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16/05/2018 às 05h32min - Atualizada em 16/05/2018 às 05h32min

Uberlândia registra baixa taxa de vacinação e 2 óbitos por influenza

Secretaria Municipal de Saúde alerta que período mais crítico da doença ainda está por vir

WALACE TORRES | EDITOR
Cerca de 15 mil pessoas foram vacinadas na cidade no dia de mobilização, o que foi abaixo do esperado | Foto: Marco Crepaldi/Secom/PMU
 
Uberlândia teve a confirmação esta semana dos quatro primeiros casos de Influenza A, sendo que dois pacientes diagnosticados com o vírus evoluíram a óbito. Uma das mortes foi registrada na rede privada e outra na rede pública. Segundo informação da Secretaria Municipal de Saúde, os casos de óbitos eram de pacientes que faziam parte dos grupos prioritários, mas que não chegaram a tomar a vacina contra a gripe. Ainda de acordo com a Secretaria, não foi confirmado qual o subtipo de vírus. Nos outros dois casos confirmados, os pacientes tiveram o subtipo A/H3 e já receberam alta médica.

Até o momento, Uberlândia registrou 25 casos suspeitos de Influenza, sendo que na maioria os resultados deram negativo. A preocupação das autoridades em saúde se concentra na vacinação contra a gripe, que ainda não alcançou a metade do público alvo em Uberlândia. Até o início da tarde de ontem, a Secretaria de Saúde tinha registrado 70,8 mil doses aplicadas da vacina, e a população que deve ser imunizada chega a 154 mil pessoas.

Dentre os grupos prioritários, as menores taxas de comparecimento são as crianças de 6 meses a menos de 5 anos de idade (30%) e gestantes (31%). Entre os idosos, a vacinação já alcançou 64%.

No último sábado, que foi o dia nacional de mobilização, cerca de 15 mil pessoas compareceram aos postos de vacinação, cinco mil pessoas a menos do que o esperado.

O coordenador da rede de Urgência e Emergência do Município, Clauber Lourenço, alerta que o período mais crítico da gripe ainda está por vir – o mês de julho. “Vale lembrar que a vacina contra a gripe só é disponibilizada durante a campanha, que termina no dia 1º de junho”, disse. Ele citou que a vacina demora cerca de dez dias para que a pessoa esteja protegida do vírus.

Clauber explicou que sempre que há uma notificação de suspeita de Influenza, independente da confirmação, uma equipe da Vigilância Epidemiológica é acionada e vai até a unidade de saúde fazer o trabalho de orientação e verificação da situação.

O coordenador disse ainda que a vacina voltou a ser oferecida nas 70 salas de imunização, o que contempla as UAIs, UBSs e UBSFs. Até a semana passada, a campanha estava concentrada nas UAIs em função do limite de doses disponibilizadas pelo Estado. Com a chegada de nova remessa, o Município ampliou o atendimento. Clauber Lourenço afirmou também que o estoque de medicamentos é suficiente para atender um eventual aumento da demanda.

“Além receber o lote do Estado, o Município também fez a compra de mais medicamentos para não haver risco de faltar”, disse.
 
MINAS 

O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, na segunda-feira (14), aponta o diagnóstico de 53 casos de Influenza em Minas Gerais, dos quais o subtipo A/H3 teve 33 confirmações, precedido do subtipo A/H1N1 com 5 casos e o A não subtipado com 12 casos. Houve ainda 3 diagnósticos de Influenza B.

O boletim trouxe ainda duas mortes por Influenza no Estado, uma em Paraguaçu (A/H3 sazonal) e uma de Uberlândia não subtipada – a segunda morte não foi confirmada a tempo da divulgação no relatório.

Ano passado, foram registradas 50 mortes por Influenza em Minas Gerais. Em 2016, pior ano da doença, o número de óbitos chegou a 291.

MITOS E VERDADES SOBRE A GRIPE
 
Gargarejos com água morna e sal

Trata-se de uma receita caseira que auxilia no tratamento da gripe, mas NÃO substitui a proteção da vacina, de maneira alguma. A mistura de água morna e sal tem temperatura e composição química muito parecidas com as do nosso próprio organismo. Quando a água morna entra em contato com a mucosa ferida, seu calor faz com que haja uma dilatação dos vasos sanguíneos do local. Esse aumento da circulação auxilia um número maior de glóbulos brancos a passar do sangue para o tecido afetado, diminuindo a inflamação. Ao adicionarmos sal à água, a mistura fica parecida com a do líquido que temos no corpo, aumentando sua eficácia na remoção do muco que se forma na garganta.
 
Limpar as narinas com água morna e sal

Pelas mesmas razões do que foi dito no item anterior, essa medida auxiliar pode ajudar principalmente pelo fato de manter as mucosas hidratadas.
 
Tomar bastante bebidas quentes

O importante, durante um quadro gripal, é manter a hidratação constante do organismo. Pode ser tanto bebidas quentes, como chás, cafés ou infusões, quanto fria. Essa medida é uma forma de hidratar o organismo e não de eliminar os vírus causadores da gripe.
 
Governo só vacina parte da população para gastar menos

A vacina contra gripe serve para diminuir as complicações e óbitos pela doença, e não os casos em si. Portanto, existem grupos de risco que estão mais susceptíveis a sofrerem complicações secundárias, sendo eles: indivíduos com 60 anos ou mais de idade, crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, professores das escolas públicas e privadas, povos indígenas, grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. A vacina pode ser tomada por todos a partir dos 6 meses. No entanto, o Ministério da Saúde disponibiliza hoje somente para os grupos de risco justamente para reduzir o número de complicações e óbitos pela doença.
 
SINTOMAS
 
Clinicamente, a doença inicia-se com febre, em geral acima de 38°C, seguida de dor muscular e de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de 3 dias. Os sintomas sistêmicos são muito intensos nos primeiros dias da doença.
 
Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se em geral por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre.
 
Adulto - O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade
 
Criança - A temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais e também podem fazer parte os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais
 
Idoso - quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos.
 
PREVENÇÃO
 
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como vírus Influenza, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, tais como:
 
- Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
- Manter os ambientes bem ventilados
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza.
- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença
- Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados)
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos
- Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar a febre

Indivíduos que apresentem sintomas de gripe devem: 

- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas)
- Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação
- Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos 

SITUAÇÕES DE RISCO 

As situações reconhecidamente de risco incluem doença pulmonar crônica (asma e doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC), cardiopatias (insuficiência cardíaca crônica), doença metabólica crônica (diabetes, por exemplo), imunodeficiência ou imunodepressão, gravidez, doença crônica renal e hemoglobinopatias.
 
Idosos e indivíduos vulneráveis -  as complicações mais frequentes são as pneumonias bacterianas secundárias. Uma complicação incomum, e muito grave, é a pneumonia viral primária pelo vírus da influenza. Nos imunocomprometidos, o quadro clínico é geralmente mais arrastado e, muitas vezes, mais grave.
 
Gestantes - com quadro de influenza, no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, estão mais propensas à internação hospitalar.
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