Maior apreensão de maconha aconteceu em outubro no município de Prata | Foto: PRF/Divulgação
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Uberlândia, que também atende outras nove cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, registrou neste ano um aumento significativo no número de apreensões de materiais ilícitos na região. Entre as ocorrências mais recorrentes estão apreensões de cargas de maconha e cigarros contrabandeados do Paraguai.
Conforme apontam os dados da PRF, em todo o ano de 2019 foram apreendidos mais de 1 milhão de maços de cigarros contrabandeados durante fiscalizações e patrulhamentos. Até o mês de novembro de 2020, foram apreendidos mais de 3 milhões.
Em relação ao transporte de drogas pelas rodovias da região, também foi computado um aumento significativo. Em 2019, foram apreendidas 32 mil gramas de cocaína e mais de 300 mil gramas de maconha. Em 2020, foram recolhidas 43 mil gramas de cocaína e cerca de 3 milhões de gramas de maconha.
Em outubro deste ano, a PRF de Uberlândia apreendeu a maior carga de maconha no município de Prata. Durante uma fiscalização na BR-153, os policiais abordaram uma carreta carregada com dois mil tabletes da substância.
O condutor do veículo, de 30 anos, informou que receberia a quantia de R$ 2 mil para transportar a droga de Ponta Porã (MS) até Recife (PE). Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Polícia Federal de Uberlândia.
Na noite desta quarta-feira (25), outra ocorrência de contrabando foi registrada na BR-153 próximo à cidade de Prata. Desta vez, uma carreta carregada com cigarros do Paraguai foi apreendida. Mais de 400 mil maços, avaliados em cerca de R$ 2 milhões, foram apreendidos.
A cidade de Prata está entre as principais rotas para o transporte de materiais contrabandeados. Segundo o inspetor, Filipe Saad, a BR-153 dá acesso a diversas regiões do país, sendo assim, é a mais escolhida pelos criminosos.
“A rodovia corta todo o Brasil e liga as regiões Sul e Norte. Por ela, é possível acessar todas as localidades do país”, explicou.
BR-153, que corta a cidade de Prata, é uma das principais rotas utilizadas pelos criminosos | Foto: PRF/Divulgação
OUTROS REGISTROS Outros tipos de produtos contrabandeados também tiveram aumento na quantidade de apreensões. É o caso de bebidas. Somente no ano passado foram apreendidos 9,5 mil litros e, neste ano, o número subiu para mais de 16 mil litros.
A situação se repete para equipamentos eletrônicos. Em 2019 foram recolhidas 18 unidades de aparelhos contrabandeados enquanto até novembro de 2020 foram 866.
O número de crimes ambientais em rodovias federais também aumentou, principalmente em relação à captura e sequestro de animais exóticos. Conforme apontam os dados da PRF, a quantidade de apreensões passou de 26 em 2019 para 43 neste ano.
MOTIVOS O inspetor Filipe Saad explicou que existem três razões para o aumento do número de ocorrências e apreensões. A primeira está relacionada à pandemia do novo coronavírus, que diminuiu o fluxo de veículos nas rodovias, fazendo com que as ações policiais fossem cada vez mais direcionadas para o combate de crimes.
“Com a queda no número de ocorrências rotineiras, como acidentes e outras, as atividades puderam ser mais focadas na abordagem de veículo suspeitos e aos crimes de contrabando, tráfico e outros. Sendo assim, o número de apreensões aumentou”, detalhou o policial.
Outro motivo é a melhor capacitação dos policiais rodoviários para realizar fiscalizações mais detalhadas em veículos e documentos de motoristas. Além disso, neste ano, a PRF contou a criação do grupo tático de patrulhamento que é empenhado especificamente para combater crimes nas rodovias.
“Essa equipe, que é devidamente treinada, realiza uma atuação mais direta em relação aos crimes citados. Isso ajuda muito o trabalho da Polícia Rodoviária Federal”, complementou Saad.
Por fim, o inspetor ressaltou que as parcerias com outras forças de segurança como a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também têm grande impacto no número de aumento das ocorrências. “Através desses apoios, conseguimos obter maiores informações, denúncias e trabalhar em uma fiscalização melhor”, concluiu.