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03/10/2019 às 17h57min - Atualizada em 04/10/2019 às 08h10min

Aluno que ficou gravemente ferido após briga em escola recebe alta em Uberlândia

Adolescente estava internado no HC-UFU desde o dia 18 de agosto; Polícia Civil e Promotoria de Justiça investigam o caso

BRUNA MERLIN E CAROLINE ALEIXO
Família da vítima aponta omissão no caso por parte de servidores da escola estuadual | Foto: Google Street View
O adolescente de 17 anos, que foi internado em estado grave no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) após se envolver em uma briga na Escola Estadual Américo René Giannetti, recebeu alta na manhã desta quinta-feira (3).

O estudante estava internado na unidade de saúde desde o dia 18 de agosto após sofrer um traumatismo craniano encefálico devido à agressão. Ele foi induzido ao coma e ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na última segunda-feira (23), o adolescente apresentou melhoras e foi transferido para um quarto, recebendo alta por volta das 9h desta quinta, segundo a assessoria de comunicação do HC-UFU.

O advogado e porta-voz da família do adolescente, Gabriel Oliveira, disse ao Diário que o quadro de saúde ainda requer acompanhamento por mais pelo menos seis meses. 

“Ele ainda não está completamente recuperado sob o ponto de vista biológico. Ainda está com algumas dores e muito fragilizado. Os médicos também estão esperando para realizar novos exames e ter certeza da extensão do que ocorreu”, comentou. 

INVESTIGAÇÃO
Foi registrado boletim de ocorrência do fato pela Polícia Militar (PM) e, em seguida, a Polícia Civil instaurou inquérito. O delegado Cirano de Almeida chegou a ouvir o adolescente que chutou a cabeça da vítima. A mãe da vítima também prestou depoimento nesta quarta-feira (2) e o adolescente deverá ser ouvido em breve.

O advogado da vítima esclareceu que a preocupação da família é a recuperação integral do adolescente e, em seguida, apurar as responsabilidades dos envolvidos, mas em especial da instituição de ensino que, segundo eles, teria sido omissa.

“É preciso apurar a atitude desses servidores públicos estaduais que, no mínimo, lavaram as mãos. Uma porque a briga começou na aula de Educação Física. Não só os dois envolvidos, mas outros alunos narraram que três quadras estavam sendo usadas por menores e não havia professor. Além disso, houve um professor que mostrou o vídeo da briga em sala para outros estudantes e fazendo piada com os dois”, comentou Oliveira.

Segundo Gabriel, a autoridade policial já está ciente desses relatos e o delegado deve ouvir outras testemunhas. A Polícia Civil confirmou as oitivas já realizadas e informou que mais informações sobre as investigações deveriam ser apuradas junto ao Ministério Público, uma vez que o inquérito havia sido remetido ainda nesta quarta à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Uberlândia, que também está ouvindo as partes.

O Diário entrou em contato com o promotor Epaminondas da Costa para saber as providências adotadas, mas ele estava em audiência nesta tarde e não conseguiria conceder entrevista. 

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) reiterou que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberlândia, responsável pela coordenação da unidade escolar na região, está acompanhando o caso e que a direção da escola está em permanente contato com as famílias dos alunos envolvidos no fato.

Questionada sobre a ausência de professor na aula de Educação Física e o caso relatado sobre o professor que teria incitado a violência mostrando o vídeo a outros alunos, a Secretaria disse que os órgãos competentes estão investigando o caso e a direção da escola está colaborando com as informações que possam ajudar na apuração e no esclarecimento do ocorrido. 


ENTENDA
A briga ocorreu no dia 18 de agosto com outro aluno da escola, de 14 anos. Segundo as informações repassadas pelos familiares dos envolvidos, a situação começou na aula de Educação Física durante um jogo de futebol.  

Em determinado momento da briga, a vítima se desequilibrou e foi atingida pelo agressor com um chute na cabeça. A família da vítima disse que essa agressão, dentro da escola, que motivou a grave lesão no menor. 

Vídeos gravados por estudantes e compartilhados em redes sociais mostraram o momento da briga que foi estendida para o lado de fora da escola, após as aulas. 

Na ocasião, o pai do agressor esclareceu à reportagem a versão do filho e reforçou que estavam prestando apoio e solidariedade à família e à vítima. “Eles estavam jogando futebol quando meu filho foi atingido por um chute pelo adolescente. Em outra partida, por um motivo inconsequente, meu filho revidou a agressão. Depois da aula, eles foram para as salas e meu filho foi ameaçado por outros garotos e informado que o garoto estava esperando do lado de fora da escola. Foi quando a briga começou”, disse. 







 

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