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18/05/2018 às 15h30min - Atualizada em 18/05/2018 às 15h30min

Falta de moedas afeta comércio de Uberlândia

Consumidores ainda deixam dinheiro guardado, mesmo após ação do Banco Central

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
Comerciantes apontam que circulação de moedas é baixa | Foto: Mariely Dalmônica

Sabe aquele costume de juntar moedas e usá-las apenas quando atingir um valor desejado? Isso pode ser uma das causas da falta de circulação de moedas na maioria dos estabelecimentos da cidade. No ano passado, o Banco Central lançou uma campanha para incentivar a população a tirar as moedas dos cofrinhos e gavetas. Segundo o Banco, a produção de moedas foi reduzida e hoje existem cerca de 24,8 bilhões de unidades em circulação, mais de R$ 6 bilhões em valor e cerca de R$ 30 em moedas por pessoa.

Mas apesar da campanha, o problema de faltas de moeda continua, pelo menos na cidade. A redação do Diário de Uberlândia conversou com alguns comerciantes que relataram dificuldades para, por exemplo, dar troco aos clientes.

Eurípedes de Oliveira é dono de uma lanchonete no Centro da cidade há anos e não aceita pagamentos no cartão de crédito ou débito. Segundo ele, as moedas que mais estão em falta no estabelecimento são de R$ 0,25, R$ 0,50 e R$ 1. “Acho que o pessoal está gastando muito com o parquímetro. Os funcionários [da Zona Azul] vêm aqui quase todos os dias para trocar moeda com a gente, e nem sempre temos algo para oferecer. Mas também tem muita gente que eu conheço que está guardando moedas para trocar no fim do ano ou para viajar”, disse Oliveira.

Vânia Macedo produz e vende queijos na Feira do Produtor Rural duas vezes na semana e já chegou a alterar os valores dos produtos para facilitar o troco dos clientes. “Não temos nada de moeda, ninguém aqui na feira tem. Eu coloco só preços redondos para facilitar, mas mesmo assim preciso correr atrás de troco às vezes”, afirmou Vânia.
 
CAMPANHA
 
A padaria Essencial Pães & Delicatessen, no bairro Alto Umuarama, pensou em uma forma criativa para atrair clientes com moedas. O estabelecimento recebe o valor em trocados e paga, em notas, 2% a mais. “Tem menos de um ano que estamos fazendo isso e todo dia vem alguém trocar. Já recebemos até R$ 2 mil em moedas, mas a maioria traz R$ 200. Em um dia isso já acaba em troco”, afirmou a atendente Kênia Santos.

Diferentemente de muitos estabelecimentos, a Revistaria Itacolomy, de Reginaldo Rodrigues, nunca fica sem moedas graças a venda de figurinhas. “Não sentimos falta de moedas porque vendemos figurinhas o ano todo, e o valor costuma ser mais baixo que outros produtos. Agora, com a venda do álbum da Copa do Mundo, está sobrando moedas no nosso caixa”, disse.

ZONA AZUL
 
Mesmo que o serviço de Zona Azul aceite pagamentos por cartões de crédito e débito, cartão recarregável e por um aplicativo para smartphones e tablets, cerca de 45% dos usuários ainda quitam as tarifas com moedas. Funcionários que trabalham no Centro da cidade afirmam que trocam as notas dos usuários para que eles paguem o Parquímetro, e quando falta moeda, vão em estabelecimentos próximos para conseguirem troco.

De acordo com Divino Sousa, coordenador do Rotativo Zona Azul, a falta de moedas foi um dos motivos para a criação dos outros meios de pagamento. “Por causa dessa dificuldade, agora existe o aplicativo, o cartão recarregável, e o próprio monitor para receber o pagamento no cartão”, disse Sousa.  


 
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