20/02/2019 às 19h04min - Atualizada em 20/02/2019 às 19h04min
Jovem que matou pai e filho dentro de bar disse à polícia que se sentiu ameaçado
Delegado de Homicídios concedeu entrevista à imprensa, em Uberlândia, para falar sobre as investigações
BRUNA MERLIN E MARIELY DALMÔNICA
Delegado Fábio Ruz falou à imprensa sobre o homicídio duplo em Uberlândia | Foto: Bruna Merlin O delegado responsável pelas investigações do duplo homicídio registrado em um bar no bairro Brasil em Uberlândia, no último domingo, concedeu entrevista à imprensa na tarde desta quarta-feira (20) para falar sobre o andamento do inquérito policial. De acordo com Fábio Ruz, o suspeito disse durante depoimento que atirou contra Valdomiro Pacheco, 23 anos, e Flávio Pacheco, 42, por se sentir ameaçado. “Ele contou que após a discussão saiu e foi até o carro pegar a arma de fogo. Quando voltou as vítimas andaram em sua direção e por se sentir ameaçado atirou contra as mesmas”, comentou o delegado. O jovem Marcus Winycius Cotrim, de 25 anos, se apresentou ao delegado de Homicídios na tarde desta terça-feira (19) e entregou a arma utilizada no crime. Ele foi ouvido por cerca de duas horas e liberado. O Diário de Uberlândia conversou com o advogado dele, que o acompanhou no depoimento, mas ele disse que se manifestaria apenas nos autos do processo.
Ruz esclareceu os motivos pelos quais o autor, mesmo confessando a autoria do crime, não ficou preso. “Hoje no Brasil nós temos duas formas de realizar uma prisão. Nós só podemos prender quando há flagrante ou uma ordem judicial e isso não aconteceu”, disse.
Crime duplo homicídio pai e filho em Uberlândia
Autor entregou arma que teria sido utilizada no crime | Foto: Bruna Merlin
Diante à confissão e as oitivas com testemunhas, a Polícia Civil vai pedir a prisão preventiva do autor. A arma apreendida a ainda passará por exames que irão comprovar se ela foi utilizada na ação. O autor, que não tem porte e nem posse de arma permitidos, informou aos policiais que pagou R$ 6 mil pelo equipamento para se proteger. Marcus já tem passagens por tráfico de drogas. As vítimas também já foram detidas por lesão corporal, agressão, furto, roubo, tráfico de drogas e corrupção de menores.
DEPOIMENTOS
Uma testemunha, que estava no estabelecimento no momento do crime, disse aos policiais que as vítimas gritaram com o autor dizendo “você quer confusão?”, quando o atirador disse “sim, eu quero confusão” e disparou contra as mesmas.
Outras testemunhas, como o dono do bar e os familiares do autor e das vítimas, ainda serão interrogadas. O prazo para a finalização do inquérito é de 30 dias.
FAMILIARES DESABAFAM
Familiares das vítimas falaram com a imprensa na tarde de hoje | Foto: Bruna Merlin
Ainda na tarde desta quarta-feira (20), as irmãs e tias das vítimas, Priscila e Patrícia Pacheco se posicionaram sobre o crime e o andamento das investigações. “O autor disse que estava em sã consciência, ele foi frio e calculista ao ponto de se levantar, pegar a arma e tirar a vida do meu irmão e sobrinho. As imagens da câmera de segurança mostram que não houve agressão por parte das vítimas, então não existe motivo para que ele tenha atirado neles”, desabafou Patrícia.
A outra familiar também conversou com a imprensa e pediu justiça ao caso. “Foi um duplo assassinato e o autor entrou e saiu andando livremente da delegacia. Isso dá um prazo para ele fugir e nunca mais ser encontrado. Nós estamos dispostos a cobrar uma justiça”, finalizou Priscila.
CRIME
O crime aconteceu no dia 17 de fevereiro, em um bar localizado na rua Padre Américo Ceppi, no bairro Brasil. Segundo informações da Polícia Militar (PM), as vítimas começaram a discutir com o autor dentro do estabelecimento, quando ele sacou uma arma de fogo e disparou contra as mesmas.
As câmeras de segurança do estabelecimento mostram o momento em que o jovem de 23 anos se aproxima da mesa do autor e, em seguida, o pai chega atrás. O autor então se levanta e atira primeiro contra o filho e depois contra o pai dele.
As vítimas não resistiram aos ferimentos e morreram no local. O autor fugiu em um carro de cor preta e se apresentou à polícia apenas nesta terça.