Escolas particulares já estão se programando para retomar as aulas presenciais no início de fevereiro em Uberlândia. Mesmo sem divulgar um decreto oficial que autoriza o retorno das atividades, a Prefeitura de Uberlândia já publicou uma cartilha de recomendações às instituições.
Segundo o Sindicato das Escolas Particulares do Triângulo Mineiro (Sinepe), a expectativa é de que as aulas presenciais retornem no dia 8 de fevereiro nas 136 escolas que fazem parte da associação. Embora a cartilha preparada pela Prefeitura mencione que essa será a data de retomada desse formato se a pandemia não voltar a crescer em Uberlândia. “A confirmação dependerá da estabilidade do número de casos na cidade”, informa a cartilha.
“Nosso objetivo é voltar com as atividades nessa data. Uma semana antes, iremos realizar ações para testar os professores e funcionários das instituições, além de adaptar os locais para receber os alunos”, explicou a presidente do Sindicato, Átila Rodrigues.
Levando em consideração o protocolo do Município, nos dois primeiros meses, as escolas deverão atuar somente com 50% da ocupação. Sendo assim, as escolas associadas ao Sinepe irão funcionar de forma híbrida, atendendo alunos tanto presencialmente quanto à distância.
“Cada escola irá decidir qual será a melhor forma para fazer essa divisão e escolher como serão oferecidos esses dois serviços. A única regra é que os funcionários e alunos que convivem com doenças de risco deverão continuar nas aulas remotas”, complementou Átila.
O Colégio Metta, que recebe alunos desde o ensino infantil até o 9º ano, dará liberdade para que os pais ou responsáveis escolham a melhor opção para os filhos. De acordo com o diretor administrativo Francisco Carvalho, os alunos de uma determinada turma terão o mesmo nível e qualidade de aula aplicada presencialmente ou online.
“Já estamos recebendo rematrículas e matrículas, e os pais já estão manifestando as escolhas de deixar o filho continuar no ensino remoto ou de retornar para o presencial”, explicou.
A programação também será a mesma no Colégio Marista, que atende alunos do maternal até o ensino médio. Conforme explicou a diretora educacional Gracielle Naves Pereira da Costa, a instituição está realizando uma pesquisa com os pais ou responsáveis para saber qual será a intenção de cada um.
“Estamos fazendo esse planejamento para que seja feita uma programação sobre como iremos funcionar. Não iremos medir esforços para que a qualidade das duas formas de ensino permaneça alta”, disse.
RECEIO
A jornalista Maria Clara Bastos, de 32 anos, faz parte do grupo de pais que ainda não se sentem seguros em voltar com as atividades educacionais presenciais dos filhos. Para ela, o filho João Victor, de 14 anos, só irá voltar quando tomar a vacina contra a Covid-19.
“Temos um cuidado muito grande com a contaminação, sendo assim, pretendemos continuar com ele fazendo as aulas de forma remota. É mais seguro, e a preocupação é menor”, ressaltou.
João Victor estuda em uma escola particular da cidade e desde o início da pandemia está estudando de forma online. Segundo Maria Clara, a adaptação foi tranquila, e o filho já se acostumou com a mudança que é necessária para a segurança da família.
“Já realizei a rematrícula dele e, neste ano, ele começa o 9º ano. A escola já sinalizou que funcionará com as duas frentes de ensino, e espero que eu possa optar pela online. Ele entende a real situação e aceitou continuar assim por mais um tempo”, finalizou a jornalista.
MAIS MUDANÇAS
Além da redução da ocupação, as escolas deverão seguir com outras mudanças. Para a reabertura das instituições, é necessário que haja um controle rígido de higienização nas áreas comuns, salas de aulas e banheiros.
No Colégio Metta, as adaptações já começaram. De acordo com o diretor administrativo, Francisco Carvalho, o prédio está passando por organização dos espaços e também por instalação dos pontos de álcool em gel em todos os corredores e portas das salas de aulas.
“Seguiremos todas as recomendações do Município para termos um local seguro e agradável para os alunos e funcionários. Também estamos em processo de orientação do corpo docente, dos pais, dos alunos e dos outros trabalhadores”, disse.
O mesmo está sendo feito no Colégio Marista, que já começou a adaptação dos espaços. Entre as principais mudanças, a instituição irá reprogramar todas as atividades para que os alunos possam socializar com os colegas de forma segura, principalmente as crianças de 2 até 5 anos.
“Vemos que os pais dos alunos da educação infantil estão um pouco inseguros porque, nessa idade, é comum as crianças não entenderem o perigo da situação. Contudo, iremos fazer de tudo para que nada fuja do controle, e que elas possam estar em lugar seguro e confortável”, complementou a diretora educacional Gracielle Naves da Costa.
A cartilha de recomendação da Prefeitura prevê ainda que todos os frequentadores das escolas devem utilizar máscara de proteção individual em todos os ambientes e respeitar o distanciamento mínimo obrigatório. Também é necessário que todas as instituições controlem a entrada de alunos e funcionários, medindo a temperatura corporal. Outras orientações podem ser conferidas no site da Prefeitura.
DECRETO
Para a presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Triângulo Mineiro (Sinepe), Átila Rodrigues, as instituições particulares estão altamente preparadas para receber os alunos novamente. Agora, a associação aguarda o decreto oficial do Município para a volta às aulas.
“Estamos aguardando esse posicionamento, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou que a decisão é de competência do Município. Estamos em contato com o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 e esperamos por essa liberação”, frisou.
O Diário de Uberlândia entrou com contato com a Prefeitura de Uberlândia e solicitou um posicionamento em relação à previsão da volta das atividades presenciais nas instituições de ensino. Segundo a Secretaria Municipal de Comunicação, "a própria Prefeitura colocou essa data de 8 de fevereiro como possível retorno das aulas, desde que as condições sanitárias estejam adequadas".
CONDIÇÕES GERAIS PARA REABERTURA*
- Uso obrigatório de máscara
- Álcool em gel disponível em todos os ambientes
- Controle de entrada por temperatura corporal
- Distanciamento mínimo obrigatório
* desde que a pandemia não volte a crescer em Uberlândia
ESCALONAMENTO DE ESTUDANTES
- 50% dos alunos por turma, durante os dois primeiros meses, observada a capacidade do espaço físico e o distanciamento necessário, com possibilidade de redução para abaixo de 50%
- 100% dos alunos por turma no 3º mês
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