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22/11/2020 às 09h13min - Atualizada em 22/11/2020 às 09h13min

Polícia Federal faz alerta a comerciantes sobre golpe da nota falsa de R$ 200 em Uberlândia

Criminosos utilizam diversas formas para tentar repassar a cédula; vítimas devem entregar notas às autoridades

BRUNA MERLIN
Criminosos agem de diversas formas para tentar passar a nota falsa para frente | Foto: Agência Brasil
Pouco mais de dois meses após o seu lançamento, a nota de R$ 200 já se tornou mais uma arma nas mãos de criminosos que aplicam golpes com cédulas falsas. Os comerciantes são os principais alvos e a Polícia Federal de Uberlândia alerta sobre as artimanhas utilizadas pelos autores e faz orientações sobre como identificar a fraude. 

O proprietário de um restaurante localizado no bairro Minas Gerais, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que já caiu no golpe uma vez e que a tentativa dos criminosos de passar a nota falsa para frente é recorrente no estabelecimento dele.

“Aconteceu nos primeiros dias depois que ela foi lançada. A pessoa chegou pedindo para trocar a cédula em notas de menores valores e descobri só depois quando fui no banco fazer o depósito”, disse.

O comerciante relatou ainda que chegou a analisar as características da nota para identificar algum indício de falsidade, mas, de acordo com ele, a cédula era muito parecida com a verdadeira. “Ela tinha a marca d’água e todos os desenhos e informações da verdadeira. Se olharmos rápido, nem percebemos que é falsa”, disse o empresário. 

O delegado da Polícia Federal (PF) de Uberlândia, Almir Soares, explicou que os criminosos agem de diversas formas, mas as principais estão relacionadas à tentativa de trocar a nota falsa por cédulas de menores valores e também tentar despistar o crime comprando um item de baixo valor e entregando a nota falsa de alto valor.

“É muito comum que eles tentem comprar um refrigerante, um picolé ou alguns doces, que são itens de baixos valores, e entregam uma nota falsa de R$ 100 ou R$ 200 para pagar”, detalhou.

Além disso, com o passar dos anos, as quadrilhas que fraudam dinheiro estão investindo cada vez mais em equipamentos com alta tecnologia para tornar a resolução e a qualidade da nota falsa melhor. “Hoje eles já conseguem simular a marca d’água, que é muito utilizada pela as pessoas para verificar a procedência da cédula, e outras várias características”, complementou o delegado. 

DENÚNCIA
Conforme dito pelo delegado Almir Soares, até o momento somente cinco ocorrências de falsificação de notas de R$ 200 foram registradas em Uberlândia pela Polícia Militar (PM) e repassadas à Polícia Federal. De acordo com o delegado, o número ainda é baixo por dois motivos: a baixa circulação da nota no mercado e a falta de denúncia por parte das vítimas.

“É muito importante que as pessoas denunciem a situação para que os criminosos sejam responsabilizados e para que a polícia possa chegar aos grandes laboratórios de dinheiro falso. E isso não é somente para notas altas e sim para qualquer tipo de cédula”, ressaltou. 

A denúncia pode ser feita de diversas formas. Caso haja flagrante de algum cliente tentando pagar a mercadoria com a nota falsa, o dono do comércio deve acionar a PM e relatar o ocorrido. Se o proprietário estiver com a cédula, ela deverá ser entregue às autoridades.

Caso a vítima identifique a nota falsa somente depois do ocorrido quando estiver fechando o caixa, por exemplo, ela deve ir até sua agência bancária e acionar o gerente que realizará os trâmites necessários. 

O delegado da PF explicou que é muito comum as pessoas jogarem a nota falsa no lixo ou guardarem. De acordo com ele, os atos são errados e ainda podem criminalizar a vítima por falsificação de dinheiro. “Em razão disso é muito necessário que se faça a denúncia em todos os casos. Essas notas são recolhidas pelo Banco Central e destruídas da maneira correta para que não circulem mais no mercado”. 

COMO IDENTIFICAR?
Almir Soares informou que a principal diferença entre a nota verdadeira e a falsa está no papel da cédula. Ele orientou que, caso haja desconfiança, os comerciantes podem pegar outra nota e comparar com a cédula entregue pelo consumidor. “A diferença da qualidade do papel é notável. Sempre que houver dúvida, é importante que o lojista faça essa comparação de todos os elementos com outra nota”, acrescentou.

O delegado também disse que as máquinas e equipamentos de luz ultravioleta são boas para analisar as linhas fluorescentes que há nas notas verdadeiras. Por fim, Almir indicou uma planilha disponibilizada no site do Banco Central que orienta sobre identificar a nota verdadeira e quais são as característica que ela possui. O documento pode ser acessado aqui



 

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