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16/07/2018 às 13h03min - Atualizada em 16/07/2018 às 13h03min

Funcionários do HC recebem salário, mas seguem parados

NÚBIA MOTA | REPÓRTER
Funcionários durante manifestação, na última sexta-feira (13), na porta do HC (Núbia Mota)
Os salários dos funcionários do Hospital de Clínicas da UFU (HC-UFU) já estão na conta, mas eles ainda não voltaram às atividades, conforme já haviam antecipado. Para retornar, eles pedem garantia documentada de que não haverá mais atrasos no pagamento, já que, desde janeiro desse ano, o acerto não é feito no quinto dia útil como de costume.  O diretor-geral da instituição, Eduardo Crosara, disse que não tem como assumir esse compromisso, porque ele depende também no pagamento em dia do Ministério da Saúde, mas a verba está chegando até com um mês de atraso.

A greve foi iniciada na quarta-feira (11) e já na quinta (12), cerca de R$ 10 milhões foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), um dia depois do Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Federal (MPF) ingressarem com ação na Justiça para pedir o bloqueio de mais de R$ 31 milhões da União e Estado. A verba foi usada para assegurar o pagamento dos salários atrasados a 1.408 servidores do Hospital de Clínicas da UFU (HC- UFU) ligados à Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (Faepu).  Ainda segundo a direção do hospital, o Estado deve a unidade quase R$ 21 milhões. A Secretaria de Estado de Saúde informou que, na quinta-feira (12),  foram assinadas duas ordens de pagamento para o HC, no valor de R$ 150 mil, mas que o restante ainda não será pago devido ao estado de calamidade financeira pelo qual Minas Gerais passa.

O técnico em farmácia Márcio Rogério Matoso de Oliveira disse que o salário dele caiu na conta no último sábado (14), mas alguns colegas receberam nesta segunda-feira (16). Ainda de acordo com Márcio, o cartão alimentação no valor de R$ 160 que cai até o dia 15 não foi depositado e nem entregue a cesta básica, que geralmente é dada até dia 16. “O diretor do hospital diz que não tem dinheiro para pagar a gente no dia, mas como ele tem dinheiro para contratar mais gente?“, disse Márcio, se referindo ao processo seletivo para os cargos de médico e técnico em farmácia, aberto no mês passado.

Em entrevista exclusiva ao Diário de Uberlândia, na sexta-feira (13), o diretor-geral do HC, Eduardo Crosara, disse que 60% do gasto mensal da unidade é com o pagamento da folha dos 3.454 funcionários, sendo 1.408 ligados a Faepu. Como os cerca de R$ 10 milhões  enviados por mês pelo Ministério da Saúde é insuficiente, a unidade tem um déficit mensal de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, já que o custo total gira em torno de R$ 12 milhões. “Eu entendo o lado dos funcionários, eles estão todos no direito de reivindicar, mas eu preciso que eles entendam a situação e sejam razoáveis. Convido para sentarem na minha cadeira na hora de pagar as contas que não fecham”, disse Crosara.

A assistente administrativo Luciana Santos Reis disse que a liberação do pagamento não vai fazer com os funcionários da instituição de saúde voltem às atividades. “Nós queremos um documento assinado de que não haverá mais atraso. A direção precisa tomar uma atitude definitiva Todo mês, eu tenho cheque voltando na conta, juros. Estou andando sem seguro no carro, correndo o risco porque não tenho dinheiro para pagar no dia. Como que na hora que a gente inicia a greve, o dinheiro aparece?”, disse Luciana.

Na quarta-feira (18), os funcionários do HC devem ser reunir em assembleia para definir sobre a continuidade da paralisação. Segundo informações do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Uberlândia, (Sindi-Saúde), apenas 30% dos trabalhadores ligados a Faepu estão em atividade para garantir os atendimentos de urgência e emergência. Uma série de greves da categoria vem acontecendo desde janeiro, quando começaram os atrasos no acerto do pagamento.
 
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