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02/03/2018 às 14h27min - Atualizada em 02/03/2018 às 14h27min

PF e Receita fazem operação em Minas e São Paulo

FOLHAPRESS | SÃO PAULO

A Polícia Federal e a Receita Federal cumpriram ontem 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais, durante a Operação Descarte, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de serviços de limpeza que têm contratos públicos.

A ação dos dois órgãos é um desdobramento da Operação Lava Jato e teve a contribuição de informações obtidas nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e de seu ex-sócio Leonardo Meirelles. Dados fornecidos por Youssef e pelo empresário foram cruzados com levantamentos que já vinham sendo feitos pela Receita.

Os mandados foram cumpridos em casas e empresas nas cidades de São Paulo, Santos, Paulínia, Belo Horizonte e Lamim . As decisões que autorizam a busca de provas foram expedidas pela 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

Segundo a Receita, as investigações de auditores do órgão chegaram a um esquema de lavagem de dinheiro formado por uma rede de empresas de fachada que tinham "laranjas" como proprietários. A organização emitiu mais de R$ 900 milhões em notas fiscais com indícios de fraude.

No esquema, um grupo de 14 empresas (organizadas em seis "células", segundo a investigação) simulavam a venda de mercadorias ao cliente do serviço de lavagem, que pagava por produtos inexistentes via transferências bancárias ou boletos, para dar aparência de legalidade à aquisição.

As quantias recebidas, segundo a investigação, eram transferidas para diversas outras empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial.

"O prejuízo aos cofres públicos pelo não recolhimento dos tributos devidos pode chegar a centenas de milhões de reais", diz a Receita em nota. Das 14 fornecedoras que forjaram notas fiscais falsas, cinco de fato eram empresas regulares, com atividades e funcionários.

Era simulada a compra de produtos como detergentes, sacos de lixo e uniformes. Uma das empresas, com "movimentação financeira milionária", tinha um titular que recebia R$ 2.000 por mês. Pelo que se sabe até agora, parte dos laranjas era vítima dos empresários.

Para os investigadores, as empresas montaram o sistema para superfaturar custos e pagar menos imposto de renda. A estratégia ilegal consistia em embutir despesas fictícias na planilha de custos da empresa.

EM MINAS

A PF e a Receita chegaram até um empresário em Belo Horizonte que, segundo os investigadores, é o principal braço do esquema em Minas.

Foram feitas buscas em endereços de Atila Reys Silva tanto na capital mineira quanto na cidade de Lamim (a 153 km de Belo Horizonte). A defesa dele foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou.

Empresas que estão no nome dele aparecem sob suspeita no caso porque seriam de fachada.

As apurações descobriram que Silva comprou carros de luxo nos últimos anos, como uma Ferrari, adquirida por R$ 3 milhões, e um Maserati, por R$ 900 mil.
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