Uma operação da Cemig para retirar ligações clandestinas em uma ocupação conhecida como Irmã Dulce, no bairro Canaã, em Uberlândia, causou confusão na manhã desta quarta-feira (8). Moradores resistiram à ação tentando impedir que funcionários da empresa de energia retirassem cabos elétricos desencapados e expostos por conta das ligações irregulares.
Os moradores chegaram a fazer barricada e atearam fogo em objetos para impedir a circulação em uma rua (veja no vídeo). A Polícia Militar (PM) precisou ser acionada e a ação foi interrompida pela Cemig devido à confusão.
O mestre de obras Alessandro Honório da Silva testemunhou o princípio do tumulto e disse que os moradores foram surpreendidos. “Eles chegaram sem avisar, com tratores derrubando postes e fios. Depois da manifestação dos moradores, eles foram embora, mas muitas famílias ficaram sem energia aqui”, relatou.
Uma das lideranças do bairro Erivan Magalhães disse à reportagem que os moradores querem uma solução para o problema. “Aqui ninguém quer energia de graça, os moradores querem uma forma de serem cobrados e estão dispostos a pagar. Agora, muitas pessoas estão sem energia e estamos tendo que deslocar moradores doentes, que precisam de oxigênio, por exemplo, e que não podem ficar sem o serviço”, afirmou.
Veja vídeo abaixo de manifestação de moradores da região na manhã desta quarta-feira:
Em nota, a Cemig disse que o objetivo da operação é retirar ligações irregulares de energia existentes no local e preservar a segurança dos moradores, uma vez que existiam inúmeros cabos elétricos desencapados e expostos ao tempo.
A companhia esclareceu ainda que o trabalho não foi concluído como previsto por falta de segurança para os eletricistas que trabalhavam na ação e que ele será retomado em data oportuna.
Sobre o questionamento feito pelos moradores a respeito do aviso prévio, a Cemig informou que não há como avisar com antecedência já que se trata de uma ação que visa preservar a vida dos próprios moradores, além de ser ligação irregular.
Alguns moradores informaram ao Diário que pelo menos metade da ocupação está com o serviço de energia interrompido. A Cemig não soube precisar quantas ligações foram desfeitas na operação. A estimativa é que 600 famílias residam na ocupação Irmã Dulce.
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