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02/02/2019 às 11h10min - Atualizada em 02/02/2019 às 11h10min

Sujeira nos quintais é grande causa da dengue

Entre 78% e 86% das causas de infestação estão dentro das casas

VINÍCIUS LEMOS
Vasos de plantas com acúmulo de água estão sempre entre maiores depósitos de larvas | Foto: Divulgação/Secom/PMU
Pesquisas da Prefeitura de Uberlândia mostram que entre 78% e 86% dos casos de infestação do mosquito da dengue estão dentro das casas e isso está ligado ao acúmulo do lixo ou falta de cuidado com objetos simples, como os já famosos pratos de plantas, que estão sempre entre os cinco maiores depósitos de larvas encontrados pelo Programa de Combate à Dengue. Ao mesmo tempo, a Prefeitura informa que o combate ao acúmulo de lixo em terrenos baldios segue diariamente, ainda que haja reclamações de demora nesse trabalho.

O coordenador do programa de combate ao mosquito Aedes Agypti, José Humbeto Arruda, explicou que o problema da atração do inseto em locais de acúmulo de lixo em terrenos baldios é mais fácil de ser resolvido que dentro das residências. “A gente tem um conjunto de ações que é completo para atacar em toas as vertentes, como visitas quinzenais em ferros-velhos ou borracharias - onde coletamos 25 mil pneus no ano passado -, piscinas abandonadas onde procuramos colocar os peixes que comem as larvas do mosquito. São 14 ações em busca de evitar a proliferação do aedes. Só que, do portão para dentro, a efetividade é menor, já que existe um acúmulo de materiais que não podemos retirar”, afirmou.

O caráter da visita dos agentes do Centro de Controle de Zoonones não é de limpeza, mas de verificação se há larvas do mosquito, de orientação e aplicação de venenos pontuais. Porém, existe, em Uberlândia, uma média de 30% de imóveis fechados, o que potencializa o problema do acúmulo de depósito para proliferação do Aedes Agypti. O número não considera imóveis fechados à venda ou para alugar, pois as imobiliárias colaboram na abertura destes para visitas dos agentes. “É preciso mudar a cultura de acúmulo para o bem da saúde pública”, disse Arruda.

De acordo com levantamento da Prefeitura, as regiões oeste e sul mostraram números preocupantes, com destaque para o bairro Guarani, onde a média é de 35% imóveis fechados - mesmo com visitas aos sábados para tentar mitigar o problema. De um exemplo simples como um copo de iogurte esquecido no fundo de casa ou mesmo acúmulo de grandes objetos, como fogões antigos ou mobília a ser descartados, o período de chuva transforma quintais usados como depósitos em locais potenciais para que o mosquito use para botar os ovos.

RECOLHIMENTOS

Segundo o secretário de Meio Ambiente, João Júnior, é possível se desfazer do lixo de diferentes tipos por meio de recolhimentos variados oferecidos pelo Município. Na cidade há 13 ecopontos que podem receber restos de construções, massa verde originada de podas, recicláveis e até os chamados volumosos, como móveis descartados, por exemplo. Caso a população queira, também é possível recolher móveis e eletrodomésticos velhos por meio de agendamento do chamado Cata-Treco da Prefeitura. Já o lixo doméstico fica a cargo da coleta de lixo diária, presente em todos os bairros regulares da cidade. Até o recolhimento de animais mortos é feito pelo Município, mediante agendamento.

O problema do lixo em terrenos está ligado a maus hábitos de descarte irregular, que podem render multas de até R$ 1,8 mil. “A população precisa também mudar isso. Se consegue se deslocar para jogar lixo na porta da casa de alguém, pode ir até um ecoponto. Você tira o lixo da sua porta e leva o problema para a porta de outra pessoa. Alguém pode fazer a mesma coisa com você”, disse João Júnior. A Prefeitura tem catalogados 159 pontos críticos de descarte irregular e informou que há limpeza diária nesses locais.
 
DENGUE

Uberlândia registrou, nas três primeiras semanas do mês janeiro, um aumento de 189,5% no número de notificações de dengue. Os casos saltaram de 192, no ano passado, para 556, em 2019. A situação é de alerta no município, assim como em todo o Estado. De acordo com dados divulgados no dia 21 pela Secretaria de Estado de Saúde, foram contabilizados 4.112 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) da doença em Minas Gerais e há dois óbitos em investigação.
 
 
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