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15/02/2019 às 08h07min - Atualizada em 15/02/2019 às 08h07min

Dengue evolui rápido e exige pronta atenção

Doença é causada por quatro vírus e apresenta série de sintomas

MARIELY DALMÔNICA
Mosquito Aedes aegypti é o transmissor dos vírus da dengue, zika e Chikungunya | Foto: Agência Brasil/Arquivo
Se você já sentiu febre alta, dores musculares e teve manchas na pele ao mesmo tempo, provavelmente conhece os sintomas da dengue, doença ocasionada pela picada do mosquito Aedes aegypti. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, nas seis primeiras semanas de 2019, 1.762 casos prováveis da doença foram notificados em Uberlândia, 1.090% a mais do que foi registrado na mesma época do ano passado, quando houveram 148 notificações no município.

Em todo o estado, até a última segunda-feira (11), 17.860 casos prováveis foram registrados, e quatro óbitos estão sendo investigados. Em relação à Febre Chikungunya, 317 casos prováveis foram registrados, e em relação à Zika, foram registrados 92.

O empresário Joaquim dos Santos, a esposa dele, Maria Helena Santos, e o filho Danilo Santos, contraíram dengue há alguns dias e acabaram de se recuperar da doença. Este é o terceiro ano consecutivo que a família contraiu a doença ao mesmo tempo. “O meu quintal é todo limpinho, mas parece que tem uma casa infestada na vizinhança”, afirmou Joaquim, que levou cerca de oito dias para se recuperar dos sintomas. Segundo o empresário, os sintomas da doença foram mais leves neste ano. “A primeira vez foi a pior, para todo mundo. Dessa vez demos febre, mas tomamos muito líquido e recuperamos rápido”, disse.

VÍRUS

De acordo com o infectologista José Humberto Caetano, a evolução da dengue é rápida e na maioria dos casos, evolui para cura. Segundo o médico, no Brasil, existem quatro tipos dos vírus, e ambos atingem os vasos sanguíneos. Dependendo da intensidade, o paciente pode desenvolver complicações.

Os sintomas mais comuns são febre alta, dores no corpo, dores nas articulações, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e manchas no corpo, e duram em média cinco dias. “Depois disso começa a melhorar. Algumas pessoas começam a ter queda de pressão, as plaquetas ficam muito baixas, pode ter algum sangramento, dor abdominal e tontura”, afirmou Caetano.

De acordo com o médico, a Organização Mundial de Saúde (OMS) dividiu a doença entre a dengue clássica, a dengue com complicação e a dengue grave, também conhecida como hemorrágica. Ainda segundo o médico, a doença costuma complicar quando o paciente está na segunda ou terceira infecção, e quando alguém contrai a dengue de um determinado tipo, fica imune a ela pelo resto da vida. “Aqui em Uberlândia tivemos muitos casos com o tipo 1, e agora o tipo 2 chegou, o alerta é esse”, disse.

De acordo com Caetano, na maioria das vezes que a dengue evolui para óbito, o paciente já tinha alguma outra doença. “São pessoas algum problema no coração ou no rim, por exemplo, crianças abaixo de dois anos e idosos”, afirmou.

ALERTA

SRS espera grande registro de casos da doença no município

De acordo com uma nota da Secretaria Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, é esperado um maior registro de casos de dengue nesta época do ano devido à sazonalidade da doença. Segundo a secretaria, os municípios elaboram anualmente o Plano de Contingência para a prevenção e controle das doenças transmitidas pelo Aedes.

No fim do ano passado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Minas Gerais liberou ovitrampas (armadilhas utilizadas para monitorar o Aedes aegypti) para Uberlândia, Araguari e Patrocínio, municípios considerados estratégicos pela secretaria.

Ainda segundo a SRS, o município de Uberlândia estendeu a capacitação local voltada para a assistência do paciente com suspeita de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti para as demais 17 cidades da região na última segunda-feira (11). “Desta forma, orienta-se os municípios para atender os pacientes nas Unidades Básicas de Saúde, não sobrecarregando o Pronto Socorro.”

Uso de inseticida

O larvicida, que mata o transmissor na fase larvária, e o inseticida, para os mosquitos adultos, são utilizados em conformidade com a Organização Mundial da Saúde (OMS) segundo a SRS, e a aplicação segue um protocolo para não prejudicar a saúde da população e o meio ambiente. De acordo com a Regional, a liberação de veículos de UBV acompanha os níveis de infestação e ocorrência de casos e até o momento, o número de veículos tem sido satisfatório para a região.

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