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31/10/2020 às 10h25min - Atualizada em 31/10/2020 às 10h25min

Uberlândia tem saldo positivo na geração de empregos em setembro

Setores de Serviços e Indústria se destacaram no último mês; cidade ainda não superou resultado negativo no acumulado do ano

DHIEGO BORGES
Cidade gerou 1.509 vagas formais em setembro | Foto: Divulgação/Secom/PMU

Setembro foi um mês favorável para o mercado de trabalho em Uberlândia, que fechou o período com a geração de 1.509 vagas de emprego formal. Este é o quarto mês consecutivo em que a cidade obtém um resultado positivo. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (29). Apesar da recuperação no segundo quadrimestre de 2020, a cidade se mantém com um saldo negativo no acumulado do ano, com 1.838 postos de trabalho a menos. 

Os segmentos que mais geraram oportunidades em setembro foram Serviços e Indústria, com 692 e 398 vagas, respectivamente. O Comércio também registrou resultado positivo de 206 novas oportunidades e vem de recuperação desde junho, após três meses consecutivos com dados negativos. Para se ter uma ideia, somente este setor fechou mais de 1,8 mil postos de trabalho neste ano na cidade. 

Os principais impactos sofridos na economia local e que justificam os resultados negativos no primeiro semestre estão diretamente relacionados ao cenário de pandemia e as medidas restritivas ao funcionamento de estabelecimentos na cidade. É o que aponta o doutor em economia Cesar Piorski. Em entrevista ao Diário, o especialista destacou que Uberlândia foi uma das cidades mais impactadas da região. 

“Recentemente fizemos levantamento para entender o impacto da Covid-19 e no resultado acumulado Uberlândia foi a mais prejudicada entre as principais cidades do Triângulo Mineiro. Economicamente falando, quanto mais restritivo é o fechamento do comércio, maior é o efeito econômico. Abril, por exemplo, foi uma catástrofe para o setor. Já em setembro, com a flexibilização, notamos uma recuperação”, destacou. 

Além do Comércio, o setor de Serviços também foi um dos mais atingidos pela pandemia. No acumulado do ano, são mais de 900 postos de trabalho fechados no segmento. O resultado negativo começou a ter uma melhora em agosto, mês em que foram geradas 276 vagas. Em setembro, o bom desempenho se manteve e o setor fechou o período encabeçando a lista dos que mais geraram postos de trabalho na cidade. 

Para o economista Fábio Terra, o impacto no setor de Serviços se explica pelo orçamento das famílias, que ficou mais enxuto. “Este setor sofre mais porque em geral traz um consumo tido como ‘supérfluo’, como os serviços de assinatura por exemplo. Quando há um choque de renda, esses produtos são imediatamente deixados de consumir, por isso ele sofre tanto. Além disso, a quarentena também afetou bares, restaurantes, segmentos de beleza e barbearia, por exemplo”, explicou. 

Quem soube aproveitar o momento foi o setor da Indústria. O segmento foi o que mais abriu postos de trabalho na cidade até o momento, com mais de 1,2 mil vagas no acumulado do ano. De acordo com o economista Fábio Terra, a indústria foi beneficiada com as medidas anunciadas pelo Governo Federal, como o auxílio emergencial, que injetou mais dinheiro na economia e incentivou o consumo principalmente de alimentos e produtos de higiene, que representam a grande demanda no setor. 

PROJEÇÕES 
De acordo com os economistas ouvidos pelo Diário, apesar da recuperação no segundo quadrimestre do ano, é pouco provável que a cidade consiga reverter o quadro negativo de geração de emprego, uma vez que estamos a apenas dois meses para o fim do ano.

Segundo Fábio, as vagas temporárias neste fim de ano podem ajudar, mas será necessário aguardar a efetividade delas a longo prazo. “Em Uberlândia, talvez a gente consiga fazer uma recuperação por conta da Black Friday, também tem o 13º e as festas de fim de ano. Pode ser que haja contratações para suprir a demanda, resta saber se elas serão permanentes. Então pode ser que a gente empate, mas superar o resultado negativo será difícil”, adiantou. 

Para Cesar Piorski, a perspectiva econômica em todo o país não é muito positiva. “Devemos fechar o ano com um decréscimo do PIB na ordem de 4,5%, ou seja, uma conjuntura nada favorável. O que está sustentando a economia é uma baixa taxa de juros, hoje em torno de 4%, abaixo da taxa de equilíbrio, então o governo está injetando moeda na economia para mantê-la funcionando. Estamos no limite desse ano e dificilmente teremos uma recuperação”, disse. 

MG e BRASIL 
Em Minas Gerais, o saldo de geração de empregos também foi positivo. O estado fechou setembro com um balanço de 150.248 admissões contra 113.743 demissões, um resultado favorável de 36.505 postos de trabalho. Já no acumulado do ano, o saldo segue negativo, com 35.473 empregos a menos. 

A nível nacional, o saldo também foi favorável. O Brasil gerou, em setembro, 313.564 vagas de emprego. No entanto, no acumulado anual, o país ainda tem um resultado negativo considerável. Em 2020, foram 558.597 postos de trabalho fechados até o momento. O número de desempregados no país atingiu nível recorde de 14,4%, o que representa 13,8 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



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