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12/02/2021 às 12h28min - Atualizada em 12/02/2021 às 12h28min

Setor comercial lidera queda no consumo de eletricidade em Uberlândia

De acordo com a Cemig, diminuição é reflexo do fechamento de comércios decorrente da pandemia; home office aumentou consumo residencial em 2020

IGOR MARTINS
Especialista dá dicas de como economizar com a eletricidade no home office | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 2020, o setor comercial de Uberlândia reduziu em praticamente 13% o consumo de energia elétrica na cidade, se comparado a 2019. Os dados foram divulgados pela Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig), que justificou a queda por conta dos reflexos de fechamento de estabelecimentos durante a pandemia da Covid-19.

Em 2019, a área comercial consumiu um total de 443.240 Megawatts-hora (MWh). Já em 2020, o número caiu para 384.745. Segundo Carlos Magno Henriques Corrêa, gerente de Planejamento de Mercado da Cemig, o setor foi o mais impactado pelo coronavírus. A tendência é de que o ramo continue sendo impactado, levando em consideração o aumento de casos de coronavírus no estado de Minas Gerais.

“Nós tivemos muitos fechamentos de serviços, escolas particulares e universidades. Quando as lojas reabrirem, elas não vão consumir em dobro para compensar o consumo. Além disso, nós temos também os casos de empresas que fecharam presencialmente, mas que aderiram ao modelo home office. Isso gerou uma compensação no consumo no setor residencial”, explicou.

O consumo residencial, conforme dito por Corrêa, foi o que apresentou maior aumento entre os anos comparados. Em 2019, foram 520.611 MWh consumidos em Uberlândia. Em 2020, o consumo aumentou 5,16%, saltando para 547.471 MWh. Outro setor que apresentou incremento no consumo foi o industrial, com acréscimo de 4,86%.

Em 2019, o mercado industrial foi responsável pelo consumo de 522.431 MWh, número que cresceu para 547.808 em 2020. Para Corrêa, o aumento pode ser justificado pela rápida retomada do setor mesmo com restrições no início da pandemia. Segundo o funcionário da Cemig, a expectativa do consumo para a área seria ainda maior caso a Covid-19 fosse freada no município e no estado.

“Antes da pandemia, a indústria já vinha consumindo muito e estava num patamar de consumo acima do primeiro trimestre de 2019. Mesmo com a pandemia, nós tivemos uma queda no consumo, mas o setor não sofreu grandes paradas. Pouco depois, o mercado industrial voltou ao normal e acabou recuperando o patamar de produção anterior”, detalhou Carlos Magno.
Por fim, o setor rural foi outro a apresentar queda no consumo de energia em 2020. Para Corrêa, o período de chuvas é um dos fatores que ajudam a explicar a diminuição, uma vez que equipamentos de irrigação passaram a ser menos utilizados devido às precipitações do último ano.

“O ano de 2019 foi muito ruim de chuva. Já no primeiro trimestre de 2020, tivemos várias regiões com boas chuvas, e o que determina o setor rural a crescer sempre está bastante associado com isso”, contou à reportagem.
 
Confira abaixo o gráfico de consumo em Uberlândia:
 

Consumo Total Uberlândia (MWh)

Classe

2019

2020

Comparativo (%)

Comercial

443.240

384.745

-13,20%

Industrial

522.431

547.808

4,86%

Residencial

520.611

547.471

5,16%

Rural

57.484

54.117

-5,86%


HOME OFFICE
Quem precisou desembolsar mais dinheiro com a conta de energia elétrica foi o uberlandense Saulo de Oliveira Silva. Em conversa com o Diário, ele disse que o aumento do consumo aconteceu depois que sua empresa adotou o modelo home office, além da suspensão das aulas presenciais nas escolas de Uberlândia, que obrigou sua filha a ficar em casa.

“Antes da pandemia, eu ia para o trabalho às 9h e voltava às 18h. Tenho uma filha pequena que também ia à escola, mas, com a suspensão, ela deixou de ir. Com isso, minha esposa passa mais tempo com ela fazendo algumas atividades e eu utilizo mais o computador. Em dias mais quentes, fico com o climatizador ligado e isso gera aumento”, disse.

Saulo conta que entre novembro de 2019 até o início da pandemia, seu gasto médio mensal com energia era de R$ 160. Já depois da pandemia, o gasto aumentou para cerca de R$ 185, uma elevação de, aproximadamente, R$ 25 mensais. “É um aumento de, praticamente, 15% mensalmente”, detalhou o analista de sistemas.
 
DICAS
A consultora de gestão financeira Georgiane Gontijo de Oliveira cedeu entrevista ao Diário para dar dicas à população de como economizar no consumo de eletricidade. Segundo ela, os gastos com energia elétrica aumentaram, consideravelmente, no último ano nas casas.
 
Para as pessoas que trabalham no modelo home office, é importante sempre procurar ambientes onde a luz do sol prevaleça durante o dia. Assim, não é necessário deixar uma lâmpada acesa durante o horário de trabalho, o que gera diminuição no consumo. “Em conversa com clientes, nós já constatamos que isso teve um impacto na conta do fim do mês”, explicou Georgiane.

Confira outras dicas dadas pela consultora:
 
- Quando for parar de utilizar notebooks ou computadores, evite deixá-los em modo repouso, porque ele também consome. Mesmo que pouco, esse pequeno consumo diário pode fazer uma grande diferença ao fim de 30 dias. Só fechar a tela do notebook não é suficiente, porque ele continua funcionando e continua consumindo energia.
 
- Para quem tem impressora a dica é a mesma. Só deixe ela ligada quando for utilizá-la de fato. O botão verde ou o vermelho continua consumindo energia.
 
- Quando for fazer transferência de arquivos ou downloads, dê preferência a um HD externo, porque ele não precisa ficar ligado diretamente na tomada.
 
- Sempre fique atento a possíveis barulhos em seu computador e notebook. Com a máquina cheia e barulhenta, o cooler dele passa a trabalhar mais e isso gera mais consumo.



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