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08/11/2018 às 08h02min - Atualizada em 08/11/2018 às 08h02min

Congolês foi morto por engano, aponta inquérito

Vítima foi confundida com agressor de assassino; viúva fala ao Diário

VINICIUS LEMOS
Jacques Onza Wilinoe estava há 6 anos em Uberlândia, onde trabalhava como mecânico | Foto: Divulgação
Com o inquérito em fase final, a Polícia Civil (PC) acredita que o congolês Jacques Onza Wilinoe foi morto por engano, em junho passado, ao ser confundido em um bar. A viúva da vítima, Fabiane Araújo Almeida, afirmou em entrevista ao Diário de Uberlândia que, por mais triste que seja o fato, a conclusão do inquérito traz alívio, na medida em que ajuda a preservar a memória e a imagem de Wilinoe. Desde que ele foi sepultado, a companheira não mora mais em Uberlândia.

Uma pessoa é procurada pelo assassinato. As investigações da PC mostraram que Jacques Onza foi confundido com outro homem, que havia se envolvido em uma briga com o assassino e o agredido. O alvo inicial também é negro e tem outras características físicas parecidas com a vítima, o que levou o assassino a se confundir.

Wilinoe foi baleado três vezes em junho deste ano em um bar no bairro Santa Mônica. De acordo com Fabiane Almeida, ela já tinha visto o outro homem, que seria o alvo do assassino, em locais em que ela e o companheiro frequentavam. “Mas ele não era de nosso convívio”, explicou. Ela contou que não conhece o assassino e não sabia de qualquer briga anterior, o que foi levantado pela Polícia Civil.

Desde o início dos levantamentos, ela e amigos afirmavam que se tratava de um engano. Almeida contou ainda que, com a linha investigativa sendo confirmada, se sente um pouco mais tranquila e confortada. “Está sendo desvendado e, querendo ou não, está preservando a imagem dele. Não sabia de qualquer circunstância que não fosse um engano. Morei com ele durante três meses e a gente só se separava quando estávamos trabalhando”, afirmou.

O relacionamento de Fabiane Almeida e Jacques Onza durou um ano e três meses. Ela contou que ele foi a primeira pessoa que conheceu quando se mudou de Patos de Minas para Uberlândia. Ela trabalhava em um hospital do Município, mas deixou o emprego e agora mora novamente com o pais no Alto Paranaíba e não tem pretensões de voltar à cidade. “Eu estava sozinha em Uberlândia sem ele [Jacques]”, disse.

Wilinoe foi sepultado em Uberlândia em julho. Ele viveu por seis anos na cidade, onde iniciou os estudos em engenharia mecatrônica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), por meio de um intercâmbio. No primeiro semestre, contudo, ele abandonou o curso e, desde então, continuou morando em Uberlândia, onde trabalhava em uma empresa de montagem industrial, como mecânico. Ele era formado em engenharia mecânica na África, veio para o Brasil em 2011, onde cursou Línguas na Universidade de Brasília (UnB) para aprender português.
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