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02/09/2020 às 12h49min - Atualizada em 02/09/2020 às 12h49min

Pandemia deve fechar 40% das escolas particulares em Uberlândia, aponta sindicato

Presidente do Sinep-TM, Átila Rodrigues, disse que unidades que atendem exclusivamente o ensino infantil serão as mais afetadas

SÍLVIO AZEVEDO
Cidade da Criança comprou plataformas de trabalho para as aulas online | Foto: Divulgação
Em maio, o Diário trouxe uma matéria sobre o fechamento das escolas particulares em Uberlândia em decorrência da Codid-19. Na época, a projeção era de que 25% das unidades educacionais do município seriam afetadas. Três meses depois, a presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Triângulo Mineiro (Sinep-TM), Átila Rodrigues, afirma que cerca de 40% das escolas privadas não devem abrir as portas no próximo ano. Além disso, quem mais vai sentir o peso são as de educação infantil, de 0 a 5 anos.

“As escolas que atuam além da educação infantil estão com grandes dificuldades, mas conseguindo sobreviver e estão na expectativa do ano que vem. A exclusiva de educação infantil tem uma situação delicada. Acredito que hoje, em torno de 40% delas não devem voltar a funcionar o ano que vem”.

Ainda de acordo com a presidente do Sinep-TM, a expectativa do setor era poder voltar as aulas presenciais o quanto antes, mas com os desdobramentos da pandemia já se pensa em 2021.

“Hoje conseguimos levar apenas para os anos mais adiantados o ensino virtual, mas a infantil, com crianças de 0 a 5 anos não, pois elas têm dificuldade de compreensão pelas aulas online, até mesmo pela necessidade de os pais acompanharem. É uma situação de difícil aspecto pedagógico. É onde está o problema maior”.

Átila ainda acredita que o respiro para o setor será o aumento da demanda de alunos do ensino infantil por vagas nas escolas públicas em 2021. “Existe uma expectativa, ainda que parcial, que a rede pública, principalmente a municipal que tem a responsabilidade constitucional por essa faixa de ensino, não terá como absorver essa demanda de alunos”.

Mesmo com as adaptações, muitas unidades educacionais não conseguiram se ajustar a essa nova realidade e devido à crise instaurada pela Covid-19, já fecharam as portas. Outras conseguiram se inscrever no programa de manutenção de empregos do Governo Federal.

A Escola Infantil Cidade da Criança tinha, antes da pandemia, tinha 150 alunos e 42 funcionários, entre professores, auxiliares e administrativo. Mesmo com a manutenção das atividades, cortes tiveram que ser feitos para adequar à nova realidade financeira da instituição.

“Por determinação da promotoria do Direito do Consumidor tivemos que baixar o valor das mensalidades e isso acabou afetando e desestruturando financeiramente todas as escolas”, explicou a proprietária Ester Guimarães Oliveira.

Segundo Ester, a escola hoje tem 101 alunos matriculados, já que os do berçário já saíram, e a receita equivale a 1/3 do que recebiam anteriormente. “Como que banca toda estrutura que você tinha, com aluguel, manutenção. Água e luz são apenas 3% das despesas mensais que temos, mas o grosso mesmo são os funcionários”.

A proprietária também questionou a forma de adesão à Medida Provisória do Governo Federal para suspensão de contratos ou redução de carga horária. “Como vou aderir ao programa reduzindo carga horária, mas tendo que dar aula? Demitimos o pessoal de apoio, pois os pais deixaram de pagar, por exemplo, o contraturno. Então se não tenho essa receita não consigo manter mais funcionários”.

Para se adaptar ao momento atual, mantendo a escola em funcionamento, adaptações tiveram que ser feitas desde a parte financeira até a pedagógica, com aulas virtuais, para enfrentar o primeiro momento da pandemia.

“Tivemos que comprar plataformas de trabalho, que foi muito dispendioso porque trabalhamos com quatro pra gente suprir as necessidades das nossas crianças. Então, do ponto de vista pedagógico, tivemos que fazer uma série de mudanças”. 


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