O clima seco, comum no Inverno, se caracteriza pela baixa umidade do ar e pode provocar vários danos à saúde. O ressecamento das mucosas, tecido que protege as vias respiratórias, deixa o corpo mais suscetível à entrada de bactérias e vírus e aumenta o contato com a poluição.
Em Uberlândia, a rede Drogalíder registrou o aumento de 192,16% na compra de umidificadores no 2° trimestre em relação ao 1° trimestre, em 2021. A gerente de farmacêutica Cristina Gianelli dos Santos, da unidade do bairro Morada da Colina, contou que o crescimento pela busca por umidificadores e inaladores chegou à 95%, nos últimos 40 dias. “Além disso, em relação ao ano passado, ambos em tempos de pandemia, o crescimento na busca pelos produtos chegou à 80%", contou.
Ainda segundo ela, as pessoas têm demonstrado mais zelo pela saúde e bem-estar desde o início da pandemia do coronavírus e a procura por soro fisiológico e polivitamínicos também aumentou. “A idade média dos clientes que buscam esses cuidados é de 30 a 58 anos", comentou.
O funcionário público Lucas Pires sofre com o tempo seco. Há oito anos, ele buscou tratamento específico para a rinite, condição que acontece quando há uma inflamação que acontece especificamente nas mucosas nasais. "Sempre que há uma mudança brusca de temperaturas, tenho crise alérgica. Nesse ano, com o frio que chegou repentinamente, tive reações muito fortes, como secreção nasal, que causam machucados no nariz, coriza, tosse, incômodo na garganta e até mesmo indisposição. Mesmo com o tratamento, sei que minha situação é irreversível, por isso, sempre que começa o frio, já tenho medidas para ajudar", disse.
Lucas ainda não possui o umidificador, e para burlar a baixa umidade do ar, ele diz que recorre a estratégias. "Coloco uma toalha úmida no quarto, ou uma bacia de água para evitar o ar muito seco. Além disso, mantenho a hidratação e sempre recorro a lavagem nasal com soro fisiológico", contou.
O otorrinolaringologista Ricardo Maurício orientou que no tempo seco é importante estar atento a umidade do ar, assim como manter a hidratação. "O uso do umidificador é essencial em tempos mais secos, principalmente quando a umidade do ar fica abaixo de 40%. O uso do termo-higrômetro em casa ajuda a perceber essa necessidade, pois é necessário um equilíbrio para evitar, por exemplo, a proliferação de fungos, que habitam em ambientes muito úmidos", explicou.
Ricardo Maurício ainda completou dizendo que "entre as principais consequências desse clima, estão os problemas alérgicos e respiratórios, principalmente entre crianças, idosos e pessoas que já sofrem com sinusite, rinite, asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)".
Ainda de acordo com o médico, o ideal é que com a chegada desses tempos mais secos, a pessoa tome pelo menos um copo de água a cada hora, assim como evitar banhos quentes. “Se a umidade do ar chegar entre 12% e 20%, chamado de área de atenção, deve-se evitar exercícios físicos das 10h às 16h, atividades que necessitam de muito esforço físico e fazer os cuidados com o corpo, como manter a hidratação, usar hidratante corporal e labial e fazer o uso do umidificador, claro, longe de travesseiros e edredom, para evitar que este ambiente fique muito úmido e atraia fungos", observou.