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07/02/2021 às 08h00min - Atualizada em 07/02/2021 às 08h00min

Em Uberlândia, suspensão do ponto facultativo pode beneficiar setores da economia

Para CDL, medida deve incentivar abertura de setores em Uberlândia no Carnaval

IGOR MARTINS
Prefeitura suspendeu pontos facultativos referentes à data comemorativa | Foto: Arquivo/Diário de Uberlândia

Na última semana, a Prefeitura de Uberlândia anunciou a suspensão do ponto facultativo durante o Carnaval 2021. A medida vai ao encontro da decisão tomada pelo Governo de Minas Gerais e tem como objetivo desestimular viagens e a ocorrência de eventos que possam gerar aglomerações e provocar aumento de infecções pela covid-19 no município.
 
Anteriormente, em decreto publicado pelo Executivo, estavam previstos três pontos facultativos em Uberlândia: nos dias 15 e 16 de fevereiro, durante todo o dia, e no dia 17, conhecido como a Quarta-Feira de Cinzas, até 12h. Já no dia 29 de janeiro, a Prefeitura publicou no Diário Oficial do Município (DOM) uma retificação do anexo anterior, eliminando as datas como pontos facultativos.
 
A decisão foi elogiada pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia, Cícero Heraldo Novaes. Segundo ele, a suspensão é necessária para evitar a proliferação do vírus na cidade e consequentemente haver um reflexo da evolução da pandemia no município, podendo resultar em novos decretos de restrições ao funcionamento de estabelecimentos.
 
“Nós sabemos que o Carnaval é uma festa popular e que a população tem necessidade de pôr muitas coisas para fora nas festas, mas se aumentar muito a aglomeração, o Poder Público pode fechar o comércio como consequência do aumento de casos. Apesar de frustrar o apelo popular de ter uma folga, a suspensão é importante”, disse em entrevista ao Diário.
 
De acordo com Novaes, a tendência é de que os bancos e comércio varejista não abram na segunda-feira, devido a possíveis acordos sindicais. É costume que o Dia do Comerciário seja transferido para um dia antes do Carnaval, emendando quatro dias consecutivos junto com a festividade. Para o presidente da CDL, é fundamental que os setores de serviços e atacadistas funcionem normalmente, conforme a vontade dos empreendedores.
 
“A suspensão do ponto facultativo diz respeito ao Poder Público. Na iniciativa privada, é o patrão quem decide se abre ou não. Com esse abre e fecha que ocorreu em Uberlândia, os empreendedores já sentiram que não há outra alternativa, senão abrir. O nosso posicionamento é de que a forma como essa suspensão foi conduzida está correta. Para que termos aglomeração e aumentar a Covid?”, questionou Cícero.
 
Ainda de acordo com ele, pode haver uma retaliação contra os comércios e serviços na cidade, mas afirmou que o Poder Público já entendeu que o setor não é responsável pelo aumento de casos do coronavírus em Uberlândia.
 
“Eu acredito que boa parte das pessoas vão encarar a segunda-feira como um feriado, mas nos outros dias, a população vai trabalhar normalmente. É de praxe que no Carnaval as empresas fechem na segunda e na terça. Muitas pessoas viajam e unem quatro ou cinco dias de folga. As pessoas estão precisando abrir e trabalhar. Depois de vários fechamentos, o momento é de tentar faturar, para todo mundo continuar empregado e manter a sua receita”, detalhou o presidente da CDL.
 
SEM VACINA, SEM FESTA
 
Responsável pela organização de blocos de Carnaval em Uberlândia, o Abre Alas demonstrou apoio à não-realização de festas típicas da época na cidade durante a pandemia. Luiz Gustavo Miotto, empresário cofundador da instituição, conversou com o Diário sobre o momento vivido no cenário cultural e sobre seu posicionamento perante ao caso.
 
“Dadas as condições da pandemia, é óbvio que a gente não enxerga no horizonte a possibilidade de realização do Carnaval de forma segura. Nós preferimos aguardar um cenário mais favorável para pensar na organização de uma festa na rua. Nós não temos nenhuma perspectiva sobre isso. Nós acreditamos que a realização das festas está ligada à imunização da população e, neste momento, ninguém pode dizer ao certo quando ocorrerá essa imunização”, explicou Miotto.
 
Luiz Gustavo disse à reportagem que em meados de junho de 2020, a Abre Alas ainda acreditava na possibilidade da realização do Carnaval no Brasil, mas à medida que as coisas se desenrolaram no país, eles perceberam que essa alternativa ficava cada vez mais difícil. De acordo com ele, o momento é triste para o setor cultural, mas o cancelamento de festas é necessário para preservar a saúde da população uberlandense.
 
“Isso atrapalha a cidade, a festa do Carnaval. O Brasil vive uma interrupção não apenas no setor cultural, mas em todas as áreas. Infelizmente, a cultura perde um pouco, mas vários outros setores também estão sendo assolados e isso é natural. Temos que pensar na saúde de todos“, disse.
 
Ainda segundo Luiz Gustavo Miotto, o cenário cultural espera um apoio ainda maior das autoridades públicas em uma possível realização das festas carnavalescas em 2022. Para o cofundador da Abre Alas, a data festiva é importante para o turismo de Uberlândia, auxiliando ainda no alavancamento da economia no município.
 
“A Secretaria Municipal de Cultura sempre esteve de portas abertas para dialogar conosco. Entretanto, a gente percebe que não há um planejamento desenvolvido no sentido de incentivar o turismo devido às festas de Carnaval aqui na cidade. O Carnaval é bom para a economia como um todo. Nós vamos aguardar o momento mais oportuno, mas seguimos comprometidos com o folião, com a festa livre e democrática que é o Carnaval, sempre acessível para toda a comunidade”, detalhou Luiz Gustavo.



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