Clauber Lourenço disse que verba é proveniente de bloqueio feito nas contas do Estado | Foto: Sílvio Azevedo
A fila de espera por uma cirurgia e exames cardíacos deve diminuir a partir da próxima semana, com um acordo fechado entre cinco hospitais particulares e a Secretaria Municipal de Saúde para a realização dos procedimentos. O anúncio foi feito no final da tarde desta quinta-feira (22) pelo assessor técnico da rede de urgências e emergências da secretaria, Clauber Lourenço. Os hospitais que receberão os pacientes são o Santa Clara, Santa Genoveva, Madrecor, Santa Marta e Uberlândia Medical Center (UMC).
Atualmente, somente os hospitais de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e Municipal realizam esses procedimentos. Cada um realiza oito cirurgias mensais. Clauber Lourenço informou que o Hospital Municipal aumentou de quatro para oito o número de cirurgias cardíacas realizadas no último mês e que, após a instalação da máquina de hemodinâmica, poderá ampliar para 12 o número de procedimentos.
Com o acordo, cada hospital particular deve receber dois pacientes a cada 15 dias, quando serão feitos os repasses financeiros. A verba será proveniente do bloqueio de R$ 1,4 milhão das contas do Estado autorizado em julho pela Justiça. Um cálculo feito pelos próprios hospitais chegou a um valor médio de R$ 35 mil para cada cirurgia.
“Esse dinheiro está disponibilizado. Como nós regulamos a lista de urgência dos casos, temos os casos separados, dos vermelhos, que são os mais graves, e nós chamamos os hospitais, fizemos o compromisso com eles de realizar o pré-operatório, o operatório e o pós-operatório, porque o paciente recebe alta, mas ele pode ter complicações em casa. Então, ele tem que saber para onde ele volta e o hospital é responsável por esse pós-operatório também”, disse o assessor da Secretaria de Saúde.
Mesmo não sendo o contratante do serviço, o Município será responsável por auditar as contas para liberar os pagamentos. “O recebimento do hospital será antecipado, conforme decisão judicial. Depois terá que fazer a prestação de contas para a justiça”, disse Clauber Lourenço.
Problemas na UFU Atualmente um dos dois equipamentos do HC-UFU se encontra estragado, causando demora no andamento da fila de cirurgias cardíacas. “Ele tem que cumprir um contrato com o município, mas temos uma grande expectativa que eles consertem o equipamento e sabemos que existe, inclusive, uma cobrança por parte dos órgãos responsáveis pelo controle, como o Ministério Público, para que rapidamente seja consertado”.
Exames Os exames de cateterismo e angioplastia serão realizados no Hospital Santa Marta, o único que aceitou ser remunerado de acordo com a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). Os valores foram garantidos após a justiça bloquear mais R$ 175 mil das contas do Estado. Atualmente, são 37 pacientes internados nas Unidades de Atendimento Integrado (UAI) e mais de 1.700 pessoas aguardando na lista de eletivos para realizar o cateterismo.
Ainda segundo Clauber Lourenço, após a instalação do serviço de hemodinâmica, haverá uma vazão mais rápida de pacientes realizando esses exames, podendo chegar a 200 por mês, possibilitando zerar a lista em menos de um ano.