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30/07/2020 às 14h57min - Atualizada em 30/07/2020 às 14h57min

Pandemia do novo coronavírus impacta no preço de combustíveis em Uberlândia

Após queda causada por baixo consumo, valores voltam a subir nas bombas; veja as variações

SÍLVIO AZEVEDO

Um dos produtos que sofreram maior impacto com a pandemia, os combustíveis nem sempre tiveram aumento nos preços já que, com a demanda mais baixa por causa das medidas de isolamento social, os proprietários de veículos gastaram menos. Com isso, houve diminuição da demanda e aumento da oferta.

Pesquisas feitas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre 5 de janeiro e 25 de julho em postos de Uberlândia mostram uma retração média no preço da gasolina de 11,5%, passando de R$ 4,941 para R$ 4,375, enquanto o etanol caiu 12,5%, variando de R$ 3,275 para R$ 2,869 e o diesel quase 13%, de R$ 3,904 para R$ 3,406.

De acordo com o professor de economia do Programa de Pós-graduação em Economia da Universidade Federal de Uberlândia PPGE-UFU), Fábio Terra, no início da pandemia, em meados de março, o preço do petróleo variou muito no mercado internacional, chegando a patamares negativos nunca alcançados. “O que aconteceu no começo da crise, na passagem da março para abril, foi que a demanda caiu bastante e derrubou os preços internacionais do petróleo, sobretudo os que a gente chama de preço-futuro, que chegou a ser negativo, com as empresas pagando para manter ele estocado”.

Essa queda chegou aos postos no Brasil em março e abril quando, segundo o economista, foi o único período que efetivamente teve um isolamento social, diminuindo a demanda e, consequentemente, fazendo com que os preços dos derivados de petróleo caíssem.

Nesse período pesquisado, os menores preços dos derivados do petróleo se deram no mês de maio, com o litro da gasolina a uma média de R$ 3,875, etanol a R$ 2,435 e o diesel a R$ 3,027. A partir daí, com a retomada da nova normalidade para o setor, os valores devem voltar ao normal.

“Nesse instante, de um tempo pra cá, pelo menos desde final de maio, a quarentena em vários locais no Brasil existiu de fachada e fez com que a gente tivesse uma demanda por combustíveis. O setor de transportes não parou, o de entregas urbanas de encomendas aumentou. E isso tudo manteve uma dinâmica de demanda razoável e com o com o retorno está se dando efetivamente a gente começa a ter uma demanda mais normal, e significa os preços retomarem aos que estavam antes”.

O Diário de Uberlândia procurou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), que enviou uma nota explicando que o valor cobrado nas bombas depende de decisões e repasses de outros agentes da cadeia produtiva como governo, refinarias, usinas de etanol e companhias distribuidoras.

“O Sindicato não estima o período para que determinadas baixas ou altas de preço dos combustíveis nas refinarias, aumento de impostos e/ou quaisquer decisões políticas ou de cunho comercial tenham impacto direto nas bombas, pois não é o papel sindical da instituição e não fazemos, junto aos postos, pesquisas de preço, estoque, volume de compra ou qualquer outra informação de cunho comercial”.

Ainda na nota, o Minaspetro faz uma crítica à alta carga tributária sobre os produtos em Minas Gerais. Por fim, tornamos novamente pública a insatisfação do Minaspetro, enquanto defensor dos interesses dos donos de postos de combustíveis em Minas Gerais, em relação à alta tributação incidente sobre os combustíveis, que sufoca o empresário, fecham dezenas de estabelecimentos em todo o Brasil e impedem o crescimento sustentável do país”.

 

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