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29/11/2018 às 08h24min - Atualizada em 29/11/2018 às 08h24min

Buracos se multiplicam nas rodovias

Perímetro urbano apresenta diversos trechos com problemas; operação tapa-buracos depende do clima, diz Dnit

VINÍCIUS LEMOS
Serviços de tapa-buracos dependem do tempo seco para serem executados | Foto: Vinícius Lemos
Usadas como verdadeiras avenidas no trecho urbano de Uberlândia, todas as rodovias que cortam a cidade apresentaram pioras no pavimento com a chegada das chuvas desde outubro. O Diário de Uberlândia fez um levantamento e as BRs 365 e 050, além das MGCs 497, 452 e 455 tinham buracos ou até mesmo trechos sem pavimento. O anel viário, próximo à zona oeste da cidade, também tinha grande número de buracos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que aguarda liberação de um projeto para recapeamento das rodovias sob sua responsabilidade no perímetro urbano de Uberlândia.
Tanto a BR-050 quanto a BR-365 apresentam trechos com problemas crônicos na zona urbana local. No caso da última, no trecho próximo ao bairro Taiaman, além do asfalto ruim, que apresentou exsudação com o tráfego e deformou o pavimento, os buracos costumam se multiplicar periodicamente no local.

O trecho é de grande movimentação tanto para quem passa por Uberlândia, quanto para o deslocamento entre os bairros das zonas oeste e norte da cidade, como Jardim Patrícia, Tocantins ou mesmo o Distrito Industrial. “Não moro aqui perto, mas passo por aqui a trabalho sempre. Duvido que arrumem tão cedo, antes da obra que prometeram”, afirmou o comerciante Diego Vieira, citando a trincheira do bairro Taiman, cujo prazo para ser feita foi estendido diversas vezes.

Ainda na BR-365, motoristas que trafegam pelo trecho que cruza bairros como Brasil, Martins, Bom Jesus, Jardim Brasília e Roosevelt, reclamam dos buracos. O trânsito no mesmo espaço é dificultado também por conta da obra de reconstrução do viaduto da Rua Rio Grande do Sul sobre a rodovia. Na BR-050, um setor que necessita de operações tapa-buraco constante é o pavimento do viaduto Monteiro Lobato, sobre a avenida Floriano Peixoto. Nos últimos 60 dias, novamente buracos apareceram no local, coincidindo com as chuvas. “Às vezes nem é tão grave, mas sempre abrem buracos”, disse a motorista Carla Abrão.

Segundo o Dnit, o problema no viaduto é um pouco mais complexo, ligado à pavimentação da estrutura, que não suporta o tráfego gerado pela rodovia após sua duplicação. O Departamento informou ao Diário de Uberlândia que já tem um projeto para a correção do problema, mas ainda não conta com a verba necessária, nem com prazo para execução da obra.

Também na BR-050, houve registro de problemas na pista próximo à região do Parque do Sabiá.

TAPA-BURACO

O Dnit informou ao Diário de Uberlândia que está ciente da piora do pavimento devido às chuvas no trecho urbano da cidade, mas que depende de dias de sol para que lance a operação para tapar os buracos. A prioridade são situações mais graves, de acordo com o órgão.

MGC-452

O trecho que se convencionou chamar de MGC-452, entre o Parque do Sabiá e a saída para Araxá e que passa por bairros como Dom Almir e Alvorada, é, na verdade, um segmento da BR-365, que está sob responsabilidade do Dnit. As duas rodovias, nesse trecho, se sobrepõem, e o nome dado oficialmente é sempre o de menor número. A MGC-452/BR-365, nesse sentido, começa na saída para Araxá e, partir daí, é de responsabilidade do Estado de Minas Gerais. O Dnit também informou que lança no local a manutenção da pista quando necessário.
 
OBRAS
Restauração pode chegar a R$ 30 milhões


Não existe um valor fechado, mas a obra de recapeamento dos 21 km da malha rodoviária federal no perímetro urbano de Uberlândia poderá ficar entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o pavimento no trecho é antigo e tem idade próxima a 10 anos, considerado já em fim de vida útil.

O projeto para restauração está sob análise em Brasília e aguarda liberação e orçamento. A previsão mais otimista é que até 10 de dezembro deve ser liberado para licitação. Além da questão dos buracos, o trabalho também seria para solução da exsudação, que deformou o asfalto em diversos pontos, principalmente em locais de subida na BR-365, com grande movimentação de veículos pesados.
 
RODOVIAS ESTADUAIS
MGC-497 e anel viário também em situação ruim

 
As vias de responsabilidade do Estado de Minas Gerais que passam por Uberlândia também estão em situação ruim. O anel viário e a MGC-497 são as que apresentam os piores problemas em relação aos buracos. Ao mesmo tempo, a MGC-455, que ainda aguarda a finalização de sua pavimentação, apresenta vários setores que se transformam em lamaçal por causa das chuvas, ainda na saída da cidade.

Como o anel viário se encontra com a MGC-497, o motorista que trafega entre o cruzamento da BR-365 e a saída da cidade rumo ao Município de Prata terá quase 15 km de pista com problemas de buracos. A advogada Adriana Santos, que tem família em Prata e passa pelo trecho com frequência, afirmou que depois de enfrentar o problema dentro da cidade, tem que tomar cuidado redobrado já que a rodovia também está em condições ruins. “Em relação a buracos, a 497 chega a piorar depois que sai de Uberlândia. Mas mesmo aqui na cidade os buracos estão gigantes”, disse.

Por meio de nota, Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG) disse que a operação tapa-buracos é feita de forma rotineira, mas que depende do clima seco. Alguns serviços de manutenção, como na MGC-452 foram iniciados na penúltima sexta-feira (16), e encontram-se em fase final de execução. Para a MGC-497, os trabalhos iniciaram no dia 19, em Prata, e devem chegar ao perímetro de Uberlândia ao longo da próxima semana.

Com relação à MGC-455, a nota informa que o trecho já pavimentado, com 54 km de extensão, recebeu ordem de paralisação em 2014, pela administração anterior, e em função disso, alguns serviços, como o de drenagem e o asfaltamento em três pontos, não foram concluídos. “O DEER-MG monitora o pavimento da MGC-455 e onde não há asfalto, é feito o patrolamento”, conclui a nota.
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