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16/09/2019 às 17h17min - Atualizada em 16/09/2019 às 17h17min

Startups e aplicativos ampliam oferta para cliente fazer compras ou contratar profissionais em Uberlândia

De sacolão a aula de inglês, acesso a serviços está literalmente na palma da mão

GIOVANNA TEDESCHI
Comprar um celular novo? Pela internet. Procurar um cozinheiro para a festa de família? Pela internet. Fazer o sacolão? Pela internet. Achar um professor de inglês? Pela internet. Contratar um marido de aluguel? Pela internet. Seja por Wi-Fi, cabo de rede, 4G, fibra óptica ou até conexão discada, a cada dia há mais serviços disponíveis na web e, com isso, mais empresas criadas a partir da existência da rede.

O GetNinjas, por exemplo, é o maior aplicativo de contratação de serviços da América Latina. A empresa oferece desde pedreiros, encanadores, pintores e chaveiros até costureiras, advogados, designers, educadores físicos, professores, contadores, bartenders, cozinheiras, DJs, nutricionistas, fonoaudiólogos e cartomantes. São cerca de 200 serviços cadastrados em todo o Brasil. Neste ano, a plataforma já recebeu mais de 4 mil pedidos só em Uberlândia. Há cerca de 3 mil profissionais cadastrados na região.

A ideia do GetNinjas surgiu em 2010, quando o CEO (diretor executivo) da empresa, Eduardo L’Hotellier, precisou contratar um pintor em São Paulo e teve dificuldades para achar um profissional, já que não conseguia ninguém na cidade. Em 2011 ele criou a plataforma. “Get, em inglês, significa conseguir. No caso do aplicativo, a tradução mais adequada seria contratar. Já o Ninjas é uma metáfora para rapidez, praticidade, inteligência e outras diversas habilidades”, explica L’Hotellier.

O lucro da empresa acontece a partir da relação entre profissionais, que estabelecem seus próprios preços, e clientes. “Para acessar o contato dos clientes que estão solicitando serviços, o profissional precisa adquirir um pacote de moedas. Dessa forma, eles podem liberar apenas os pedidos que os interessam, por meio da utilização destas moedas”, afirma o CEO.

Guilherme Ferreira, de 31 anos, oferece reparos de celulares e computadores em Uberlândia pelo aplicativo | Foto: Arquivo Pessoal


Guilherme Ferreira, de 31 anos, oferece reparos de celulares e computadores em Uberlândia pelo aplicativo. Ele chegou a utilizar o Google Ads, serviço de publicidade do Google, mas não conseguiu bons resultados. “Alguém me recomendou o GetNinjas e eu paguei R$ 14,90 pela primeira assinatura e foi um sucesso. Consegui bastante clientes”, relata Ferreira.

Este valor foi o do primeiro mês, já que havia um desconto de 90% que o aplicativo ofereceu na época em que Ferreira se cadastrou. Os custos, no entanto, variam. Mil moedas, por exemplo, saem a partir de R$ 149,90. Para cada tipo de serviço específico, o app determina uma quantidade de moedas que precisam ser gastas. “Por exemplo, você me chama, seu telefone quebrou e você quer trocar a tela. Aí, para eu descobrir seu número de celular, eu tenho que pagar [à plataforma] 30 moedas”, explica o técnico.

Ferreira diz também que a quantidade de clientes aumentou em 70% desde que ele começou a usar a plataforma. Atualmente, ele não tem um espaço físico para receber clientes: vai até o local em que solicitam seus serviços. Se não for possível realizar o  serviço na hora, Ferreira leva o aparelho para casa e o conserta. Assim, ele lucra mais, porque não precisa alugar um espaço, e o cliente paga menos, já que o técnico tem menos gastos para realizar o serviço. Para o técnico, a renda é suficiente para se sustentar. No futuro, sua ideia é utilizar também outras plataformas.

A plataforma Casaecafe.com também começou na cidade de São Paulo. Guilherme Silva, o CEO da empresa, conta que a ideia veio quando os outros dois fundadores, que são casados, precisaram contratar uma empregada doméstica e uma babá e não sabiam onde procurar. “Foi quando criamos uma base onde os profissionais se cadastravam gratuitamente e as pessoas que precisavam contratar, cadastravam a vaga. Aí o algoritmo fazia um encontrar o outro”, explica Silva.  Em Uberlândia, o Casaecafe.com já tem mais de 500 usuários, entre profissionais e contratantes. O número aumenta cerca de 10% a cada mês.

