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13/09/2019 às 14h02min - Atualizada em 13/09/2019 às 14h02min

UFU rejeita programa Future-se em reunião do conselho universitário

Evento aconteceu na manhã desta sexta (13); alunos, técnicos e professores fizeram decisão após audiência pública

GIOVANNA TEDESCHI
De acordo com reitor, universidade se mantém aberta ao diálogo | Foto: Giovanna Tedeschi/ Diário de Uberlândia

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) rejeitou o programa Future-se em reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consun) na manhã desta sexta-feira (13). O programa, criado pelo Ministério da Educação (MEC), oferece autonomia administrativa, financeira e de gestão das universidades e institutos federais do País.

 

Para o reitor Valder Steffen, a universidade já estava pronta para tomar a decisão. “Existem várias indefinições no projeto, existem também alguns pontos que precisam de melhor esclarecimento. A universidade se mantém aberta ao diálogo construtivo para que a gente possa ter uma proposta que contemple o plano nacional de educação e as preocupações da universidade para o futuro”, disse à reportagem.

 

Na reunião, professores, técnicos-administrativos e alunos participaram da assembleia. A adesão ao programa foi rejeitada pelo Consun por 114 votos contrários e dois favoráveis.

A reforma da Previdência, o contingenciamento de gastos na Educação, o corte de bolsas de pesquisa e a disputa entre posições políticas no Brasil também estiveram na pauta. “Com o contingenciamento orçamentário, evidentemente é complexo falar sobre o futuro quando o presente é incerto. Então eu creio que precisamos ultrapassar esse momento, retomar um diálogo construtivo com o MEC [Ministério da Educação] para que as universidades possam avançar”, afirmou Steffen.

Representantes de unidades acadêmicas compareceram à reunião | Foto: Giovanna Tedeschi

 
 AUDIÊNCIA PÚBLICA

Em 27 de agosto, a UFU convocou uma audiência pública para discutir o contingenciamento de gastos na universidade e tratar do programa Future-se. Na data, o reitor estimou uma dívida de R$ 30 milhões no início de 2020 e anunciou cortes feitos na instituição para dar continuidade às atividades acadêmicas no restante de 2019. Dentre as suspensões estão:

 

- Suspensão dos serviços de transporte intercampi e intermunicipal

 

- Suspensão temporária de 100% do contrato de lanches

 

- Redução do contrato de estagiários em 60% do quadro existente

 

- Suspensão temporária das bolsas de graduação

 

- Suspensão do pagamento de bolsas para iniciações científicas

 

- Demissão de 289 funcionários de mão-de-obra para serviços terceirizados

 

Por outro lado, o reitor afirmou que todos os projetos de extensão da universidade estão mantidos, bem como o funcionamento do restaurante universitário e as ações culturais promovidas pela instituição.

 

“Não fomos nós que fizemos os cortes, nós tivemos que nos adaptar para que pudéssemos honrar os nossos compromissos com fornecedores, com empresas terceirizadas. Esses cortes pesaram mais na área de caráter administrativo da universidade para garantir o cumprimento do segundo semestre letivo”, explicou o reitor ao Diário.

 

FUTURE-SE

O “Future-se” pretende que atividades administrativas, financeiras e da gestão das universidades e institutos federais sejam desenvolvidas por organizações sociais e garante a continuidade do orçamento anual destinado às universidades.

 

As instituições têm questionado a previsão do projeto de atuação de organizações. Segundo elas, a possível implementação do programa pode esvaziar as reitorias e oferecer um risco de privatização às universidades. A União, por sua vez, nega que o programa tenha este objetivo.


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