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29/08/2019 às 14h07min - Atualizada em 29/08/2019 às 14h07min

Hospitais particulares passam a fazer cateterismo e angioplastia pelo SUS em Uberlândia

Bloqueio de 1,4 milhão, anteriormente destinado apenas a cirurgias cardíacas de peito aberto, agora pode ser usado para outros procedimentos

GIOVANNA TEDESCHI
Coordenador de urgências e emergências informou que 40 procedimentos já foram realizados | Foto: Sílvio Azevedo/ Diário de Uberlândia

O bloqueio de R$ 1,4 milhão de contas de Estado, cujo recurso seria usado apenas para cirurgias cardíacas de peito aberto, agora poderá também ser utilizado também para procedimentos de cateterismo e angioplastia. A novidade foi anunciada pelo coordenador da Rede de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Clauber Lourenço, na manhã desta quinta-feira (29).

Os procedimentos deverão ser realizados pelos hospitais da rede privada Santa Clara, Santa Genoveva e Uberlândia Medical Center (UMC). De acordo com Lourenço, o uso do bloqueio para estes procedimentos foi liberado nesta quarta-feira (28).

“Eu estive novamente com o juiz [Osmar Vaz de Mello da Fonseca], expliquei que nós temos muitos pacientes de Uberlândia e região esperando com prioridade um cateterismo. Ele autorizou, que fosse utilizado desse valor que ele tinha bloqueado para as cirurgias cardíacas, que fosse também utilizado para estes pacientes eletivos [que aguardam os procedimentos em casa]”, disse durante coletiva de imprensa. 

Em relação aos pacientes que já estavam internados nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs), mais ou menos 40 procedimentos já foram realizados na rede particular. O objetivo é que leitos sejam liberados e que as pessoas que estejam com risco de infartar possam receber o atendimento. “O internado hoje é quem estava na lista prioritária, passou mal em casa e foi para o hospital. Ele podia não ter infartado”, afirmou Lourenço.

O dinheiro deve ser utilizado de forma gradativa. Atualmente, a fila do Município para realização de cateterismo é de cerca de 2 mil pacientes. Para fazer angioplastia, há aproximadamente 100 pessoas aguardando. Em média, o cateterismo deve custar R$ 2,4 mil e a angioplastia R$ 15 mil. 

A Justiça também havia bloqueado R$ 175 mil das contas do Estado especificamente para a realização desses procedimentos, mas o juiz decidiu por também liberar o outro orçamento para acelerar a fila. O Hospital Santa Marta havia feito um acordo com a Prefeitura para utilizar esta verba em cateterismos e angioplastias, mas por um problema em um equipamento da instituição, isso ainda não será possível.

ENTENDA O CASO
Em 18 de julho deste ano, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,4 mil que o Governo de Minas devia ao município para a realização de cirurgias cardíacas em Uberlândia. O Hospital Municipal e o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) não estavam conseguindo atender a fila de 260 pessoas que aguardavam as cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Por isso, foi feito um acordo com os hospitais Santa Clara, Santa Genoveva, Madrecor, Santa Marta e Uberlândia Medical Center (UMC). As instituições deveriam receber dois pacientes a cada 15 dias e R$ 35 mil seria, em média, o valor pago por cada cirurgia. Ainda assim, o preço pode variar de acordo com complicações que talvez aconteçam nas operações.

O coordenador Clauber Lourenço informou nesta quinta (29) que cada hospital já recebeu dois pacientes que devem realizar as cirurgias. Os procedimentos devem começar na próxima semana, já que ainda são necessários exames pré-operatórios.

MUNICIPAL 
Também em coletiva, Lourenço informou que o Hospital Municipal aumentou, em 1º de agosto, a quantidade de cirurgias cardíacas de peito aberto que realiza mensalmente. De quatro foram para oito e a expectativa é que, até o fim do ano, o número chegue a doze procedimentos. 

“Doze será mais do que a UFU faz. A gente está esperando até o final do ano sermos credenciados. O credenciamento mínimo é de 15 cirurgias. Assim, passamos a receber dinheiro federal”, afirmou o coordenador.

Atualmente, a verba recebida vem apenas do Município.


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