Plataforma Casaecafe.com já tem mais de 500 usuários | Foto: Arquivo Pessoal


Há quatro categorias de profissionais: cuidados com a casa (faxineiras e empregadas domésticas), cuidados com crianças (babás), cuidados com idosos (acompanhantes, enfermeiros, motoristas) e cuidados com pets (para gatos e cachorros). Para Silva, usar a plataforma é mais seguro, porque há checagem criminal e referências de quem já contratou o profissional. É daí que vem a renda da empresa: há planos gratuitos, mas quem quer ter acesso a esse tipo de dado precisa contratar a versão premium. No caso dos profissionais, quem paga para usar o aplicativo é mostrado com mais relevância e contratado muito mais rápido.

A empresa também tem parcerias com indústrias. “Pagam a gente para treinar profissionais com os produtos de limpeza, por exemplo, a Unilever e a Colgate-Palmolive. Os profissionais domésticos são grandes embaixadores da marca. Eles fazem a lista de compra das residências. Então a gente tem uma plataforma de treinamento para melhorar a qualidade desses profissionais”, diz o CEO Silva.
 
DE UBERLÂNDIA
Marcelo Roveri é CEO da Ahorta, startup uberlandense que entrega alimentos frescos
| Foto: Divulgação 

A uberlandense AHorta Brasil, aberta em 2018, começou com a família de Marcelo Roveri, dono da empresa. Seu avô foi um dos fundadores da Central de Abastecimento (Ceasa) de Uberlândia e seus pais se conheceram no ramo do hortifrúti. Quando Roveri se mudou para a cidade de São Paulo para fazer faculdade, ele não tinha tempo para ir ao mercado. O e-commerce e o clube de assinaturas já estavam em alta e, por isso, teve a ideia. “Eu sempre tive frutas, verduras, tudo fresquinho na minha casa, escolhido, e era muito bom. Então me veio na cabeça a ideia de montar uma plataforma, um clube de assinaturas, com pessoas que pudessem escolher os produtos, e para as pessoas receberem em casa sem terem que se preocupar em ir ao mercado”, explica Roveri.

Funciona assim: o cliente escolhe o tipo de box que quer receber (com frutas, legumes ou os dois e o tamanho ideal), informa se tem intolerância ou não gosta de algum alimento, define quantas vezes quer receber (mensalmente, trimestralmente ou semestralmente) e escolhe o endereço onde a caixa vai ser entregue. “Eu desenvolvi um sistema que é o de você não escolher exatamente o que vai receber para incentivar o consumo de alimentos que não está acostumado a comprar. Você sempre recebe uma receita, uma dica”, diz o empresário. Há também a opção do Mercadinho, em que o cliente pode adquirir o produto que quiser, na quantidade desejada.

A startup começou em Uberlândia porque é onde a empresa dos pais de Roveri está localizada. Além disso, a cidade é menor que uma capital e possibilitou testar a demanda dos clientes. Hoje, Araguari e Uberaba também têm acesso ao serviço. Há mais de 300 assinantes fixos inscritos, além dos que fazem compras avulsas no Mercadinho. Os alimentos são escolhidos por nutricionistas e, buscando conscientização, as caixas usadas nas entregas são retornáveis.
 
INGLÊS
Dilson Kossoski, do Top English, planeja trazer negócio ao Triângulo Mineiro | Foto: Divulgação

A escola de “inglês delivery” Top English ainda não tem profissionais no Triângulo Mineiro, mas foca em expandir a marca na região. Com 38 unidades no Brasil, os professores da escola vão onde os alunos estão. No site, também são disponibilizadas aulas gratuitas. “Nós oferecemos a mesma aula, com o professor ao vivo. Cerca de 20% do nosso portfólio de alunos é online, mas nas cidades onde não temos uma franquia”, explica o fundador da empresa, Dilson Kossoski.

A escola começou a funcionar em Maceió (AL), em 1997, quando Kossoski decidiu criar uma nova metodologia. Para ele, o fato de professores irem ao trabalho ou à casa dos alunos é uma comodidade. “Nessa época [1997] já tínhamos a visão de que a mobilidade urbana ia se complicar. Tem tempo de deslocamento, tem gastos, também tem questão de segurança. Isso facilita também no caso de pais que têm que levar os filhos ao inglês para depois buscar”, afirma. Pelo site da escola é possível se cadastrar para agendar as aulas.
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