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01/11/2018 às 07h53min - Atualizada em 01/11/2018 às 07h53min

Câncer de próstata é o segundo mais comum

Mês de conscientização também serve para refletir mudança de hábitos

NÚBIA MOTA
Wagner Teodoro vai ao urologista desde os 50 anos e descobriu a doença num exame de rotina | Foto: Núbia Mota
Em tratamento contra o câncer de próstata há cerca de um ano, Wagner Teodoro Vieira, de 71 anos, está respondendo bem à terapia hormonal. A possibilidade de cura e também de viver com a doença sob controle se deve ao diagnóstico precoce, constatado durante exames de rotina. Devido a um diabetes tipo 1 adquirido aos 15 anos, o agropecuarista nunca descuidou da saúde e anualmente, desde os 50 anos, passou também a consultar o urologista. Foi numa dessas visitas ao médico que ele foi surpreendido com a notícia de que tem o segundo câncer mais comum entre os homens e que, a partir de hoje, passa a ser o principal foco da campanha Novembro Azul, de conscientização sobre a saúde masculina.

“O diagnóstico do câncer de próstata foi um choque para mim. Comecei então a refletir como seria meu comportamento a partir daí. Meu primeiro ato foi pedir a Deus que me ajudasse a enfrentar essa situação, depois eu resolvi que iria me tratar e que não iria permitir que o câncer me causasse um transtorno psicológico. Informei aos meus amigos e parentes o que estava se passando comigo, o que me trouxe uma paz espiritual e um equilíbrio emocional muito grande, e que está me ajudando a enfrentar a luta contra o câncer. Quando se faz corretamente os exames necessários, facilita a descoberta da doença no início e o tratamento fica mais eficiente”, disse Wagner.

De acordo com o oncologista Rodolfo Gadia, o câncer de próstata só perde em número de casos para o câncer de pele. A cada 9 homens, 1 terá a doença, principalmente no público a partir de 65 anos, que corresponde a 2/3 dos pacientes em tratamento. Mas o rastreamento deve ser feito a partir de 45 anos, em homens com histórico familiar da doença, negros, fumantes e obesos. Para os demais, os exames podem ser feitos a partir dos 50 anos. “Tem que ser feito o toque retal e o PSA (exame de sangue) uma vez por ano, e um não substitui o outro. Tem que fazer os dois exames. O toque retal é rapidinho e não tem nada demais. Até 20% dos cânceres de próstata estão escondidinhos e não alteram o PSA. É uma doença silenciosa, não tem sintomas na fase inicial e, por isso, a importância dos exames, porque 90% dos casos têm cura se a doença estiver no início”, disse Rodolfo Gadia.

Já nos pacientes que estão em estágio avançado da doença, zerando quase na totalidade a chance de cura, os principais sintomas são dor para urinar, dificuldade para esvaziar toda a bexiga, acordar muitas vezes à noite para ir ao banheiro e dor na coluna ou na pélvis, locais onde há mais metástase. “O câncer de próstata só não mata mais do que o câncer de pulmão. A cada 40 homens, um vai morrer por câncer de próstata. Por isso, tem que fazer atividade física, não fumar, alimentar mais com frutas, verduras e grãos e diminuir a gordura animal. Como a herança familiar não muda, temos que evitar o sedentarismo e cuidar da alimentação”, completou o especialista.

A próstata é uma glândula que existe só nos homens, fica entre a bexiga e o reto, e tem a função de produzir 70% do esperma. “Quando tira a próstata, o homem fica infértil, porque acontece um fenômeno chamado ejaculação seca. Ele tem relação sexual normal, tem satisfação, mas não ejacula. Tem casos de impotência também, mas hoje é muito baixa porque existem várias técnicas usadas para evitar. Hoje, muitas pessoas operam e não ficam impotentes”, disse Rodolfo Gadia.
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