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19/12/2020 às 09h00min - Atualizada em 19/12/2020 às 09h00min

Preço dos produtos pode impactar no tradicional jantar natalino dos uberlandenses

Alguns alimentos típicos da época registraram aumento significativo; nutricionista fala sobre opções para fugir dos preços altos

BRUNA MERLIN
Peru e tender tiveram aumento de 8% e 7%, respectivamente, de um ano para o outro | Foto: Freepik
O dia de reunir a família para celebrar o Natal está chegando e os preparativos para a ceia já começaram. Contudo, o aumento dos preços dos alimentos tradicionais da época pode ser um empecilho na hora das compras para a população de Uberlândia.

O Centro de Pesquisas Econômicos Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), vinculado ao Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI), realizou uma pesquisa e analisou a variação de valor dos produtos durante as segundas semanas de dezembro nos anos de 2019 e 2020. A pesquisa trouxe um levantamento da média dos preços cobrados em diversos supermercados da cidade. 

“Assim como ao longo deste ano com os alimentos básicos, o preço dos produtos da ceia de Natal também aumentou e alguns chegaram a ter até mais de 90% de elevação. Dos 19 produtos pesquisados, 15 tiveram aumento no valor”, destacou a economista, Graciele Sousa.

As frutas tradicionalmente consumidas na ceia foram os alimentos que mais registraram aumento de um ano para o outro. O destaque é a uva que passou de uma média de R$ 8,59 o quilo em 2019 para R$ 16,39 neste ano. 

A uva passa, muito utilizada no arroz, também teve um aumento significativo de quase 55%. No ano passado, o valor médio de 1kg era de R$ 35,37 e, agora, chegou a R$ 54,48. Outra fruta que registrou elevação e que é consumida em forma de calda foi o pêssego. O preço da lata de 830 gramas aumentou em média 14,88%.

“As frutas, principalmente a uva, tiveram uma safra menor durante a pandemia da Covid-19. Além disso, devido às condições climáticas que foram boas, elas estão com maior qualidade. Sendo assim, estimando a alta demanda e a safra menor, o valor aumenta”, explicou. 

O peru e o tender, que são os principais alimentos que contemplam o jantar natalino, também tiveram valores maiores neste ano. O preço do quilo do peru e do tender subiram mais de 8% e 7%, respectivamente. 

As bebidas alcóolicas também compõem a lista dos produtos que tiveram alta no preço. Neste ano, o vinho tinto teve um aumento de mais de 10%, chegando a uma média de R$ 15,64. Já o espumante passou de uma média de R$ 24,14 em 2019 para R$ 44,65 em 2020.

Ainda de acordo com Graciele Sousa, diversos motivos contribuíram para a elevação dos valores. Entre eles está a valorização do dólar e desvalorização do real que trouxe mais oportunidades para a exportação de produtos, fazendo com que a quantidade de alimentos para venda nacional ficasse menor e, consequentemente, os preços aumentassem. 

“Outra razão é que muitos insumos utilizados na produção desses produtos são importados e com a valorização do dólar tudo fica mais caro para o produtor que precisa aumentar o preço do produto final”, concluiu a economista. 

SOLUÇÕES
Para aqueles que querem tentar escapar dos altos preços e economizar na ceia de Natal, existem diversas soluções que podem substituir os produtos que estão mais caros. Conforme dito pela nutricionista, Verônica Lima, neste ano atípico, as pessoas podem adaptar o jantar e escolher alimentos mais baratos ou até mesmo diminuir a quantidade comprada.

No caso das frutas, a profissional explica que elas podem ser trocadas por outras mais baratas e que também estão típicas da época como, por exemplo, abacaxi, manga e maçã. “Para os amantes das frutas secas, a maça é ótima para desidratação e fica uma delícia na salada e até mesmo no arroz. Aqueles que querem gastar menos ainda podem até fazer o processo em casa mesmo, utilizando o próprio forno”, disse. 

Em relação ao peru e tender, que fazem parte da cultura natalina, são um pouco mais difíceis de serem substituídos. Portanto, as famílias que são mais flexíveis podem optar por outras aves como o frango ou até mesmo outras carnes como o porco, peixe ou os cortes bovinos.

O panetone que registrou um aumento significativo no valor também pode ser substituído por outros tipos de sobremesa. Segundo Verônica, as pessoas podem optar por um bolo com frutas cristalizadas e secas, além de outras opções que são encontradas em panificadoras. 

Para substituir o arroz, que está com um preço alto desde o início da pandemia do novo coronavírus, as famílias podem trocar por outros carboidratos. A dica da nutricionista é investir em uma farofa caseira ou colocar batatas para assar junto com a carne escolhida.

Por fim, a profissional disse que as ceias neste ano podem ser mais simples para ajudar na hora de economizar. Ela aconselhou que as pessoas priorizem alguns alimentos que não podem faltar na ceia de cada família e deixem de lado aqueles menos importantes. 

 
“Talvez investir em uma carne melhor, mas investir menos em frutas ou em outras guarnições seja uma saída. É importante investir naquilo que é importante para o jantar de cada um. O importante é não deixar de comemorar mesmo que a situação financeira esteja mais difícil”, aconselhou a nutricionista. 
 
 

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