Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
20/02/2019 às 14h35min - Atualizada em 20/02/2019 às 14h35min

​Acusados de matar grávida para roubar bebê serão julgados nesta quinta-feira

Greiciara Belo, 19 anos, foi assassinada em 2016; suspeitos sequestraram vítima em Uberlândia e a mataram em Ituiutaba

CAROLINE ALEIXO
Sessão do júri acontece na comarca de Ituiutaba nesta quinta-feira (21) | Foto: Cláudia Lima/TJMG
Os acusados de matar a gestante Greiciara Belo Vieira, de 19 anos, para roubar o bebê que ela esperava vão a júri popular na manhã desta quinta-feira (21), três anos após o crime bárbaro. A vítima era de Uberlândia e foi assassinada na zona rural de Ituiutaba.

O processo tramita na Vara Criminal da comarca de Ituiutaba e o julgamento está previsto para começar às 8h no fórum da cidade.

Foram indiciados pelo crime Shirley de Oliveira Benfica, Jacira Santos de Oliveira, Michel Nogueira de Oliveira e Luis Felipe Morais. Duas travestis conhecidas por Mirela e Yasmin, que também foram indiciadas, já haviam sido condenadas pelo homicídio quadruplamente qualificado e cumprem pena no presídio de Ituiutaba.

A sentença de pronúncia que submeteu os réus a júri popular foi proferida pela Justiça em 2017.  Nos autos do processo é relatado que Greiciara era moradora de Uberlândia e estava grávida de nove meses quando foi assassinada com requintes de crueldade. O crime foi registrado no dia 19 de agosto de 2016.

Os denunciados se arquitetaram para atrair a vítima, sequestrá-la e levá-la de Uberlândia para a zona rural de Ituiutaba, onde foi assassinada.

Conforme a denúncia oferecida ao Judiciário, a mandante do crime seria Shirley Benfica que era ex-garota de programa e simulava uma gravidez para o namorado na época. Com o intuito de enganá-lo, ela decidiu roubar um bebê e combinou com a travesti Mirela, que morava em Ituiutaba e era amiga da vítima, para ajudá-la a fazer o roubo mediante pagamento em dinheiro e um celular.

Em seguida, Mirela e Shirley se encontraram em uma casa no bairro Santa Mônica, em Uberlândia, com os outros réus e combinaram o crime.

EMBOSCADA
A travesti é apontada na denúncia como a pessoa que atraiu Greiciara para a emboscada informando que daria a ela roupinhas de bebê. Ao chegarem no local combinado, por volta das 21h, ela falou para que Greiciara entrasse no carro, com a conversa de que iriam em um local buscar as roupas e depois seguiram para a casa no bairro Santa Mônica.

A vítima foi apresentada aos demais acusados, que ofereceram bebida contendo medicamento e a doparam.

Greiciara Belo foi assassinada em Ituiutaba em 2016

Greiciara Belo foi assassinada em Ituiutaba em 2016


Greiciara Belo estava grávida de nove meses | Foto: Reprodução/Facebook

A quadrilha, com exceção de Shirley, seguiu para Ituiutaba com a vítima e, em local próximo a uma represa, Jacira, que era enfermeira, fez o procedimento cirúrgico forçado para retirada do bebê.

O procedimento foi feito sem anestesia e sem qualquer cuidados com a higiene. Ainda segundo consta na denúncia, depois que o bebê foi retirado, os dois rapazes que participaram no crime teriam colocado uma pedra dentro do abdômen da jovem para que ela afundasse na água e enrolaram o corpo em uma tela de arame.

Ela foi jogada na represa ainda com vida e o corpo só foi encontrado no domingo (21) depois de boiar na represa.
 
BEBÊ
Após o crime, os autores retornaram para Uberlândia com o bebê e entregaram para uma vizinha de Shirley, que em seguida simularia um parto. A recém-nascida ficou sob a guarda da avó materna após determinação judicial.
 
CRIMES
Na sentença de pronúncia, os quatro réus, que estavam presos preventivamente, também foram citados para responder por homicídio quadruplamente qualificado - por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e por assegurar a execução de outro crime- além dos crimes de sequestro qualificado, ocultação de cadáver, subtração de incapaz e por exposição de perigo à vida da criança.

O advogado que representou Jacira no processo disse que chegou a entrar com um recurso para retirar as qualificadoras, porém foi indeferido. Os advogados nomeados para defender os réus Michel, Luis Felipe e Shirley não foram encontrados pela reportagem nesta tarde.  
 

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90