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24/08/2021 às 10h45min - Atualizada em 24/08/2021 às 10h45min

Turismo retorna, mas agências de viagens ainda sofrem com baixa demanda

Pandemia ainda impacta o setor e profissionais tentam se adaptar às novas realidades

LORENA BARBOSA
Destinos nacionais são a saída para quem deseja viajar, mas preços de passagens e hotéis preocupam | Foto: THALITA FERNANDES
Um dos setores mais impactados pela pandemia do coronavírus foi o do turismo. As agências de viagens sofreram com a baixa na procura por pacotes de viagens e ainda precisaram atender inúmeros clientes que desistiram ou foram impedidos de viajar. Além da incerteza com os números da doença, o problema agora é lidar com a nova situação econômica.
 
Uma das pessoas que passou pela burocracia de um cancelamento foi a secretária, Daniela Pontes. Ela tinha uma viagem marcada para Barcelona, em abril de 2020, mas não conseguiu embarcar para as terras catalãs. As fronteiras da Espanha foram fechadas um mês antes. Mais de um ano depois, a viagem não saiu do papel e deve ser cancelada definitivamente. Além da incerteza com a Covid-19, os preços altos também desestimularam o projeto.
 
“De lá pra cá o euro subiu muito. Viajar para a Europa está muito caro. Eu paguei cerca de R$ 2.500 na passagem na época, e hoje está R$ 3.500. O sonho foi cancelado, não tenho pretensão de ir pra lá tão cedo”, concluiu.
 
Essa situação foi vivida por inúmeros clientes de Lucas Resende. Ele é gerente de uma agência de turismo e explica que o setor vive uma incerteza muito grande. Quando a situação parece estar se encaminhando para a normalidade, uma nova variante ou uma alta no número de casos da doença faz com que as fronteiras se fechem e fique mais difícil viajar.
 
“As fronteiras de todo o mundo, praticamente, seguem fechadas para o povo brasileiro. Nossa expectativa é que a vacinação aumente para que essas fronteiras sejam liberadas e a gente possa retomar essas viagens internacionais", contou o gerente.
 
Fugindo das restrições e exigências das fronteiras, a dona de uma outra agência de viagens, Thalita Fernandes, mudou o foco de vendas. Desde o início da pandemia, ela abandonou roteiros internacionais e cruzeiros, se dedicando à venda de viagens em solo brasileiro. Ela conta que a procura por ofertas nacionais tem aumentado e as expectativas são positivas.
 
“Eu espero que as comemorações de fim de ano mantenham esse aumento na procura por pacotes e que eu consiga regularizar todas as remarcações, são cerca de cem passageiros para viajar. A vacinação ajuda bastante e traz uma sensação de maior segurança e conforto”, explicou a agente de turismo.
 
Lucas Resende também percebeu uma reinvenção no turismo nacional, que foi uma saída para que as agências continuassem funcionando. Mas segundo o gerente, os altos preços praticados pelas companhias aéreas e as redes hoteleiras acabam desestimulando a compra por pacotes com destinos brasileiros.
 

“É uma oportunidade única de promover viagens pelo país, com bons preços, promoções e boas formas de pagamento. Só que a gente percebe tarifas mais caras e destinos pouco explorados. Eu negociei uma passagem nacional de última hora para um cliente e ele pagou mais caro do que se fizesse uma viagem internacional”, explicou Resende.
 
Enquanto a vida não volta à normalidade, as agências seguem trabalhando para atender a demanda dos clientes, sejam por novas viagens ou para o reagendamento de antigas. Mesmo que o aumento nas vendas seja discreto, os profissionais do setor esperam que o fim do ano seja próspero para os negócios, principalmente contando com o avanço da vacinação que traz mais segurança para quem planeja uma viagem.

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