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27/09/2018 às 08h10min - Atualizada em 27/09/2018 às 08h10min

Campanha de renegociação termina amanhã

Mais de 1,3 mil contratos de financiamento são passíveis de revisão em toda a região

VINÍCIUS LEMOS
Luis Alves diz que ação engloba contratos em 74 cidades | Foto: Diário de Uberlândia/Arquivo
Termina amanhã a campanha de renegociação de débitos de clientes com prestações de imóveis em atraso com a Caixa Econômica Federal. Na região, cerca de 1,3 mil contratos são passíveis de revisão para que os mutuários fiquem adimplentes novamente. Os interessados, inclusive, têm atendimento em horário estendido, entre 9h e 16h, para que possam procurar agências do banco para renegociar as dívidas. A campanha é regional e visa mutuários de Uberlândia e outros 74 Municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e parte do Noroeste de Minas. Os contratos, em sua maioria, estão com até cinco parcelas em aberto.

Como explicou o superintendente da Caixa na região, Luis Carlos Alves, a cada trimestre é feito uma limpeza de base com todos os processos que vinham sendo negociados na instituição. “Esse é o momento em que fazemos o último chamamento para que mutuários nos procurem para negociar a inadimplência”, afirmou. O objetivo da ação é fazer com que o imóvel volte a ser quitado e para isso, segundo Luis Carlos Alves, é possível que o dono renegocie os débitos de acordo com a sua capacidade de pagamento, com a segurança de que a casa não vai sofrer qualquer ação de retomada para garantia da dívida. Ações desse tipo, ainda segundo Alves, são extrajudiciais e rápidas, uma vez que com os atrasos de pelo menos três meses, o banco pode pedir a intervenção cartorial e o imóvel é tomado.

A campanha de renegociação, então, visa evitar esse tipo de processo que, de acordo com a Caixa, não é de interesse do banco, que prefere que o contratante continue a pagar as parcelas. Para isso, a capacidade financeira do cliente é levada em consideração no processo e existe uma série de formas para negociação, como suspensão de até um ano da cobrança em caso de perda de emprego. Depois, se o cliente conseguir salário mais baixo, é possível renegociar valor da prestação. Há também a opção de uso do FGTS e diluição dos valores atrasados no restante da dívida e novo parcelamento deste montante.

O mutuário pode ir a qualquer agência da Caixa com um documento de identificação. Não é preciso agendamento, sendo que, especificamente para a renegociação, as unidades abrirão uma hora mais cedo e fecharão uma hora mais tarde. Além das agências, há postos de atendimento na Justiça Federal em Uberlândia e também na cidade de Uberaba, cujos horários de atendimento vão de 8h às 12h.

QUITAÇÃO

O mutuário Johnnatan Alexandre teve dificuldade para pagar as três últimas parcelas de seu apartamento em Uberlândia e foi informado pela própria Caixa que poderia renegociar o valor. Na manhã de ontem, ele procurou o posto avançado de atendimento montado na Justiça Federal da cidade e conseguiu resolver o problema. “Tive dificuldade, o que pode acontecer com qualquer um, mas consegui renegociar e vou passar o valor da dívida para outras parcelas que vou pagar agora no meu financiamento. Ajudou, a gente tira uma preocupação da cabeça”, afirmou.
 
 FGTS
Caixa disponibiliza nova opção de consignado

 
Os trabalhadores do setor privado já podem contar, desde ontem, com uma nova opção de crédito, o empréstimo consignado com uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia. De acordo com o Ministério do Trabalho, por enquanto, apenas a Caixa Econômica Federal oferece a linha de crédito, que poderá ser solicitada em qualquer agência do banco público. Outras instituições financeiras também poderão disponibilizar a nova linha de crédito, desde que sigam as regras estabelecidas.

O crédito está disponível para 36,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Os juros não poderão ultrapassar 3,5% ao mês, percentual até 50% menor do que o de outras operações de crédito disponíveis no mercado, informou o ministério. O prazo de pagamento será de até 48 meses (quatro anos). O uso do FGTS como garantia para o crédito consignado proporciona juros mais baixos para os tomadores, porque os recursos da conta do trabalhador no fundo cobrirão eventuais calotes, o que reduz o risco para os bancos e permite à Caixa oferecer empréstimos com taxas menores.

Segundo o ministério, os valores emprestados dependerão do quanto os trabalhadores têm depositado na conta vinculada do FGTS. Pelas regras, eles podem dar como garantia até 10% do saldo da conta e a totalidade da multa em caso de demissão sem justa causa, valores que podem ser retidos pelo banco no momento em que o trabalhador perder o vínculo com a empresa em que estava quando fez o empréstimo consignado. Desde 2016, a Lei 13.313 previa o uso de parte do saldo do FGTS como garantia nas operações de crédito consignado. A modalidade, no entanto, não deslanchou porque a falta de regulamentação não trazia segurança para os bancos. As instituições financeiras só eram informadas do saldo do Fundo de Garantia do trabalhador no caso de um eventual desligamento da empresa. A possibilidade de que o funcionário, durante a vigência do crédito consignado, sacasse parte do FGTS para comprar um imóvel reduziria a quantia que poderia servir de garantia.
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