperatura fizeram com que o preço, em especial das frutas, disparasse.
 
“As frutas saíram de um índice de -3,98% em junho para 6,05% em julho. A laranja-pêra e a maçã foram os itens que mais sofreram aumento. Os alimentos mudam muito de acordo com as condições climáticas e em julho tivemos baixas temperaturas e geadas que impactaram na produção e qualidade das verduras e frutas. A oferta no mercado foi menor”, disse Sousa.


 
DEFLAÇÃO
Na contramão da elevação dos preços, dois grupos registraram deflação: Educação (-0,02%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,30). Graciele destaca que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou reajuste negativo nos valores dos planos de saúde, o que pode fazer com que algumas pessoas tenham alívio nas mensalidades.
 
“Os planos de saúde tiveram um reajuste negativo e as operadoras de planos de saúde não podem subir os valores, o que contribuiu com a queda do índice”, destacou Graciele.
 
CESTA BÁSICA
O estudo levantou ainda o valor da Cesta Básica de Alimentos (CBA) em Uberlândia, no mês de julho. O gasto mensal foi de R$ 516,37 e sofreu uma variação de (+0,39). Ainda segundo a economista, mesmo com a queda dos preços de alguns itens básicos, como arroz (-4,78%), o pão (-5,10%) e a batata (-16,03%), o aumento de outros alimentos impactaram no preço final. Dos treze alimentos estudados, sete tiveram aumento nos preços e seis apresentaram queda.
 
“A gente vinha de variações negativas desde maio, mas agora o valor final voltou a aumentar. A gente observa que está tendo um aumento nos preços dos alimentos básicos. O destaque é o tomate, com alta de 20,29%, a margarina (+4,40%) e o café (+2,76%). A carne tem tido altas pequenas, mas constantes, mês a mês, e o preço da carne representa 45% no valor total da cesta básica.”, concluiu Graciele.
 

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