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04/11/2018 às 07h10min - Atualizada em 04/11/2018 às 07h10min

Comércio está otimista com a Black Friday

O e-commerce é o principal canal de vendas durante a data mais aguardada por lojistas e consumidores, que neste ano será em 23 de novembro

CAROLINA PORTILHO
Samuel Roman Toledo espera crescer em 10% as vendas nas quatro lojas de sua franquia
Todo ano, a enfermeira Letícia Naves espera a Black Friday para comprar algum produto com desconto. Na edição de 2017, ela levou para casa um notebook preço 40% abaixo do praticado antes da data, que se tornou referência para o comércio nos fins de ano. Agora, ela está em busca de uma máquina de lavar roupa e espera obter essa economia no dia 23 deste mês, data marcada para a Black Friday.

Segundo estimativa da Ebit|Nielsen, empresa que mede o comportamento dos consumidores, o produto que a Letícia espera adquirir está na lista das categorias mais desejadas pelo e-consumidor na edição deste ano da Black Friday. Os eletrodomésticos ocupam a segunda posição nesse ranking, que é liderado pelos eletrônicos e em terceiro, os smartphones. Apesar dessa relação ter como foco as lojas online, a enfermeira disse que pretende gastar a “sola do sapato” para achar o item em algum comércio de Uberlândia.

“Na internet leva alguns dias para entregar. Este ano quero comprar a máquina de lavar e já levá-la para a casa. Há alguns anos eu não confiava tanto nas promoções nesse período, mas hoje já vejo a data com outros olhos após experiências positivas. Por isso, sempre espero a data para realmente economizar”.

O otimismo da Letícia também está refletido no comércio físico e eletrônico de Uberlândia. O empresário Samuel Roman Toledo, que tem três lojas da franquia Melissa na cidade e outra em Ituiutaba, espera um crescimento de 10% nas quatro unidades. Segundo ele, quando se fala em venda em um único dia a Black Friday é a campeã do ano todo, ganhando até mesmo do Natal.

“No Natal as pessoas acabam comprando durante vários dias, então o dia 25 de dezembro perde para o dia da Black Friday em vendas, assim como qualquer outra data do ano. Como as pessoas sabem que o desconto é real, elas esperam para comprar no dia e isso faz com que a data seja tão expressiva. A realidade hoje é totalmente diferente de uns quatro anos atrás, quando o consumidor ainda não sentia essa confiança, até com razão porque muitos não honravam com as promoções”.

Samuel reforça que a campanha nas lojas deve começar alguns dias antes de 23 de novembro, ampliando essa possibilidade de o consumidor comprar com antecedência ou na data. De acordo com o empresário, a Black Friday promete aquecer o mercado para as vendas do fim do ano, já que desde a greve dos caminhoneiros, em maio, o comércio não obteve bons resultados nas vendas de datas especiais, como Dia das Mães, Namorados e nem mesmo nas férias de julho.

“Estamos otimistas e prontos para atender a demanda com estoque abastecido para novembro e dezembro. Antecipamos tudo para satisfazer o consumidor e com isso crescer em vendas. Na Black Friday a venda casada é forte, por isso reforçamos nosso estoque para possibilitar que o cliente leve dois itens, um com desconto e outro na tabela normal. Além disso, com a migração da Black Friday da loja online para a física estamos conquistando cada vez mais o mercado e a preferência do público na venda direta”.

E-COMMERCE
e-Fácil espera alta de 16% na comparação com 2017

A estimativa da Ebit|Nielsen para este ano é que o comércio eletrônico fature R$ 2,43 bilhões durante a Black Friday, 15% acima do obtido no ano passado. Um pouco acima desse percentual (16%) é a expectativa de crescimento do e-Fácil, que é o e-commerce do Grupo Martins. De acordo com a gerente de Marketing & Comercial da empresa, Adriana Mendes, a aposta é vender em um dia o que se vende no mês.

“Às 18h do dia 22 de novembro começaremos nossa Black Friday com cerca de 200 ofertas para os consumidores de qualquer canto do país. Na lista estão celular, eletrodoméstico, utilidades domésticas, principalmente conjunto de panelas, TVs, cafeteria expresso e bebidas destiladas, como whisky, gin e vodka”.

