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25/07/2021 às 13h00min - Atualizada em 25/07/2021 às 13h00min

Uberlândia registra aumento de 62% no número de queimadas em 2021

Com as ocorrências, cresce também a saída de animais das matas para fugirem do fogo e, consequentemente, aumentam os atropelamentos dos bichos nas rodovias

GABRIELE LEÃO
Queimadas desregulam o ecossistema I Foto: Polícia Militar do Meio Ambiente/Divulgação
O tempo seco que vem em épocas como o inverno traz também um grande perigo: as queimadas. Uberlândia já está em alerta. Com a estiagem, a cidade já registra aumento de 62% no número de queimadas, em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados do Corpo de Bombeiros. Além disso, o número de salvamentos de animais em situações de risco e perigo já chega em 223 casos desde o início do ano. No ano passado, o número chegou a 200, no mesmo intervalo de tempo.

Segundo o Sargento Dhiego Costa, do Corpo de Bombeiros, as queimadas prejudicam a flora e fauna, desregulam o ecossistema e prejudicam o ser humano, causando diversos prejuízos, inclusive doenças respiratórias. “A maioria das ocorrências, até o momento, são em lotes vagos, parques e acostamentos das rodovias, e em sua grande maioria são por causas humanas", apontou.

Ainda de acordo com o sargento, vários animais foram capturados em decorrência dessas queimadas, principalmente serpentes. “Ao perceberem os indícios de fumaça ou fogo, eles procuram abrigo e vão em direção às estradas. Nesse pequeno período, já resgatamos diversos animais atropelados", informou. Ainda de acordo com dados dos bombeiros, de janeiro a junho de 2021, o número de animais silvestres capturados, considerados agressivos, chegou a 199. Em 2020, também no primeiro semestre, o número foi de 172.

O tenente Diego Jorge de Oliveira Machado, da 9º Cia da Polícia Militar do Meio Ambiente, contou que, nesse período, a população pode usar o 190 para solicitar o atendimento e fazer denúncias. “Nossa equipe se desloca até o local e caso haja algum animal que precise de atendimento, ele é encaminhado para o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Em casos de incêndio, se o autor estiver no local, pode ser autuado e preso. Os crimes ambientais têm penalidade de até 4 anos de cadeia, além de multa", orientou.

ANIMAIS QUEIMADOS
André Quagliatto, veterinário e responsável clínico pelo ambulatório de animais silvestres da UFU, revelou que, a partir do mês de junho até outubro, é normal receber animais queimados, mas esses atendimentos não impactam somente os feridos, mas a fauna e flora. “Olhando para um contexto geral, recebemos animais de grande porte, como tamanduá, quati e cachorro do mato, mas ainda têm aqueles que servem como alimentos para esses animais, como, formigas e cupins, que também são afetados, além dos répteis e jabutis que não são velozes e acabam sendo atingidos pelo fogo. Além de causar perda para a natureza, isso pode causar um desequilíbrio, pois diminui a alimentação dos animais", pontuou.

O veterinário ainda fez um alerta. “Não é somente o fogo que causa impacto na saúde dos animais. Assim como nos humanos, a fumaça pode causar danos respiratórios e até mesmo levar a complicações e causar a morte dos animais”, contou.

Dhiego Costa ainda completou. “É importante tomar medidas mais incisivas para evitar as queimadas. E orientar para que não façam fogueiras próximas à vegetação e, se elas forem montadas em áreas próximas à vegetação seca e às pastagens, o que pode ocasionar um gigantesco incêndio, devem usar pedras para demarcar e ao apagar, usar água para evitar faíscas. Além disso, evitem queimar móveis, lixo ou lotes vagos. Capinem a área perto de suas casas, pois o risco de queimadas é maior em propriedades cercadas com vegetação bruta, sem qualquer contenção", alertou.



 

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