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22/02/2019 às 07h42min - Atualizada em 22/02/2019 às 07h42min

Justiça condena outros três réus pela morte de Greiciara Belo em Ituiutaba

Gestante de Uberlândia foi sequestrada, dopada e assassinada com requintes de crueldade; bebê foi roubado

CAROLINE ALEIXO
Julgamento em Ituiutaba durou cerca de 18 horas em Ituiutaba | Foto: Reprodução/Google Street View
Terminou por volta das 2h desta sexta-feira (22) o júri popular de quatro dos seis acusados pela morte da jovem Greiciara Belo Vieira, de 19 anos. O julgamento foi realizado no fórum de Ituiutaba e a Justiça condenou três réus por homicídio quadruplamente qualificado. O crime ocorreu em 2016 depois que a gestante foi sequestrada em Uberlândia e assassinada para que o bebê dela fosse roubado. 

Foram indiciados pelo crime Shirley de Oliveira Benfica, Jacira Santos de Oliveira, Michel Nogueira de Oliveira e Luis Felipe Morais. A Shirley, mandante do crime, foi condenada a 33 anos e sete meses de prisão, Jacira a 28 anos e três meses e Michel a 25 anos e nove meses de prisão. 

Todos vão cumprir a pena em regime fechado pelo homicídio com as qualificadoras: por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e por assegurar a execução de outro crime. Eles também foram condenados por sequestro qualificado, ocultação de cadáver, subtração de incapaz e por exposição de perigo à vida da criança.

Apenas Luis Felipe foi absolvido após o júri entender que ele não teve participação nos crimes.  As duas travestis conhecidas por Mirela e Yasmin, que também foram indiciadas pelo crime, já haviam sido condenadas pelo homicídio quadruplamente qualificado e cumprem pena no presídio de Ituiutaba desde 2017. 

CRIME BÁRBARO

A sentença de pronúncia que submeteu os réus a júri popular foi proferida pela Justiça em 2017. Nos autos do processo é relatado que Greiciara era moradora de Uberlândia e estava grávida de nove meses quando foi assassinada, na zona rural de Uberlândia, com requintes de crueldade. O crime foi registrado no dia 19 de agosto de 2016. Os denunciados se arquitetaram para atrair a vítima, sequestrá-la e levá-la de Uberlândia para a zona rural de Ituiutaba, onde foi assassinada.

Foi apurado que Shirley Benfica era ex-garota de programa e simulava uma gravidez para o namorado na época, de alto poder aquisitivo. Com o intuito de enganá-lo, ela decidiu roubar um bebê e combinou com a travesti Mirela, que morava em Ituiutaba e era amiga da vítima, para ajudá-la a fazer o roubo mediante pagamento em dinheiro e um celular.

Em seguida, Mirela e Shirley se encontraram em uma casa no bairro Santa Mônica, em Uberlândia, com os outros réus e combinaram o crime.

EMBOSCADA

A travesti é apontada na denúncia como a pessoa que atraiu Greiciara para a emboscada informando que daria a ela roupinhas de bebê. Ao chegarem no local combinado, por volta das 21h, ela falou para que Greiciara entrasse no carro, com a conversa de que iriam em um local buscar as roupas e depois seguiram para a casa no bairro Santa Mônica.

A vítima foi apresentada aos demais acusados, que ofereceram bebida contendo medicamento e a doparam.  A quadrilha, com exceção de Shirley, seguiu para Ituiutaba com a vítima e, em local próximo a uma represa, Jacira, que era enfermeira, fez o procedimento cirúrgico forçado para retirada do bebê.

O procedimento foi feito sem anestesia e sem qualquer cuidados com a higiene. Ainda segundo consta na denúncia, depois que o bebê foi retirado, os dois rapazes que participaram no crime teriam, segundo a denúncia, colocado uma pedra dentro do abdômen da jovem para que ela afundasse na água e enrolaram o corpo em uma tela de arame. Ela foi jogada na represa ainda com vida e o corpo só foi encontrado no domingo (21) depois de boiar na represa.

Após o crime, os autores retornaram para Uberlândia com o bebê e entregaram para uma vizinha de Shirley, que em seguida simularia um parto. A recém-nascida ficou sob a guarda da avó materna após determinação judicial.

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