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28/06/2019 às 13h21min - Atualizada em 28/06/2019 às 13h21min

Ensino integral volta em 17 escolas estaduais de Uberlândia

A partir do próximo mês, programa vai atender 655 alunos da cidade do 4º ao 6º ano

SÍLVIO AZEVEDO
Escola Estadual Ângela Teixeira foi uma das 17 contempladas com a retomada do Ensino Integral | Foto: Walace Torres/Arquivo Diário de Uberlândia
O Governo de Minas Gerais anunciou na última quarta-feira (26) a retomada da educação integral em 895 escolas estaduais a partir do dia 29 de julho. Em Uberlândia, serão 17 unidades de ensino contempladas, que terão aulas no contraturno, para 655 alunos, sendo 200 de anos iniciais (4º e 5º) e 455 de anos finais (6º).

O anúncio da retomada foi feito pela secretária de Educação, Júlia Sant’Anna. As escolas estaduais que serão atendidas em Uberlândia são: Enéias Vasconcelos, Guiomar de Freitas Costa, Américo René Giannetti, Conjunto Habitacional Cruzeiro do Sul, José Zacharias Junqueira, Amador Naves, Ângela Teixeira da Silva, Eneas de Oliveira Guimarães, Angelino Pavan, Osvaldo Resende, Padre Mario Forestan, Rotary, Jerônimo Arantes, Sete de Setembro, da Cidade Industrial, 13 de Maio e a Clarimundo Carneiro.

Nos anos iniciais, serão contempladas quatro escolas, com quatro turmas de 25 alunos em cada. Outras 13 escolas terão aulas para o 6º ano, com 455 estudantes divididos em 13 turmas, com 35 jovens em cada. Entre as atividades apresentadas pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) para a grade curricular estão projeto de vida, cultura e saberes de artes, educação para cidadania, laboratório de matemática, ciências e tecnologia, além das matérias regulares da base comum. 

Segundo a superintendente de Políticas Pedagógicas da Secretaria de Estado de Educação (SEE), Kellen Senra, as atividades serão realizadas para dar mais autonomia na formação pessoal dos estudantes.

“Acho que é um currículo integrado com a Base Curricular Comum. A gente consegue integrar melhor essas discussões no que o estudante precisa progredir nas suas competências e habilidades. Para os alunos do sexto ano, trabalharemos a formação de perspectiva desse estudante, como ele vai trabalhar tanto as questões de convivência coletiva e a autorresponsabilidade, quanto a compreensão e responsabilidade com a sociedade”, disse Kellen.

Outro foco das aulas será o trabalho de aprendizado no laboratório de matemática, para anos iniciais e finais. “O espaço traz uma perspectiva da matemática real, concreta, com trabalhos mais específicos e, principalmente, na resolução de problemas”, afirmou a superintendente. 

Para o diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), Guilherme de Faria Graciano, o retorno do ensino integral foi uma vitória, embora ele espere uma ampliação no número de escolas atendidas. “Ele [Zema] está devolvendo o que tirou, mas precisaria de uma expansão ainda maior. Essas 17 escolas já deveriam estar atendendo integralmente. Em um determinado momento, o Governo entendeu que o retorno dessas escolas é importante para a educação. A gente até reconhece e parabeniza, mas espera que as outras escolas também retornem.”

HISTÓRICO
Em abril deste ano, o Governo anunciou o fim das aulas integrais em 34 das 35 unidades educacionais de Uberlândia, mantendo apenas na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio, no Centro Socioeducativo de Uberlândia (Cseub), voltada para alunos que cumprem medidas socioeducativas e atendida pela Secretaria de Estado de Segurança pública (SESP).

Já no mês de maio, o Governo voltou atrás e afirmou que a educação integral seria mantida, mas nenhuma escola de Uberlândia retornou com as atividades. A justificativa da Secretaria de Estado de Educação foi que o município não atendia aos critérios usados para selecionar as escolas, que era “o Indicador de Nível Socioeconômico das Escolas (Inse) até o Nível III, apontado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a partir da participação dos estudantes na Prova Brasil. Fazem parte do Nível III do Inse os alunos com renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo”.

“O critério para escolha das escolas no segundo semestre é diferente. No primeiro, levava-se em conta o Inse. Agora o critério não atende só esse índice socioeconômico, que já tem atendimento, e contempla um número maior de escolas na nova proposta”, afirmou Kellen.

PROFESSORES
Para desenvolver as atividades da nova proposta de escola integral, as escolas receberão documentos para auxiliar os professores e cursos de formação com base no Currículo Referência Minas Gerais. 

“Nos encaminharemos um material pedagógico que será produzido. Nossa prioridade é desenvolver e encaminhar o caderno pedagógico do projeto de vida, de estudos orientados e laboratório de matemática. Ao longo do semestre serão produzidos os demais materiais”, disse Kellen Senra.  

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