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09/02/2021 às 09h00min - Atualizada em 09/02/2021 às 09h33min

Profissionais da educação decidem manter paralisação em Uberlândia

Categoria reivindica ser vacinada contra o coronavírus para voltar presencialmente às escolas com segurança

DA REDAÇÃO
Protesto começou nesta segunda-feira (8) e categoria aguarda nova reunião com a Secretaria Municipal de Educação | Foto: Divulgação
Profissionais da educação da rede municipal deliberaram, em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (8), manter a paralisação iniciada ontem, dia em que ocorreu a retomada das aulas presenciais em Uberlândia.

Segundo o líder do movimento, Ronaldo Amélio Ferreira, professor e membro do Comitê de Luta da Rede Municipal, a decisão foi tomada por unanimidade. A categoria reivindica ser vacinada contra o coronavírus para voltar presencialmente às escolas com segurança.

Ainda de acordo com Ronaldo Ferreira, a categoria também formou uma comissão negociadora. “Ela fará a interlocução com a Secretaria Municipal de Educação para propor e garantir um retorno nosso com mais segurança. Nesta terça-feira (9), faremos mais uma reunião, às 18h, para nova avaliação”, explicou o líder do movimento.

Também segundo Ronaldo Ferreira, na assembleia, foi mostrado que 70% das escolas municipais não têm condições de receber os alunos no formato presencial. “Portanto, esse movimento não é só pelos profissionais da educação, é por toda a população, já que estamos vendo a saúde pública entrando em colapso e as escolas sem as condições adequadas para fazer essa retomada presencial”, disse.

Nesta segunda-feira, conforme Ronaldo Ferreira, cerca de 40% das escolas municipais paralisaram suas atividades parcial ou integralmente. De acordo com apuração do Diário, 45 escolas anunciaram a paralisação.

“É preciso deixar claro que nós, da educação, estamos ansiosos para retomar as aulas presenciais, mas temos a clareza de que o ensino remoto ou à distância é crucial neste momento de pandemia”, afirmou o líder do movimento, ao Diário, em reportagem veiculada na segunda.

A reportagem do Diário questionou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Uberlândia para saber o posicionamento sobre a manutenção da paralisação dos profissionais da educação da rede municipal e a afirmação do líder do movimento de que a maioria das escolas não têm condições de receber os alunos de forma presencial, mas, até o momento, não houve resposta.

Na segunda-feira, por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que a decisão de volta às aulas foi tomada mediante análise e discussão por parte de especialistas em saúde pública do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 e representantes de vários setores da sociedade.

COMISSÃO DA CÂMARA
A Comissão Permanente de Educação, Cultura e Ciência da Câmara de Vereadores de Uberlândia se posicionou, oficialmente, contrária à volta às aulas presenciais na cidade neste momento. A decisão, tomada em reunião da comissão realizada na segunda-feira (9) e anunciada durante a sessão ordinária da Câmara Municipal ocorrida nesta terça-feira (9), levou em consideração o aumento do número de casos e mortes em decorrência da Covid-19 e de ocupação de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) e a necessidade de adequação de escolas da rede municipal e suas instalações aos protocolos sanitários estabelecidos. 

Ainda de acordo com o documento, a comissão aprovou, nos termos do Artigo 94, XIV, do Regimento Interno da Câmara, a realização de inspeção oficial por amostragem em 60 unidades escolares do município, nas zonas urbana e rural e nas credenciadas, para verificar as condições de biossegurança, respeito aos protocolos, espaços físicos e condições de trabalho dos profissionais da educação.

Também segundo a manifestação oficial da Comissão Permanente de Educação da Câmara, foi aprovada a criação de um canal oficial (email: [email protected]) de denúncias e sugestões para toda comunidade escolar e sociedade em geral sobre situações referentes ao retorno às aulas presenciais.

Foi informado no documento, ainda, que haverá “o encaminhamento de ofícios e notificações requerendo de órgãos e autoridades diversas, informações e dados que sustentaram a tomada de decisão de retorno das aulas neste cenário crítico da pandemia, com o intuito de preservar o direito fundamental a vida, que se sobrepõe a qualquer outro Direito Constitucional”.





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