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24/06/2019 às 16h59min - Atualizada em 24/06/2019 às 16h59min

Ação Moradia ganha área de 3 mil m² para fazer horta orgânica

Prefeitura de Uberlândia concedeu, por 20 anos, o direito de uso do espaço institucional no loteamento Reserva dos Ipês

DA REDAÇÃO
Gabrielly Ramos, Leandro Carneiro e Maria Santana de Lima falam sobre expectativa com novo espaço | Foto: Núbia Mota
Depois de um ano e 4 meses de espera, a ONG Ação Moradia, localizada no bairro Morumbi em Uberlândia, recebeu a concessão de uma área pública de 3 mil m², no loteamento Reserva dos Ipês, no bairro Novo Mundo, para construir uma horta orgânica e agroecólogica.

O projeto Hortas Urbanas tem como objetivo gerar emprego e renda para as famílias carentes dos bairros Dom Almir, Morumbi, Alvorada, Joana D’arc e região, além de dar a oportunidade de moradores do entorno, onde ainda não há comércio do tipo, de ter, perto de casa, produtos saudáveis, sem uso de agrotóxico, com preços acessíveis.

O Diário de Uberlândia fez uma matéria em agosto do ano passado sobre a expectativa da Ação Moradia em receber parte da área, que totaliza 8 mil m². O projeto Hortas Urbanas foi protocolado em fevereiro de 2018 na Prefeitura Municipal e aprovado na sessão extraordinária, realizada na Câmara Municipal, no último dia 17, por meio de uma Lei Ordinária de autoria do prefeito Odelmo Leão. De acordo com a ONG, a obra da nova horta já deve começar em agosto.

O espaço fica localizado no cruzamento das avenidas Victor Alves Pereira e Yuri Resende Miranda, com projeto de engenharia e arquitetura e recursos doados pela loteadora e conta com novos parceiros que se interessarem por esse tipo de trabalho. A casa será feita com tijolos orgânicos feitos na fábrica da Ação Moradia.  

Para a Chrystiane Akegawa, presidente do Conselho Comunitário do Bairro Novo Mundo, a  horta comunitária vai trazer vantagens econômicas, ambientes e sociais para os moradores.

 
“Vai ocupar uma área improdutiva, vai ainda promover a socialização dos moradores, que vão poder se encontrar no local, além de estimular o aprendizado de adultos e crianças a cuidar do meio ambiente. A ideia é evoluir para uma feira orgânica no bairro. Há muito tempo, a população daqui reclama da falta de comércio e de uma feira, de preferência que seja orgânica”, disse Chrystiane.

A ideia surgiu em 2017, como forma também de ampliar a horta já existente na ONG Ação Moradia, mas que hoje destina os produtos apenas para alimentar as 240 crianças assistidas e os 30 funcionários.
 
“Como, por lei, as loteadoras de Uberlândia devem disponibilizar 8% da área construída nos bairros para uso institucional, seja para construção de creches, postos de saúde, escolas, entre outros, e quase sempre esses espaços são subutilizados, pensei, ao lado de uma antiga funcionária da Ação Moradia, Pollyana Mendonça, em levar a horta para um desses lugares. Tem tudo para virar um projeto de política pública e ir para outros espaços ociosos de Uberlândia”, disse o coordenador de projetos sociais da ITV Urbanismo, que é parceira no projeto, Leandro Carneiro.

Atualmente, são plantadas na horta localizada na sede da ONG, cerca de 50 variedades de hortaliças, como beterraba, berinjela, tomate cereja, e cinco tipos de alface, tudo sem o uso de nenhum tipo de agrotóxico.

São plantados também temperos como manjericão, sálvia, tomilho, hortelã e camomila. “Hoje, temos apenas uma pessoa trabalhando na horta, mas nossa intenção é que várias outras pessoas da comunidade trabalhem na nova sede que será construída no Reserva dos Ipês, gerando mais oportunidades de emprego”, disse Gabrielly Ramos de Oliveira, captadora de recursos da Ação Moradia.

Até o fim de 2018, dentro do projeto da horta orgânica e agroecológica da Ação Moradia, estava incluso também o projeto de viveiro, quando eram oferecidos cursos gratuitos. Foi exatamente nesse público à procura de capacitação que a ONG percebeu várias pessoas em busca de emprego e renda. Maria Santana de Lima, de 46 anos, moradora do bairro Jardim Integração, trabalha na Ação Moradia há 16 anos.

Antes, ficava no serviço de limpeza da entidade e, há 1 ano, está trabalhando na horta orgânica, depois de fazer cerca de 5 cursos na área. “Hoje estou muita mais feliz na horta, mexendo com as plantinhas. Dez vezes melhor do que mexer com limpeza. Vai ser bom ter a nova horta, porque vai dar oportunidade para outras pessoas trabalharem como eu e eu vou poder aprender ainda mais”, afirmou Santana.

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