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09/02/2020 às 13h21min - Atualizada em 09/02/2020 às 13h21min

UFU retém despesas para manter salas de aula ativas

Universidade terá apenas 70% da verba garantida para 2020 e orçamento total não é suficiente para novos investimentos

CAROLINE ALEIXO
Novos investimentos em renovação de parque tecnológico e obras estão descartados com orçamento anual | Foto: Milton Santos
O cenário que a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) provavelmente vivenciará em 2020 não será muito diferente do ano passado: orçamento contingenciado, readequação das despesas e pouca margem para investimentos. A Pró-Reitoria de Planejamento e Administração informou que a prioridade será manter as salas de aula e laboratórios funcionando e, para isso, terá que continuar retendo os gastos.

No mês passado, o Diário noticiou que o valor previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias do Governo Federal é de quase R$ 964,8 milhões para ser executado ao longo do ano. Segundo o pró-reitor de Administração, Darizon Andrade, esse valor representa 70% do total e o restante aguarda aprovação do Congresso Federal para que seja liberado.

“Teríamos mais algo em torno de R$ 111 milhões contingenciados. A expectativa é que esse valor seja liberado, isso precisa acontecer. Nenhuma instituição consegue tocar com apenas 70% porque os orçamentos estão estagnados desde 2015. É simplesmente impossível. Não temos previsão ainda, mas isso precisa acontecer caso contrário não se chega ao fim do ano”, disse.

Mesmo contando com o montante restante do orçamento previsto, o valor é ligeiramente menor do que a verba federal destinada para a universidade no ano passado, algo em torno a 4%. No ano passado, as universidades tiveram congelamento nos repasses e, até o fim do ano, o dinheiro acabou sendo liberado pela União em sua totalidade.

Ocorre que a UFU passou por uma série de mudanças para contenção de gastos e alguns serviços foram suspensos parcialmente como o transporte intercampi. A Administração da universidade disse que, desde que as medidas foram anunciadas para reduzir despesas, algumas delas continuam e vão prevalecer diante ao cenário que se repete.

“A diferença é que nesse ano recebemos a notícia [de contingenciamento] com antecedência, não fomos pegos de surpresa. Então fica mais fácil para nos adaptarmos com tranquilidade. O foco da administração como um todo é manter as salas de aula em funcionamento pleno”, comentou Darizon.

No entanto, o pró-reitor justificou que manter as atividades normalizadas não afasta da conjuntura de ser mais um ano de dificuldades e sem investimentos para a comunidade acadêmica. A reposição de equipamentos que já deveriam ser trocados, por exemplo, está descartada. A redução do quadro de pessoal terceirizado, que vinha ocorrendo desde o ano passado, além do corte nas despesas de serviços como limpeza, também permanece.

É válido lembrar que cerca de 30% do orçamento anual fica comprometido com folha de pagamento dos servidores da UFU e quase R$ 170 milhões para outras despesas essenciais como energia, água, telefone e outras.

Do total previsto, apenas R$ 5 milhões são destinados para investimento. “Em uma instituição cujo orçamento total é quase R$ 1,3 bilhão ao ano, essa margem é muito pouca para se trabalhar. Não será um ano fácil, mas estamos trabalhando dentro de um ajuste já realizado que vai nos permitir tocar mesmo com alguma deficiência na prestação de serviço, sem renovação de parques tecnológicos. Mas, estamos prevendo para esse ano normalidade de funcionamento contando com a liberação do Congresso, dentro desse novo quadro, claro”, reforçou o pró-reitor.

Para pró-reitor de Administração “nenhuma instituição federal consegue tocar” com 70% do orçamento | Foto: Milton Santos

INVESTIMENTOS
Com o dinheiro do orçamento anual não há previsão para investimentos e obras, porém, ainda no final de 2019, a UFU conseguiu alguns valores complementares, a partir da descentralização de recursos, para dar continuidade em empreendimentos da instituição.

De acordo com o pró-reitor, uma verba federal na ordem de R$ 1 milhão foi liberada para que a UFU consiga finalizar e entregar a obra para instalação dos equipamentos de “gama-câmara”, no Hospital de Clínicas, para a realização de exames como cintilografias, exame de imagem de medicina nuclear.

Outra obra que avança é a de um bloco no campus Ituiutaba. Cerca de R$ 1,5 milhão foi empenhado e mais uma ala será concluída com os recursos. Para concluir a obra, a UFU precisa de pelo menos mais R$ 8 milhões.

A partir de emenda parlamentar, aproximadamente R$ 1,2 milhão também empenhado no final do ano passado será aplicado para melhorar a capacidade de armazenagem de dados nos campi.

“Tudo hoje via internet e digitalizado. Temos uma demanda grande de sistema de armazenamento de informações e arquivos. Nós já adquirimos os equipamentos e a empresa fará a instalação necessária para suprir as demandas nos próximos cinco anos”, finalizou Andrade.















 

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