Adriana explica que em agosto foram iniciadas as negociações com os fornecedores para garantir não só os descontos dos produtos, mas também a entrega das compras efetivadas através do site. “Preparamos não só nossos estoques e preços competitivos, mas os processos e sistemas para que nossos clientes tenham uma excelente experiência de compras. É uma operação complexa de se fazer, por isso é necessário planejamento em todas as áreas do e-Fácil. Acredito que a soma disso tudo é reflexo do prêmio que ganhamos no ano passado como melhor atendimento na Black Friday”.

Black Friday no Brasil

Ainda segundo pesquisa da Ebit|Nielsen, 88,6% dos e-consumidores têm intenção de comprar neste ano, uma alta de cerca de oito pontos percentuais com relação à pesquisa de expectativa de consumo realizada no ano passado. Apesar dos avanços da data no varejo físico, o e-commerce continua como o principal canal de vendas durante a Black Friday. Em 2017, 52% das pessoas entrevistadas fizeram suas compras em uma loja online e 57% delas pesquisaram os produtos de interesse pela internet antes de concluir a aquisição.

O que também tem avançado é a credibilidade da data. O montante de consumidores que disseram que não pretendem comprar nesse dia por não confiarem, de fato, nos descontos baixou de 38% em 2017 para 35% agora. Quanto ao comportamento do público que vai às compras, 46% afirmaram que pretendem fazer suas aquisições no dia da Black Friday, que cai numa sexta-feira. Outros 22% indicaram que preferem comprar após a data, uma vez que os descontos costumam se estender na maior parte das lojas. Com 13% estão os que preferem obter a promoção uma semana antes.

As dez categorias mais desejadas pelo e-consumidor na Black Friday deste ano são: eletrônicos, eletrodomésticos, smartphones, informática, moda e acessórios, cosméticos e perfumaria, casa e decoração, livros, brinquedos e games, e esporte e lazer.

DIREITOS DO CONSUMIDOR
Procon dá dicas para as compras na data


A publicidade enganosa aparece em primeiro lugar na lista de reclamações dos consumidores que compram na Black Friday. Na sequência vem a falta de entrega do produto adquirido. Os dados são da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Uberlândia, que em 2017 registrou 18 demandas relativas a data, sendo que 12 foram de compras em lojas físicas e seis pela internet.

De acordo com o diretor de fiscalização do Procon, Luciano Andrade, desde o início de outubro está sendo feito um levantamento de preços dos itens mais vendidos na data em 15 lojas de varejo e em 10 e-commerce. “Estamos acompanhando essa evolução dos preços praticados para um balanço final que servirá de comparativo, e se realmente as empresas estão honrando com os descontos. Qualquer desconfiança de propaganda enganosa o consumidor deve acionar o Procon”, disse.

Luciano alerta para descontos exorbitantes, muito abaixo do praticado no mercado mesmo na Black Friday. Nesse caso, é importante fazer consultas, comparar preços e não sair comprando sem qualquer tipo de referência. “Muito cuidado com sites falsos. Eles são praticamente idênticos aos originais. Toda atenção é necessária, pois nesses casos costumam anunciar produtos com valores tentadores levando os consumidores à compra por impulso. Além disso, nada de clicar em links enviados por SMS, aplicativos ou rede social, pois podem conter vírus colocando os dados disponíveis para aplicação de golpes”.

Ainda nas compras online, para ter certeza que o site é seguro basta conferir se no canto inferior da tela há um ícone de cadeado ou chave. “Os consumidores são nossos olhos na internet e nas ruas. Eles são termômetros do que podem ser ou não fraude, propaganda enganosa ou que leve ao golpe. Por isso, suspeitando de algo deve ser acionado o Procon para evitar fraudes, principalmente nessa época em que todos estão de olho nas oportunidades de preços”.

As denúncias podem ser feitas pelo telefone 151 ou pessoalmente no órgão, que fica na avenida Afonso Pena, 1612. Caso o consumidor tenha feito a compra é importante juntar documentos que serão somados ao procedimento que será aberto, como número do pedido, prazo estipulado de entrega, forma de pagamento, valor do produto, entre outros. A loja será notificada e terá 10 dias para apresentar sua defesa.
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