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02/10/2019 às 09h08min - Atualizada em 02/10/2019 às 10h42min

UFU adere à greve de 48 horas em defesa da educação

Professores, técnicos e estudantes se posicionam contra cortes e programa Future-se; atividades ficam paralisadas até quinta (3)

GIOVANNA TEDESCHI
Salas foram bloqueadas com cadeiras na manhã desta quarta (2) | Foto: reprodução/ Whatsapp

Professores, técnicos-administrativos e estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) aderiram à greve nacional de Educação na manhã desta quarta-feira (2). As atividades devem ficar paralisadas até a tarde de quinta (3).

 

A greve, convocada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), ocorre em diversas universidades federais do Brasil. A ideia é protestar contra os cortes de gastos realizados pelo governo e contra o projeto Future-se, proposto pelo Ministério da Educação (MEC).

 

Na manhã desta quarta (2), já foram registrados atos da greve. No campus Santa Mônica, salas foram bloqueadas com cadeiras e mesas e faixas foram instaladas nos prédios. Hoje ainda devem ocorrer ações como duas assembleias gerais e panfletagem na Praça Tubal Vilela. 


Faixas foram instaladas em prédios no campus Santa Mônica | Foto: reprodução/ Whatsapp
 

Amanhã (3), uma passeata em direção à Câmara Municipal de Uberlândia está programada às 14h. Uma audiência pública com o tema “Educação Sob Ataque” deve ocorrer no local às 15h30.

 

A Associação dos Docentes da Universidade de Uberlândia (ADUFU), o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia (SINTET), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFU aderiram à greve.

CÂMARA

Durante a sessão ordinária desta quarta, na Câmara Municipal de Uberlândia, representantes da Adufu falaram na tribuna sobre o ato e a situação da Educação no ensino superior.

“Onde será que está o erro da educação? Onde será que nós erramos? Será que nós não estamos contribuindo com a sociedade para sermos atacados como estamos sendo? Será que nós estamos produzindo serviços que não estão atendendo às expectativas da sociedade? Eu tenho certeza que não. Hoje as universidades são os principais polos produtores de conhecimento. São transmissoras do conhecimento. Exercem atividades de inserção para demais conhecimentos voltados para sociedade e estudantes”, comentou o presidente Sidney Ruocco.


A vice-presidente Natalia Scartezini também se posicionou com críticas ao governo federal. “O presidente da República e o ministro da Educação se comportaram em diversas situações como inimigos da educação e dos professores desse País. Estes senhores desqualificam absurdamente todo o histórico de formação e de excelência dos profissionais. São mais de 20 anos de formação acadêmica e toda sua formação intelectual é tratada como se fosse algo fora de mercado. Esse governo tripudia os anos de desenvolvimento das universidades. Ele debocha da educação pública”, disse.
 

 

LIBERAÇÃO

Na tarde de terça (1º), a UFU confirmou ter recebido R$ 19 milhões, cerca de 50% do que foi contingenciado pelo governo federal no início do ano. O dinheiro deve ser utilizado para quitar dívidas em atraso, como contas de água, energia elétrica e contratos com empresas terceirizadas e prestadores de serviços, que foram acumulando desde o mês de junho. Ainda não há previsão para retomada de serviços suspensos em setembro deste ano, como o pagamento de bolsas de pesquisa e o de ônibus intercampi. 
 


O anúncio do descontingenciamento foi feito nesta segunda-feira (30) pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Na ocasião, foi comunicado que cerca de R$ 2 bilhões, dos R$ 5,8 bilhões bloqueados, foram liberados para as universidades brasileiras. O ministro afirmou ainda que os R$ 3,8 bilhões que ainda estão paralisados poderão ser liberados até o fim do ano para as instituições.

 

FUTURE-SE

O “Future-se” pretende que atividades administrativas, financeiras e da gestão das universidades e institutos federais sejam desenvolvidas por organizações sociais e garante a continuidade do orçamento anual destinado às universidades.

 

As instituições têm questionado a previsão do projeto de atuação de organizações. Segundo elas, a possível implementação do programa pode esvaziar as reitorias e oferecer um risco de privatização às universidades. A União, por sua vez, nega que o programa tenha este objetivo.
 






 

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